12 julho 2018

TI - RADAR de Fusões e Aquisições, em junho/2018

As operações de fusões e aquisições de empresas de Tecnologia da Informação – TI e Telecom no primeiro semestre de 2018, apresentaram crescimento no volume de negócios e no montante dos investimentos, influenciadas basicamente por duas transações.
 No mês de junho/18,  foram apuradas 29 transações, representando um crescimento de 61,1% em relação ao mês do ano anterior e de 7,4% comparado com jun/17.  No acumulado do ano, com 132 transações,  a queda foi de 3,6%, e um crescimento de 155,2% no montante investido.
  Quanto ao  montante dos investimentos no mês, foi apurado o valor de R$ 4,5 bilhões, significando um crescimento de 142,9% em relação ao mês do ano anterior.
  Os segmentos de maior volume de operações no mês foram SOFTWARE  e  MÍDIA. No acumulado do ano lideraram os de SOFTWARE  e  SERVIÇOS DE TI.
  Em junho, os Investidores Financeiros foram  mais ativos em volume - 15 negócios, e os Investidores Estratégicos realizaram 14.  No ano, os Investidores Financeiros realizaram 73  operações (55,3%), enquanto os Investidores Estratégicos somaram 59 negócios.
  Os Investidores Nacionais, por sua vez, foram responsáveis por 100 operações ( 75,8%)  do volume,   e por 8,8%, dos investimentos, no valor de R$ 1,3 bilhão. Os Estrangeiros ficaram com 91,2%, no acumulado do ano, com montante estimado em R$ 13,7 bilhões.
  Somente três países investiram neste mês em cinco negócios. No acumulado do ano, foram 32 operações com investidores estrangeiros, sendo  os EUA responsáveis por 47% dos negócios.
  O Indicador de Volume de Transações de M&A do mês sinaliza a continuidade da queda.
  A maior transação no mês de junho foi a PagSeguro captando US$ 1,1 bilhão em oferta de ações nos EUA.
  Vale ressaltar que somente duas operações - de oferta de ações da PagSeguro, nos EUA, em jan e jun, no valor de R$ 11,5 bilhões -  alteraram significativamente o contexto de desempenho do setor.
Excluindo estas operações, a redução do volume dos negócios no 1º sem/18, seria de 5,1%, e os montantes investidos registrariam uma queda de 39,9%. Infelizmente este contexto está mais aderente ao cenário que o país está atravessando, de  câmbio e juros impactando a pressão externa; insegurança ditada pelas incertezas na disputa da eleição presidencial; e a deterioracão por conta da paralisia nas reformas econômicas.

Operações de Fusões e Aquisições de Tecnologia da Informação – TI e Telecom, noticiadas com destaque na imprensa brasileira ao longo do mês corrente As informações deste relatório, elaborado pelo Blog FUSÕES & AQUISIÇÕES (http://fusoesaquisicoes.blogspot.com.br) estão apresentadas em blocos, detalhando as transações por Volumes e Valores, Segmentos, Racional do Investimento, Porte das empresas, Perfil do Investidor, Destaques do mês, etc.

ANÁLISE DO MÊS

Principais constatações.

No acumulado do primeiro semestre de 2018, com 132 transações, verificou-se uma queda de 3,6%, do volume comparativamente ao mesmo período de 2017. No mês de junho/2018, foram realizadas 29 transações,  representando um crescimento de 7,4%  em relação ao mesmo mês do ano passado (27 operações).


No fluxo de transações realizadas trimestralmente, verifica-se em junho uma retomada do crescimento em relação ao trimestre anterior.


O objetivo do Indicador de Volume de Transações de M&A é sinalizar uma expectativa de tendência, com base na análise do verificado nos períodos semestrais móveis. O período móvel findo em junho/18, indica a continuidade da queda da curva nos últimos meses, sinalizando um novo ciclo de queda.



Os segmentos de maior volume de operações em junho/18, foram os de SOFTWARE  e MÍDIA, representando uma concentração de 72% das transações.


