As operações de fusões e aquisições de empresas de Tecnologia da Informação – TI e Telecom no primeiro semestre de 2018, apresentaram crescimento no volume de negócios e no montante dos investimentos, influenciadas basicamente por duas transações.
No mês de junho/18, foram apuradas 29 transações, representando um crescimento de 61,1% em relação ao mês do ano anterior e de 7,4% comparado com jun/17. No acumulado do ano, com 132 transações, a queda foi de 3,6%, e um crescimento de 155,2% no montante investido.
Quanto ao montante dos investimentos no mês, foi apurado o valor de R$ 4,5 bilhões, significando um crescimento de 142,9% em relação ao mês do ano anterior.
Os segmentos de maior volume de operações no mês foram SOFTWARE e MÍDIA. No acumulado do ano lideraram os de SOFTWARE e SERVIÇOS DE TI.
Em junho, os Investidores Financeiros foram mais ativos em volume - 15 negócios, e os Investidores Estratégicos realizaram 14. No ano, os Investidores Financeiros realizaram 73 operações (55,3%), enquanto os Investidores Estratégicos somaram 59 negócios.
Os Investidores Nacionais, por sua vez, foram responsáveis por 100 operações ( 75,8%) do volume, e por 8,8%, dos investimentos, no valor de R$ 1,3 bilhão. Os Estrangeiros ficaram com 91,2%, no acumulado do ano, com montante estimado em R$ 13,7 bilhões.
Somente três países investiram neste mês em cinco negócios. No acumulado do ano, foram 32 operações com investidores estrangeiros, sendo os EUA responsáveis por 47% dos negócios.
O Indicador de Volume de Transações de M&A do mês sinaliza a continuidade da queda.
A maior transação no mês de junho foi a PagSeguro captando US$ 1,1 bilhão em oferta de ações nos EUA.
Vale ressaltar que somente duas operações - de oferta de ações da PagSeguro, nos EUA, em jan e jun, no valor de R$ 11,5 bilhões - alteraram significativamente o contexto de desempenho do setor.
Excluindo estas operações, a redução do volume dos negócios no 1º sem/18, seria de 5,1%, e os montantes investidos registrariam uma queda de 39,9%. Infelizmente este contexto está mais aderente ao cenário que o país está atravessando, de câmbio e juros impactando a pressão externa; insegurança ditada pelas incertezas na disputa da eleição presidencial; e a deterioracão por conta da paralisia nas reformas econômicas.
Operações de Fusões e Aquisições de Tecnologia da Informação – TI e Telecom, noticiadas com destaque na imprensa brasileira ao longo do mês corrente As informações deste relatório, elaborado pelo Blog FUSÕES & AQUISIÇÕES (http://fusoesaquisicoes.blogspot.com.br) estão apresentadas em blocos, detalhando as transações por Volumes e Valores, Segmentos, Racional do Investimento, Porte das empresas, Perfil do Investidor, Destaques do mês, etc.
ANÁLISE DO MÊS
Principais constatações.
No acumulado do primeiro semestre de 2018, com 132 transações, verificou-se uma queda de 3,6%, do volume comparativamente ao mesmo período de 2017. No mês de junho/2018, foram realizadas 29 transações, representando um crescimento de 7,4% em relação ao mesmo mês do ano passado (27 operações).
No fluxo de transações realizadas trimestralmente, verifica-se em junho uma retomada do crescimento em relação ao trimestre anterior.
O objetivo do Indicador de Volume de Transações de M&A é sinalizar uma expectativa de tendência, com base na análise do verificado nos períodos semestrais móveis. O período móvel findo em junho/18, indica a continuidade da queda da curva nos últimos meses, sinalizando um novo ciclo de queda.
Os segmentos de maior volume de operações em junho/18, foram os de SOFTWARE e MÍDIA, representando uma concentração de 72% das transações.
Na classificação entre os Segmentos de TI no mês de junho, os subsegmentos de Finanças, Comunicações, Educação, Saúde, Energia e Meio ambiente, Setor público.. (Verticais App) e BI, CRM, ERP, HR, SCM,CM,.. (Horizontais App) de SOFTWARE foram os mais ativo, juntamente com Conteúdo/mídia digital e serviços de marketing, de MÍDIA. No acumulado do primeiro semestre do ano, SOFTWARE lidera o número de transações, com 55,6%, seguido por SERVIÇOS DE TI, com 15,3%.
* Corrigido o quadro acima em set/2018
O montante de transações no acumulado de 2018, alcançou R$ 15,0 bilhões, representando um crescimento expressivo de 155,2% sobre igual período do ano anterior - fortemente influenciado pelo IPO da PagSeguro, em janeiro e junho, levantando US$2,7 bi e US$ 1,1 bilhão, respectivamente.
No mês de junho, o total das transações, incluindo as operações que divulgaram os valores (96,3%) e as não divulgadas (estimados) 3,7%, alcançaram cerca de R$ 4,5 bilhões, representando um crescimento de 142,9% em relação ao mês de junho/17.
Comparando-se o número de transações do acumulado do primeiro semestre do ano, por segmentos, compiladas nos últimos três anos, verifica-se que somente os segmentos de SOFTWARE e de SERVIÇOS DE TI acusaram crescimento.
