19 outubro 2018

Com lance de R$ 1,7 bi, canadense CPPIB e Votorantim Energia levam controle da Cesp

Lance de R$ 14,60 por ação embute ágio de cerca de 2% pela participação do governo paulista, de 40,6%

O Consórcio São Paulo Energia, formado pela Votorantim Energia e pelo fundo de pensão canadense CPPIB, arrematou nesta sexta-feira o controle acionário do governo paulista na elétrica Cesp, apresentando lance de 14,60 reais por ação do governo, informou a bolsa B3, que conduziu o leilão.

A oferta do consórcio, no qual cada empresa tem 50 por cento, representou ágio de 2,09 por cento, com o lance somando 1,7 bilhão de reais pela fatia do governo, de 40,6 por cento.

O consórcio foi o único a fazer ofertas pelo controle da Cesp, cujas ações subiam mais de 10 por cento nesta tarde.

A Reuters informou pouco antes do início do leilão, segundo fonte com conhecimento do assunto, que a Votorantim havia depositado garantias para o certame.

Votorantim Energia e o fundo canadense já têm uma joint venture focada em investimento e desenvolvimento do setor de geração de energia no Brasil, anunciada no ano passado.

A concretização de venda da Cesp encerra uma série de reviravoltas em torno do processo, iniciado ainda em 2017.

O leilão estava agendado para o início deste mês, mas foi adiado em meio a incertezas políticas e regulatórias.

Na véspera, uma decisão da Justiça Federal em Presidente Prudente (SP) quase atrapalhou os planos da Cesp ao suspender a renovação do contrato de concessão da hidrelétrica de Porto Primavera, a principal da companhia.Na manhã desta sexta-feira, a Procuradoria Geral do Estado de São Paulo conseguiu tornar nula uma decisão judicial que suspendia o processo de renovação do contrato da hidrelétrica.REUTERS Leia mais em dci 19/10/2018
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Único proponente, São Paulo Energia leva controle da Cesp com ágio de 2,09%

Depois de quatro tentativas frustradas nos últimos anos, o governo de São Paulo finalmente conseguiu realizar o leilão de privatização da Companhia Energética de São Paulo (Cesp), na sede da B3, em São Paulo.

Apenas um proponente apresentou uma proposta, o consórcio São Paulo Energia, formado entre as empresas Votorantim Energia e o Canada Pension Plan Investment Board (CPPIB), que já possuem uma joint-venture. Os sócios ofereceram R$ 14,60 por ação da companhia, o que corresponde a um ágio de 2,09% ante o preço mínima de R$ 14,30/ação.

O bloco de controle colocado à venda inclui 116,4 milhões de ações pertencentes ao governo paulista - correspondente a 40,6% do capital social da Cesp -, sendo 87,5 milhões ordinárias nominativas (ON) e 28,9 milhões preferenciais nominativas classe B (PNB).Com isso, o consórcio pagará R$ 1,699 bilhão pela fatia de controle.

O grupo precisará que os minoritários participem da oferta pública de aquisição de ações (OPA) obrigatória.

O valor da aquisição pode chegar próximo de R$ 4,8 bilhões. Adicionalmente, o consórcio ainda deverá pagar R$ 1,397 bilhão de outorga pela renovação antecipada da concessão da usina de Porto Primavera, por 30 anos, até 2048. O atual contrato de concessão vence em 2028.

Uma decisão judicial publicada na quinta-feira, 18, colocou em risco a renovação dessa concessão. A Justiça Federal de Presidente Prudente (SP) suspendeu o processo de renovação de contrato de concessão da hidrelétrica de Porto Primavera, atendendo a um pedido de uma ação civil pública movida pelo escritório Advocacia Garcez em nome do Sindicato dos Trabalhadores Energéticos do Estado de São Paulo.

O governo paulista correu na manhã desta sexta-feira, 19, para reverter a sentença do juiz Newton José Falcão, da 2ª Vara Federal de Presidente Prudente, e obteve junto ao Tribunal Regional Federal da 3ª Região um mandado de segurança para suspender os efeitos da sentença do juiz.

Além da usina de Porto Primavera, localizada no Rio Paraná, a Cesp opera outras duas usinas hidrelétricas, Jaguari e Paraibuna, no Rio Paraíba, cujos contratos de concessão vencem em 2020 e 2021, respectivamente . Juntas, as três usinas somam 1.654 MW de capacidade instalada.

Somente Porto Primavera responde por 1.540 MW.A joint venture entre Votorantim Energia e a CPPIB, constituída em dezembro de 2017, representou o primeiro investimento em infraestrutura do fundo canadense no Brasil. À época, o chefe de Infraestrutura na América Latina do CPPIB, Ricardo Szlejf, havia anunciado a expectativa de investir pelo menos R$ 3 bilhões em ativos operacionais ou em desenvolvimento na geração de energia no País.

Embora a empresa tenha começado com projetos no segmento eólico, o executivo sinalizava o plano de diversificar as fontes, buscando também projetos solares e hidráulicos - de grande ou pequeno porte -, dada a expertise da Votorantim em hidrelétricas. (Colaborou Letícia Fucuchima)
ESTADÃO CONTEÚDO Leia mais em dci  19/10/18


19 outubro 2018



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