Na classificação entre os Segmentos de TI no mês de junho, os subsegmentos de Finanças, Comunicações, Educação, Saúde, Energia e Meio ambiente, Setor público.. (Verticais App) e BI, CRM, ERP, HR, SCM,CM,.. (Horizontais App) de SOFTWARE foram os mais ativo, juntamente com Conteúdo/mídia digital e serviços de marketing, de MÍDIA. No acumulado do primeiro semestre do ano, SOFTWARE lidera o número de transações,  com 55,6%, seguido por SERVIÇOS DE TI, com 15,3%.


* Corrigido o quadro acima em set/2018

O montante de transações no acumulado de 2018, alcançou   R$ 15,0 bilhões, representando um crescimento expressivo de 155,2% sobre igual período do ano anterior - fortemente influenciado pelo  IPO  da PagSeguro, em janeiro e junho,  levantando US$2,7 bi e US$ 1,1 bilhão, respectivamente.
No mês de junho, o total das transações, incluindo as operações que divulgaram os valores (96,3%) e as não divulgadas (estimados) 3,7%, alcançaram cerca de R$ 4,5 bilhões, representando um crescimento de 142,9%  em relação ao mês de junho/17.

Comparando-se o número de transações do acumulado do primeiro semestre do ano, por segmentos, compiladas nos últimos três anos,  verifica-se  que somente os segmentos de SOFTWARE e de SERVIÇOS DE TI acusaram crescimento.


Quanto à representatividade das transações por segmentos,  nos últimos 5 anos - considerando  somente o 1º semestre -, constata-se um aumento expressivo de 3 segmentos: Software, Serviços de TI e Mídia. Em 2014, estes e segmentos representavam 58,3% do total das operações, atualmente concentram 83,3%.


RACIONAL DO INVESTIMENTO
A intenção é distinguir as transações de M&A na área de TI, Telecom e Mídia, em função da Tese de Investimento, ou seja, os conceitos que prevaleceram para a aquisição da empresa-alvo. Na maior parte das vezes a notícia não é muito clara a respeito dos direcionadores de valor que levaram à aquisição. Mesmo assim, procurou-se identificar as premissas sobre o Racional da transação para segregar em 4 grandes grupos, de modo a permitir o entendimento das principais vetores que estão orientando os investidores estratégicos e financeiros.
No acumulado do ano, as operações com o racional do investimento direcionado para Escala prevaleceram - voltadas para ampliar a participação de mercado em alguns segmentos ou geografias.

(1) Aumentar a atual capacidade ou faturamento; penetrar em novos mercados geográficos
(2) Aumentar ofertas de novos produtos e serviços – expansão/ complemento do mix, ampliar competências
(3)Aumentar market-share, aproveitar sinergias e economias de escala, geralmente entre duas companhias com negócios similares
(4) Empresa brasileira adquire empresa de capital estrangeiro – acesso a mercados globais seja no âmbito do escopo, seja de escala;

PORTE DAS EMPRESAS
O objetivo é proporcionar uma visão das transações classificadas em função do porte das empresas. Utilizou-se o critério adotado pelo BNDES e aplicável a todos os setores para a classificação do porte em função da Receita Bruta anual (informada ou estimada).
Em relação à segregação dos investimentos por porte, destaque em junho para o crescimento das operações de pequeno e médio portes.


 • Microempresa <= R$ 2,4 milhões
 • Pequena empresa > R$ 2,4 milhões e <= R$ 16 milhões
 • Média empresa > R$ 16 milhões e <= R$ 90 milhões
 • Média-grande empresa > R$ 90 milhões e <= R$ 300 milhões
 • Grande empresa > R$ 300 milhões

Quanto à representatividade das transações sob a ótica do Porte,  nos últimos 5 anos - considerando somente o 1º Semestre  -, observa-se uma queda da participação das micros  e pequenas operações.


