24 outubro 2018

Cultura Inglesa compra a escola de idiomas Britannia no Rio

Após quatro meses de negociação, a Cultura Inglesa fechou a compra do Britannia, escola de inglês com 11 unidades no Rio de Janeiro, somando 2.500 alunos. Com o acordo, essas filiais serão incorporadas à rede da Cultura Inglesa, que será a marca-mãe da operação. Ao todo, serão 55 mil alunos espalhados em cinco estados. O movimento integra a estratégia da empresa — que foi adquirida pelo Gera Venture, fundo de investimento do empresário Jorge Paulo Leman, em 2016 — de ampliar suas operações com um leque de produtos complementares no segmento de educação básica. O valor do negócio não foi divulgado.

— A Cultura Inglesa, o curso de inglês, é o principal pilar do nosso negócio, que está agora estruturado sob uma holding batizada como Spot  Educação.  Ela abraça a Cultura Inglesa, o Edify, que é o nosso programa bilíngue para escolas particulares, além da CodeBuddy (antiga Buddys), rede de escolas de programação e robótica. Estamos atentos a oportunidades que estejam em linha com o nosso projeto — explicou Marina Fontoura, presidente da Cultura Inglesa em Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás, Distrito Federal e Rio Grande do Sul. As negociações com o Britannia estão ancoradas na afinidade pedagógica das duas redes de idiomas. Na prática, a operação será integrada à da Cultura Inglesa. A previsão é que a maior parte dos 65 professores da rede carioca seja também absorvida. Em caso de sobreposição, unidades de uma ou de outra poderão ser fechadas.

— Avançamos em integrar habilidades socioemocionais ao curso nos últimos anos. A marca, as atividades e as filiais do Britannia vão operar normalmente até o fim deste ano. A incorporação será feita a partir de 2019. Como temos 2.500 alunos, serão centenas de novas turmas na Cultura Inglesa, o que vai demandar a absorção desses professores — contou Richard Vasconcelos, atual presidente do Britannia, e que deixa o negócio a partir do ano que vem.

A operação no Rio de Janeiro é a maior da Cultura Inglesa, onde tem 35 mil alunos. Marina afirma que, a despeito das adiversidades na economia, o grupo vai encerrar 2018 com estabilidade e pequeno crescimento no faturamento, com a perspectiva de crescer acima da inflação no ano que vem.

À época da aquisição pelo Gera, o grupo divulgou que previa investir R$ 50 milhões em inovação em ensino entre 2017 e 2019. Este ano, as operações da Edify, iniciadas no ano passado, dobraram de tamanho, diz Marina. O programa já atende a 25 escolas distribuídas pelo país, somando oito mil alunos:

— É uma solução de programa bilíngue para escolas e que tem o inglês não apenas como fim, mas como meio para o processo de aprendizado. Além de material didático, inclui também apoio pedagógico, ajuda na escolha e no desenvolvimento dos professores. E é um forte vetor de crescimento para os próximos anos.

Aposta em curso com 50% do conteúdo oferecidos on-linePor trás do negócio como Britannia, sustenta Juedir Viana, professor do MBA em Varejo da FGV, há estudos detalhados sobre aspectos pedagógicos, comerciais e operacionais. Assim, diz ele, mesmo com a crise econômica atual e o desafio imposto à área de educação pelo avanço das novas tecnologias, a Cultura Inglesa se beneficia da aquisição:

— Houve certamente um estudo de viabilidade para que este negócio fosse fechado. Entretanto, não podemos esquecer que o mundo virtual tem se tornado um grande concorrente para escolas de idioma, oferecendo vídeos e aulas gratuitas.


Talvez a Cultura, com essa aquisição, esteja querendo se firmar no mercado presencial para começar a apostar com mais força no virtual — pondera Viana.O professor relembra que o ensino de língua estrangeira, principalmente na rede pública de ensino, ainda tem precariedades, e continua havendo mercado para as escolas de idiomas, principalmente as de inglês. Atenta a esse movimento, a Cultura Inglesa abriu uma unidade do Newie em Nilópolis, na Baixada Fluminense.

Trata-se de um curso de inglês voltado para adultos, com preços mais acessíveis ao ser estruturado com 50% do conteúdo oferecido por meio de ensino à distância (EAD). — De início, a ideia era criar uma rede de unidades, mas no atual momento econômico esta não é uma prioridade. O Newie já funciona, contudo, como uma opção de curso de inglês dentro de algumas de nossas filiais, como as do Centro e da Taquara. Ano que vem, chegará a Nova Iguaçu — explica Marina.  O Globo Leia mais sofatos 23/10/2018


24 outubro 2018



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