08 abril 2013

Itaú enfrenta Bradesco na reta final pela aquisição da Credicard do Citi

Outros pretendentes teriam desisitido do negócio, que deve ser anunciado no final desta semana ou na próxima

 Na reta final das negociações de compra e venda da Credicard, atualmente controlada pelo Citibank Brasil, a briga ficou concentrada entre Itaú e Bradesco, segundo uma fonte (que não quis se identificar) disse na sexta- feira ao BRASILECONÔMICO. Nenhum dos bancos envolvidos admite publicamente a negociação. Não háumprazo final determinado, mas provavelmente, o nome do ganhador será anunciado no final desta semana, ou no máximo na semana que vem.

 Michael Corbat, presidente mundial do banco que assumiu em outubro a missão de reestruturar a instituição, chega amanhã para uma visita ao país e tem audiência marcada com a presidente Dilma Rousseff. Sua chegada alimentou especulações sobre o anúncio do negócio mas, segundo a reportagem apurou, será uma visita anual de praxe.

 Segundo levantamento feito pela Austin Rating, a pedido do Brasil Econômico, a receita dos bancos brasileiros com cartões (tarifas como as de emissão e anuidade, ganhos relacionados à atividade de credenciamento, menos receitas com juros) em 2012 foi de R$ 7,9 bilhões no Itaú e de R$ 5,7 bilhões no Bradesco. O Itaú desponta como favorito mas a batalha ainda não está vencida. Perder o negócio do qual já foi um dos três acionistas controladores (aço o próprio Citi e Unibanco) para o Bradesco seria uma dupla derrota difícil de engolir.

 O apetite do Itaú não se restringe à área de cartões de crédito. O banco vem admitindo grande interesse por expansão na América Latina, com especial apreço pelo renascente México, o que poderia indicar que o Itaú estaria negociando mais do que a Credicard com o Citi. No entanto, uma fonte a par do assunto disse que há interesse estratégico em aquisições, mas não negociações em andamento com o Citi. Outra fonte disse, ainda, que o Citi não teria interesse em vender seus negócios no Brasil — não agora. Em 2012 o lucro líquido recorrente do grupo no Brasil ficou em R$ 737 milhões, ante R$ 672 milhões no ano anterior (o total publicado, de R$ 1,8 bilhão em 2011, incluía ganhos extraordinários).

Mas, como o Citi está voltando às suas origens no Brasil focando de novo em clientes da alta renda, vender a financeira que tem foco diferente faz sentido. “Para que o Citi ia querer 4,7 milhões de clientes da Credicard para administrar, se não tem mais produtos para vender a esses consumidores?”, pergunta outra fonte que também preferiu não se identificar.

 A Credicard foi criada em 1978 pelo Citibank, com Itaú e Unibanco como sócios até 2004, quando o segundo vendeu sua parte. Desde 2009, o Citibank comprou a parte do Itaú e tem a exclusividade da marca Credicard. Na época, a empresa foi avaliada em US$ 1,4 bilhão. Hoje, o valor da venda estaria em torno de R$ 2 bilhões.

 A Credicard tem atualmente uma base de 4,7 milhões de cartões de crédito e responde por 10% do faturamento do mercado, segundo a própria empresa. A empresa também tem portal de vendas online. ■ Colaborou Flávia Furlan Por Léa De Luca, Brasil Econômico
 Fonte:cvmclipping 08/04/2013

08 abril 2013



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