PERFIL DO INVESTIDOR
Em relação ao perfil do investidor das 29 operações destacadas, os Investidores Estratégicos foram responsáveis por 14 negócios em jun/18, sendo 11 de capital nacional.  Os investidores Financeiros realizaram  15 negócios, sendo 13 de capital nacional e 2 de capital estrangeiro.
No acumulado do primeiro 1º Semestre de 2018, o Investidor Financeiro se destaca com maior número de operações - 73 (55,3%)
Por sua vez,  o Investidor de Capital Nacional foi mais ativo com 100 operações (75,8%), enquanto o Investidor Estrangeiro foi responsável por 32 negócios (24,2%).

Já no que tange ao montante das transações no mês, de R$ 4,5 bilhões, os Investidores Estrangeiros foram responsáveis por 93,0% dos investimentos enquanto os Estrangeiros ficaram com 7,0%.
No acumulado do ano, R$ 15,0 bilhões, verificou-se um crescimento de 155,2% comparado ao mesmo período do ano passado,   os Investidores estrangeiros responderam por 91,2%, com montante estimado em R$ 13,7 bilhões, (fortemente influenciado pelas Ofertas da PagSeguro ) enquanto os Nacionais foram responsáveis por 8,8%, com um valor de R$ 1,3 bilhão.


(1) Empresa adquire outra empresa (controladora ou não) relevante do ponto de vista estratégico, a fim de ter acesso a tecnologia, produto ou serviço.
(2) Fundo de Investimento Private Equity; Venture Capital, Angel;
(3) Empresa de capital nacional adquirindo participação em empresa brasileira (controladora ou não).
(4) Fundo de Investimento de capital estrangeiro adquirindo participação em empresa brasileira (controlador ou não).

VALOR MÉDIO
O valor médio das transações no primeiro semestre do ano foi de R$ 114 milhões, representando um crescimento de 11,0% em relacão ao acumulado dos primeiros cinco meses do ano.

NACIONALIDADE DOS INVESTIDORES
Em relação à nacionalidade das empresas que estão investindo no Brasil no mês de jun/18, foram apuradas 5 operações. No acumulado do ano, foram 32 operações com investidores estrangeiros.




MAIOR TRANSAÇÃO DIVULGADA NO MÊS
A maior transação no mês de junho, foi a PagSeguro eleva captação para US$ 1,1 bilhão em oferta de ações. 26/06/2018

RELAÇÃO DAS TRANSAÇÕES
A relação das transações de Fusões e Aquisições na área de TI, segue a data em que foram divulgadas pela imprensa e compiladas pelo blog fusoesaquisicoes.blogspot.com. Todas podem ser pesquisadas e localizadas no blog.

RELATÓRIO ANTERIOR: TI - RADAR de Fusões e Aquisições, em maio/2018

M&A - QUEM, O QUÊ, QUANDO, QUANTO, COMO e POR QUÊ
 O RADAR de M&A em TI tem o propósito de captar o “clima” do mercado das operações de Fusões e Aquisições bem como sinalizar suas principais tendências. Trata-se da compilação de notícias visando tornar mais acessíveis e conhecidos os negócios de fusão, aquisição e venda anunciados/realizados entre empresas com atuação no Brasil. Todas as informações sobre os negócios citados no presente relatório são obtidas a partir de notícias consideradas confiáveis publicadas pela imprensa e divulgadas no “estado" pelo blog FUSOESAQUISICOES.BLOGSPOT http://fusoesaquisicoes.blogspot.com.br , não sendo feita qualquer verificação quanto à sua veracidade, precisão ou integridade do conteúdo. Operações divulgadas em relatórios anteriores podem sofrer alterações, por conta de cancelamentos, renegociações, atualizações,  etc. Sempre que possível, serão mencionados os nomes dos compradores – investidor estratégico ou fundos de private equity, dos vendedores, a tese de investimento e principais “value drivers”, o valor da transação, forma de pagamento, múltiplos praticados (Valor da Empresa/EBITDA, Valor da Empresa/Receita) etc. Muitas vezes a notícia não é clara a respeito dos valores/forma de pagamentos e respectivos múltiplos. É bem-vinda toda e qualquer contribuição para tornar as informações mais precisas e transparentes. 

12 julho 2018



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