31 março 2020

Após coronavírus, empresas de capital aberto intensificam pedido de recompra de ações

Forte queda nos preços dos papéis na Bolsa estimula movimento de grupos comprando seus próprios ativos

A forte queda do preço das ações na B3, a Bolsa de Valores brasileira, por conta do novo coronavírus, estimulou um movimento de empresas para a recompra de seus próprios papéis em circulação no mercado. No mês de março até ontem, 25 companhias registraram pedido de aquisição de suas ações na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) – volume cinco vezes maior que o observado em fevereiro.

Nesta lista, estão os três maiores frigoríficos do País – JBS, Marfrig e BRF –, construtoras, como Eztec, Trisul, Cyrela e Gafisa, além de bancos médios como Inter e BMG e a própria B3. Em todo o ano de 2019, 30 companhias abriram programas de recompra de ações, um movimento comum quando os mercados acionários perdem valor. Foi assim na crise global de 2008, durante a recessão de 2015 e logo após o Joesley Day, em maio de 2017, quando veio à tona as gravações do empresário Joesley Batista, dono da JBS, com o presidente Michel Temer.

A operação de recompra, prevista na Lei das S.A., serve como estabilizador de preços das ações, explica Alexandre Bertoldi, sócio-gestor do Pinheiro Neto Advogados, um dos mais tradicionais escritórios de advocacia do País. “Esse movimento é uma aposta de que a empresa confia no seu negócio”, disse. “Quem tem dinheiro em caixa pode avaliar a alocação de capital”, disse.

"A queda (dos papéis) aumentou a atratividade de nossas ações”, disse Marcelo Martins, vice-presidente de Finanças e de Relações com o Mercado do grupo Cosan. “Nós temos consistentemente investido na recompra de ações em linha com nossa estratégia de que essa é a melhor forma de investir o nosso capital no próprio grupo. Tem sido assim nos últimos quatro anos, sem perder foco em disciplina e nível de alavancagem.”  ...  Mônica Scaramuzzo, O Estado de S. Paulo Leia mais em estadão 31/03/2020

31 março 2020



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