21 novembro 2019

Esta startup de seguro para celular já vale R$ 450 milhões

Insurtech Pitzi captou investimento de 60 milhões de reais. Objetivo é aumentar uso dos seguros para celular na população brasileira de 4% para 90% nos próximos 5 anos

Os smartphones são cada vez mais importantes na vida do brasileiro – mas contratar uma proteção contra danos e furtos aos 230 milhões de celulares inteligentes pelo país ainda é um privilégio para apenas 4% da população. O empreendedor Daniel Hatkoff criou a startup do ramo de seguros Pitzi para mudar esse quadro. Hoje, a ideia de negócio vale 450 milhões de reais.

A avaliação de mercado veio neste mês, quando a insurtech captou um novo investimento de 60 milhões de reais. Os recursos servirão para acelerar o negócio, das parcerias às contratações e melhorias na operação. A Pitzi atende um milhão de donos de smartphone – mas acredita que seu mercado é muito maior.

O americano Daniel Hatkoff começou a olhar para oportunidades no mercado brasileiro em 2010, quando trabalhava em um fundo de investimentos. “As pessoas começavam a ver o poder transformador dos smartphones nas relações de compras, comunicação e trabalho. Foi um momento importante para a tecnologia no país”, diz.

Hatkoff se mudou para o Brasil no mesmo ano. Morando nos estados de Santa Catarina e Mato Grosso, estudou ideias de negócio que tivessem a ver com smartphones. O executivo percebeu como os celulares inteligentes custavam caro no país e como era financeiramente difícil consertar ou comprar outro aparelho no caso de furto.

Em 2012, nasceu a Pitzi: uma startup do ramo de seguros que democratiza a proteção para celulares inteligentes. “Não dá mais para ficar sem o smartphone. Buscamos construir um produto tão bom em qualidade e preço que a pessoa sinta a necessidade de adquiri-lo”, diz Hatkoff.

A Pitzi conversa com fábricas e seguradoras parceiras para colocar uma camada de tecnologia no atendimento aos donos de smartphones buscando seguros.

Quem monta os produtos são seguradoras parceiras, como Mapfre e Zurich. Já a aquisição de clientes costuma vir da compra de um aparelho nos 2,5 mil pontos de venda parceiros da Pitzi, como as lojas das operadoras de telefonia Claro, Oi, TIM e Vivo. A proteção da insurtech é oferecida como adicional.

A Pitzi trabalha com um prazo de cinco dias úteis para reposição de um celular inteligente em caso de danos ou furto. Mas costuma entregar em dois dias úteis, diz Hatkoff. A insurtech investe em inteligência artificial para identificar fraudes nos pedidos de indenização e também para predizer a produção necessária de smartphones nas fábricas e a consequente logística dos aparelhos.

Hoje, a Pitzi atende um milhão de clientes. O plano é contratado anualmente e custa 25% do valor do aparelho. “Ainda é um valor alto. Estamos trabalhando para deixá-lo mais acessível”, diz o fundador. O crescimento médio mensal da Pitzi vai de 10 a 20%

Investimentos e planos de expansão da Pitzi
A nova rodada de 60 milhões de reais foi liderada pelos fundos QED Investors (que também aportou nas fintechs brasileiras Creditas e Nubank) e WTI (investidores nas fintechs americana Kabbage e PayJoy e na fintech queniana Tala). Anteriormente, a Pitzi já havia levantado 70 milhões de reais em outras três rodadas de investimento com fundos como DCM, Flybridge, KaszeK Ventures e Thrive. Ao todo, portanto, o negócio levantou 130 milhões de reais com investidores.

Os recursos serão usados para formar mais parcerias com varejistas e seguradoras. Também servirão para dobrar a equipe de 230 funcionários no próximo ano, contratando profissionais em desenvolvimento de produto, inteligência artificial e inteligência de negócios. O objetivo é entregar em um dia útil (next day delivery) em qualquer lugar do país em 2020.

A startup mais que dobrou de tamanho em 2018. Para este ano, espera crescer de três a quatro vezes. A democratização será fundamental para bater as metas e a transformar os 4% da população brasileira com alguma proteção ao seu smartphone em 30% nos próximos dois anos e em 90% nos próximos cinco anos. A ambição já vale 450 milhões de reais. Leia mais em revistapegn.globo 21/11/2019



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