24 abril 2013

Publicis: US$ 4 bi em aquisições digitais

Meta é que 75% da receita do grupo venha de negócios digitais até 2018

O Grupo Publicis anunciou, num encontro com investidores realizados na terça-feira 23, que planeja investir US$ 4 bilhões em aquisições nos próximos cinco anos. Isso significa que o objetivo é incorporar empresas a uma taxa de investimento que varia entre US$ 650 mi e US$ 780 mi por ano. A meta é chegar a 2018 tendo o digital como responsável por 75% das receitas do grupo.

Como o próprio Publicis e outros grupos já adquiriram a maior parte dos grandes players digitais, a holding agora irá se concentrar nas empresas de pequeno e médio porte desta disciplina em mercados emergentes. “Há pouquíssimas grandes, se é que ainda existem. Será uma série de aquisições e é um trabalho duro achar as certas. É por isso que este é um plano de cinco – e não dois anos”, disse Levy. A aquisição do provedor de soluções em tecnologia indiano Neeve, na última semana, é um exemplo do tipo de negócio que o Publicis focará até 2018.

O encontro com investidores foi o primeiro em cinco anos – e, num movimento inédito, foi organizado em Londres por ser a cidade onde reside a maioria de executivos-chave e analistas da companhia. As novidades anunciadas põem por terra a impressão de que o grupo estaria diminuindo o apetite por aquisições face às quantias que movimentou com este objetivo nos últimos anos. Em 2012, a LBi foi adquirida por US$ 450 milhões e a Rokkan, por US$ 575 mi – mesma quantia paga pela Rosetta, em 2011. Somam-se a essas transações a compra da Razorfish (US$ 530 mi) em 2009 e da Digitas (US$ 1,3 bi) em 2007.

Outro ponto-chave destacado no encontro com investidores foi o vínculo que a cúpula do Publicis criou com o Vale do Silício. Como prova disso, Levy exibiu vídeos em que a COO do Facebook, Sheryl Sandberg; e o Executive Chairman do Google, Eric Schimdt, aparecem louvando o Publicis – e Levy, em especial.

Sheryl falou sobre o “belo escritório em Paris” de Levy e disse que “ninguém entende esse novo mundo melhor que o Publicis”. O tão falado livro da executiva, “Faça Acontecer”, foi incluído nas sacolas entregues aos participantes do encontro. Esse interesse do Publicis por se aproximar do universo da tecnologia foi depois reforçado com o acordo entre o braço Starcom Mediavest e o Twitter, anunciado esta semana. “Nós mudamos o modelo de negócios e das agências”, disse Levy. “Não somos apenas focados em mídia e em contar histórias, mas também marketing e vendas. E nos aproximamos da área de tecnologia e inovação. Esperamos grande crescimento e melhores margens porque mudamos o modelo. Não será só uma medida mágica que mudará nossos resultados, então estamos fazendo uma série de coisas em diferentes áreas para entregar a solução mais correta.”

Além de Levy, 25 executivos de destaque global do grupo se apresentaram aos investidores, incluindo o COO e Executive Chairman da Publicis Worldwide, Jean-Yves Naouri; e o CFO Jean-Michel Étienne. Participaram do encontro, ainda, os CEOs globais da Leo Burnett, DigitasLBi, Rosetta, Razorfish, ZenithOptimedia, Starcom Media Vest e MSL.

Paulo Giovanni, CEO da Leo Burnett no Brasil, participou de um painel com Betilla Teo, CEO da Starcom Media Vest para a China. O encontro foi aberto por Naouri, num preâmbulo sobre a relevância dos mercados brasileiro e chinês.

Sucessão de Levy

Quando perguntado se estaria no grupo em 2018 para anunciar os resultados da estratégia recém-lançada, Levy foi taxativo ao dizer que já terá deixado o Publicis. “Estou desapontado por você não perguntarem se estarei por aqui em 2080, e não em 2018”, brincou Levy, antes de dizer que já terá deixado o grupo e que, como está ocupado com as tarefas de CEO, o board do Publicis está comandando a procura por seu sucessor.

Aos 71 anos, Levy é CEO do Publicis desde 1987 e sua decisão de permanecer neste posto por tanto tempo gerou muitas especulações sobre quem irá sucedê-lo. O escolhido pode estar entre os executivos que compareceram ao evento de Londres, no grupo conhecido como “Carrossel do Silício”. Por Emma Hall, do Advertising Age Tradução: Eduardo Duarte Zanelato
Fonte: meioemensagem 24/04/2013

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24 abril 2013



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