15 março 2020

Eneva quer fusão com AES Tietê em negócio de R$ 6,6 bilhões

Segundo comunicado da empresa, a combinação dos negócios transformaria a companhia em uma gigante de geração energia, com 6,4 gigawatts em capacidade até 2024

A elétrica Eneva anunciou que fez uma proposta à geradora AES Tietê, da norte-americana AES, de combinar os negócios entre as companhias com o objetivo de criar uma “gigante no setor de geração” no Brasil. A informação foi comunicada pelas empresas no dia 2 de março.

A AES Tietê terá 60 dias para avaliar a oferta, envolvendo um total de cerca de R$ 6,6 bilhões, sendo R$ 2,75 bilhões em dinheiro e aproximadamente R$ 3,9 bilhões em ações da Eneva. O acordo ainda incluiria um prêmio de 13,3% sobre o preço das ações da AES Tietê.

Segundo a Eneva em comunicado, o negócio resultaria na segunda maior empresa privada de geração de energia listada no Brasil. Para se ter ideia do tamanho do negócio, a Eneva tem como principais acionistas o BTG Pactual e a Cambuhy Investimentos, empresa da bilionária família Moreira Salles, cada um com 22,95% das ações, e opera principalmente termelétricas a gás, com portfólio que soma 2,8 gigawatts em capacidade instalada, dos quais 78% já operacionais.

Já AES Tietê é dona de um grande parque de hidrelétricas e mais recentemente passou a apostar na expansão por meio de usinas eólicas e solares. A companhia possui 3,35 gigawatts em capacidade instalada total, com projetos em implementação que a levarão a alcançar 3,9 gigawatts.

De acordo com o comunicado, a combinação dos negócios, transformaria a companhia em uma gigante de 6,4 gigawatts em capacidade até 2024. Hoje, a Engie Brasil Energia, da francesa Engie, líder privada em geração no Brasil conta com 8,7 gigawatts em geração no Brasil, seguida por 8,3 gigawatts da CTG Brasil, unidade local da chinesa Three Gorges Corporation, que não é listada.

O presidente da Eneva, Pedro Zinner, destacou que há muito valor a ser gerado através dessa combinação de negócios. “Grande parte do valor da operação está em você consolidar um portfólio que combina ativos hídricos com termelétricos, eólicos e solares”, disse.

Ele ainda complementa que, com a operação, a nova companhia passaria a ter uma geração de caixa mais estável, um risco de crédito menor e melhor acesso ao mercado de capitais. “Assim, a empresa estaria mais preparada para crescer e atender à demanda do setor de energia nos próximos anos”, acrescentou.

Segundo a Eneva, a implementação da proposta seria realizada por meio da incorporação das ações da AES Tietê pela empresa, em estrutura que contemplaria a entrega de ações da Eneva aos acionistas da AES Tietê e pagamento de uma parcela em dinheiro de R$ 2,75 bilhões.

No caso, os acionistas da AES Tietê receberiam no negócio um total de 91.994.693 milhões de ações da Eneva, equivalentes a 22,58% do capital social da companhia. Isso corresponderia a 0,0461 ação ordinária da Eneva para cada ação ordinária ou preferencial da AES Tietê, ou 0,2305 por unit da AES Tietê, mais os recursos em dinheiro.

A AES Tietê disse em nota que está analisando a oferta “de forma detalhada, mantendo o mercado informado sobre eventuais desdobramentos”.

A Eneva reiterou em comunicado ue a combinação de ativos termelétricos da companhia com as hidrelétricas e os ativos eólicos e solares da AES Tietê seria um “casamento perfeito”, representado uma oportunidade única para as empresas e seus acionistas”. .. Leia mais em portalsolar 14/03/2020


15 março 2020



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