Quanto à representatividade das transações por segmentos, nos últimos 5 anos - considerando somente o 1º semestre -, constata-se um aumento expressivo de 3 segmentos: Software, Serviços de TI e Mídia. Em 2014, estes e segmentos representavam 58,3% do total das operações, atualmente concentram 83,3%.
RACIONAL DO INVESTIMENTO
A intenção é distinguir as transações de M&A na área de TI, Telecom e Mídia, em função da Tese de Investimento, ou seja, os conceitos que prevaleceram para a aquisição da empresa-alvo. Na maior parte das vezes a notícia não é muito clara a respeito dos direcionadores de valor que levaram à aquisição. Mesmo assim, procurou-se identificar as premissas sobre o Racional da transação para segregar em 4 grandes grupos, de modo a permitir o entendimento das principais vetores que estão orientando os investidores estratégicos e financeiros.
No acumulado do ano, as operações com o racional do investimento direcionado para Escala prevaleceram - voltadas para ampliar a participação de mercado em alguns segmentos ou geografias.
(1) Aumentar a atual capacidade ou faturamento; penetrar em novos mercados geográficos
(2) Aumentar ofertas de novos produtos e serviços – expansão/ complemento do mix, ampliar competências
(3)Aumentar market-share, aproveitar sinergias e economias de escala, geralmente entre duas companhias com negócios similares
(4) Empresa brasileira adquire empresa de capital estrangeiro – acesso a mercados globais seja no âmbito do escopo, seja de escala;
PORTE DAS EMPRESAS
O objetivo é proporcionar uma visão das transações classificadas em função do porte das empresas. Utilizou-se o critério adotado pelo BNDES e aplicável a todos os setores para a classificação do porte em função da Receita Bruta anual (informada ou estimada).
Em relação à segregação dos investimentos por porte, destaque em junho para o crescimento das operações de pequeno e médio portes.
• Microempresa <= R$ 2,4 milhões
• Pequena empresa > R$ 2,4 milhões e <= R$ 16 milhões
• Média empresa > R$ 16 milhões e <= R$ 90 milhões
• Média-grande empresa > R$ 90 milhões e <= R$ 300 milhões
• Grande empresa > R$ 300 milhões
Quanto à representatividade das transações sob a ótica do Porte, nos últimos 5 anos - considerando somente o 1º Semestre -, observa-se uma queda da participação das micros e pequenas operações.
PERFIL DO INVESTIDOR
Em relação ao perfil do investidor das 29 operações destacadas, os Investidores Estratégicos foram responsáveis por 14 negócios em jun/18, sendo 11 de capital nacional. Os investidores Financeiros realizaram 15 negócios, sendo 13 de capital nacional e 2 de capital estrangeiro.
No acumulado do primeiro 1º Semestre de 2018, o Investidor Financeiro se destaca com maior número de operações - 73 (55,3%)
Por sua vez, o Investidor de Capital Nacional foi mais ativo com 100 operações (75,8%), enquanto o Investidor Estrangeiro foi responsável por 32 negócios (24,2%).
Já no que tange ao montante das transações no mês, de R$ 4,5 bilhões, os Investidores Estrangeiros foram responsáveis por 93,0% dos investimentos enquanto os Estrangeiros ficaram com 7,0%.
No acumulado do ano, R$ 15,0 bilhões, verificou-se um crescimento de 155,2% comparado ao mesmo período do ano passado, os Investidores estrangeiros responderam por 91,2%, com montante estimado em R$ 13,7 bilhões, (fortemente influenciado pelas Ofertas da PagSeguro ) enquanto os Nacionais foram responsáveis por 8,8%, com um valor de R$ 1,3 bilhão.
(1) Empresa adquire outra empresa (controladora ou não) relevante do ponto de vista estratégico, a fim de ter acesso a tecnologia, produto ou serviço.
(2) Fundo de Investimento Private Equity; Venture Capital, Angel;
(3) Empresa de capital nacional adquirindo participação em empresa brasileira (controladora ou não).
(4) Fundo de Investimento de capital estrangeiro adquirindo participação em empresa brasileira (controlador ou não).
VALOR MÉDIO
O valor médio das transações no primeiro semestre do ano foi de R$ 114 milhões, representando um crescimento de 11,0% em relacão ao acumulado dos primeiros cinco meses do ano.
NACIONALIDADE DOS INVESTIDORES
Em relação à nacionalidade das empresas que estão investindo no Brasil no mês de jun/18, foram apuradas 5 operações. No acumulado do ano, foram 32 operações com investidores estrangeiros.
MAIOR TRANSAÇÃO DIVULGADA NO MÊS
A maior transação no mês de junho, foi a PagSeguro eleva captação para US$ 1,1 bilhão em oferta de ações. 26/06/2018
RELAÇÃO DAS TRANSAÇÕES
A relação das transações de Fusões e Aquisições na área de TI, segue a data em que foram divulgadas pela imprensa e compiladas pelo blog fusoesaquisicoes.blogspot.com. Todas podem ser pesquisadas e localizadas no blog.
RELATÓRIO ANTERIOR: TI - RADAR de Fusões e Aquisições, em maio/2018
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