Banco ficará com 17% da empresa que causou contestações e preocupação ao ganhar concessão do aeroporto com ágio de 159%
A Triunfo Participações e Investimentos (TPI) anunciou ontem a entrada do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como sócio da empresa. A BNDESPar, braço de participações do banco de fomento, passará a ter entre 11% e 17% do capital social da companhia, ue detém concessões na área e rodovias, aeroportos e energia, além de autorização para operar um terminal portuário em Santa Catarina.
A operação consiste no lançamento de 30 milhões de ações, no valor total de R$ 330 milhões. O BNDES aprovou a integralização total da emissão, que representa 17% do capital social da companhia. Caso haja interesse dos minoritários, a instituição terá garantia de, pelo menos, 11% de participação (ou 65% da quantidade de ações negociadas no mercado).
As negociações para o ingresso do BNDES na empresa começaram no iníciodo ano, segundo o diretor administrativo-financeiro e de relações com investidores da TPI, Sandro Lima. Antes disso, a empresa estudou outras alternativas de capitalização no mercado. “Mas a sociedade com o BNDES se mostrou a opção mais vantajosa.”
O executivo explica que o dinheiro será usado em novos investimentos no setor de infraes- trutura, em especial nas concessões rodoviárias e de energia que o governo federal pretende colocar na praça ainda este ano. “Ainda não há um direcionamento específico para os recursos, mas es- tamos nos preparando para competir e disputar os novos leilões que o govemo promoverá.”
Concessões. A TPI tem tido presença frequente, agressiva e polêmica nos leilões de concessão, seja do governo federal ou estadual. Na última disputa, arrematou o Aeroporto de Viracopos, em Campinas, em parceria com a UTC Participações e a francesa Egis Airport.
O lance, de R$ 3,82 bilhões, com ágio de 159,75%, provocou contestações administrativas por parte dos concorrentes e muita desconfiança do mercado em relação ao fôlego financeiro do grupo vencedor a ponto de deixar integrantes do governo federal ressabiados. Na ocasião, analistas e agências de classificação de risco demonstraram preocupação com o nível de endividamento da TPI, que representa 3,2 vezes a geração de caixa.
Lima garante que os valores referente aos investimentos em Viracopos já estão equacionados com empréstimos do BNDES. Essa nova capitalização não será direcionada ao aeroporto nem a compromissos a vencer. “Não temos dívida vencendo no curto prazo. Nossa estratégia é usar os recursos para novos investimentos e para o crescimento da companhia”, afirma o executivo.
A operação ainda dependerá de aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Depois disso, será encaminhado para aprovação do Conselho de Administração da Companhia.Renée Pereira
Fonte: O Estado de São Paulo 10/04/2013
10 abril 2013
Triunfo, sócia de Viracopos, terá aporte do BNDES
quarta-feira, abril 10, 2013
Infraestrutura, Investimentos, Plano de Negócio, Tese Investimento, Transações MA
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Ruy Moura
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