16 maio 2016

Recessão econômica e crise política desaceleram atividade de M&A no Brasil

Resultado se deu com a queda dos preços das commodities e do petróleo, além dos escândalos de corrupção e até mesmo surto do Zika vírus.

O Deal Flow Predictor (DFP), relatório da Intralinks sobre as tendências e previsões para níveis de atividades futuras em fusões e aquisições (M&A) em estágio inicial, prevê a desaceleração das atividades globais de M&A em estágio inicial para o ano de 2016, quando comparadas a 2015. A queda de 0,8% no primeiro trimestre de 2016 já é reflexo do lento ritmo de recuperação econômica global, agravada pelos baixos preços das commodities e do petróleo, desvalorização da economia chinesa e fraco desempenho dos mercados emergentes.

“Em meio à incerteza econômica em âmbito global, começamos a notar a desaceleração, principalmente, das atividades de M&A nas Américas Latina e do Norte”, afirma Matt Porzio, vice-presidente de estratégia de M&A e marketing de produto da Intralinks. “Com base em nossos insights sobre atividades de M&A, prevemos que sejam mantidos os anúncios de novas fusões e aquisições nos próximos nove meses de 2016, sem aumento expressivo ou bruscas quedas.”

Segundo o relatório, a região Ásia-Pacífico apresenta contínuo crescimento em decorrência da ascensão da classe média e das economias locais que continuam a atrair investidores, mesmo com a desaceleração chinesa. Já na EMEA (Europa, Oriente Médio e África), a recuperação de economias europeias combinadas com medidas adotadas pelo Banco Central Europeu (BCE), fomentam os níveis de M&A na região.

Crise política e econômica no Brasil esfria M&A na América Latina

O primeiro trimestre de 2016 foi um revés para a atividade de M&A na América Latina, com queda registrada de 9,1%, na comparação anual.

“A atividade de M&A na região vinha crescendo consideravelmente nos últimos trimestres devido à recessão e a variação cambial, que fizeram com que as empresas locais apresentassem menores valores e, consequentemente, fossem mais atraentes para os investidores internacionais”, explica Cláudio Yamashita, Diretor Geral da Intralinks no Brasil.

A instabilidade política, a corrupção e até o surto do Zika vírus foram responsáveis pela baixa das fusões e aquisições no país nos três primeiros meses de 2016.

O primeiro trimestre nas outras regiões

A América do Norte viu as atividades de M&A despencarem 9,2% em relação ao trimestre anterior, uma resposta dos investidores à ascensão do candidato republicano, Donald Trump, à presidência dos Estados Unidos. Por outro lado, a região EMEA avançou 7,5% nas negociações, mesmo com a diminuição em 8,4% das fusões e aquisições da Alemanha – consequência da baixa de exportações de bens de capital para a China e a ‘política de portas abertas’ defendida pela chanceler, Angela Merkel. A região Ásia-Pacífico registrou aumento de 9,7% neste trimestre inicial de 2016. O contínuo crescimento é consequência da boa fase das economias locais, com exceção da Austrália que enfrenta um colapso resultante dos preços das commodities e dependência da relação com a China para entrada de investidores no país.

A Intralinks também realizou em abril de 2016 a Sentiment Survey, uma pesquisa global realizada com 1500 profissionais de M&A para medir as sensações e visões dos negociadores sobre o mercado.  As respostas da pesquisa revelaram que:

Globalmente

A porcentagem de negociadores que estão otimistas sobre o ambiente de negócio atual aumentou para 47%, contra 43% do trimestre anterior. Aumento de 1% nas expectativas da EMEA e declínio da Ásia-Pacífico e América do Norte.

46% dos entrevistados da América do Norte acreditam que vitória de Donald Trump para presidência dos EUA terá um impacto negativo sobre o M&A em sua região. Já uma possível vitória do democrata Bernie Sanders, seria negativa para 73% dos respondentes.

Para 87% dos negociadores da EMEA, a saída do Reino Unido da União Europeia impactará as atividades na região, sendo negativa para 83% desses.

Os respondentes de todas as regiões, com exceção da América Latina, acreditam que uma desaceleração da economia mundial tenha impacto negativo sobre a atividade de M&A em sua região durante os próximos seis meses. Os tomadores de decisões da América Latina, no entanto, esperam que as commodities, o preço da energia e as políticas monetárias tenham impacto mais significativo nas atividades de M&A de sua região nos próximos seis meses. Caio Alves  Leia mais em ipnews 16/05/2016  

16 maio 2016



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