As perdas por essas ligações clandestinas corresponderam a 54,45% do mercado de clientes residenciais (baixa tensão) da Light ao final de dezembro
A Light tem planos de vender sua participação na hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, em meio a uma estratégia de desinvestimento de ativos não essenciais, disse nesta sexta-feira a presidente da companhia, Ana Marta Horta Veloso.
Em teleconferência com analistas, a executiva destacou ainda que a empresa responsável pela distribuição de energia na região metropolitana do Rio de Janeiro conseguiu reverter tendência de alta em perdas não-técnicas, causadas por ligações ilegais, os populares "gatos" de energia.
As perdas por essas ligações clandestinas corresponderam a 54,45% do mercado de clientes residenciais (baixa tensão) da Light ao final de dezembro, contra 55,42% em setembro e 55,36% em junho.
"Pela primeira vez em dois anos registramos queda tão significativa em um trimestre", afirmou a CEO, destacando a melhoria de tendência para o indicador.
O combate às perdas é o principal pilar da gestão da Light, segundo a executiva, que destacou também ações como a busca por redução de custos com pessoal, materiais e serviços (PMSO) e a venda de alguns ativos, principalmente os vistos como não essenciais ou nos quais a empresa não detém o controle.
Além de Belo Monte, os ativos que podem ser alvo de desinvestimento incluem a fatia da empresa na Guanhães Energia, que controla pequenas hidrelétricas em Minas Gerais, segundo Ana Marta.
Tanto na usina do rio Xingu quanto na Guanhães, a Cemig é sócia junto com a estatal mineira Cemig, ex-controladora da empresa.
NOVO CAMINHO
Os planos da Light de se desfazer das participações vêm após a Cemig ter deixado de ser controladora da empresa em julho do ano passado, ao reduzir sua fatia na elétrica por meio de uma oferta pública.
Em Belo Monte, a Light é sócia indireta com 25% da Amazônia Energia, um veículo que detém 9,8% da usina no Pará, criado em parceria com a Cemig. A Cemig também possui 49% da Guanhães Energia.
Sob a gestão de Ana Marta Veloso, que assumiu o comando da companhia em maio de 2019, a Light já vendeu sua participação na Renova Energia, empresa de geração limpa na qual também era sócia da Cemig.
A companhia vendeu sua parcela de 17,17% na Renova, que tem enfrentado consecutivos prejuízos, pelo valor simbólico de apenas 1 real, em negócio fechado em outubro junto a um fundo controlado pelos fundadores da empresa de energia renovável, Ricardo Lopes Delneri e Renato do Amaral.
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Ruy Moura
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