04 novembro 2019

BNDES quer trocar perfil de ‘hedge fund’ por balanço previsível

 Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), presidido por Gustavo Montezano, quer extinguir sua carteira de participações acionárias em três anos, zerando os quase R$ 120 bilhões geridos hoje pela subsidiária BNDESPar. O Valor apurou que a proposta da nova administração não é eliminar a subsidiária, mas alterar substancialmente seu modelo de investimentos - com maior atuação com capital semente (“seed money”) e via fundos de investimento, por exemplo, reduzindo consideravelmente o risco financeiro diário da instituição.

A proposta é um pouco mais ambiciosa do que o governo vinha falando até agora, que tratava de redução das grandes posições em ações. “No modelo atual, o banco é um hedge fund”, diz uma fonte graduada ligada à instituição, referindo-se ao fato de a carteira de ações ser superior ao patrimônio do banco. “Em três anos, a carteira tem que estar mais próxima de zero possível, fazendo com que o resultado do banco de fomento seja monótono, previsível, e não especulativo”, complementa a fonte.

Nesta segunda-feira, o conselho de administração da BNDESPar vai avaliar propostas da diretoria para alterar normativos referentes a essa atuação e ao processo de venda de participações. Na medida de avaliação de risco VaR (value at risk), que está em torno de 5% do patrimônio líquido da subsidiária, o banco de fomento pode perder até R$ 5,6 bilhões em variações diárias e quer reduzir isso para R$ 600 milhões no prazo de três anos. Mas, se os desinvestimentos acontecerem conforme os planos, é possível que o banco chegue ao fim de 2022 com menos do que isso como carteira total.

Para se ter uma ideia, o VaR médio diário consolidado do Itaú Unibanco não chega a R$ 400 milhões. Já o do BTG Pactual, que era considerado um pouco mais agressivo que bancos de varejo, é de R$ 147 milhões, cerca de 0,7% do patrimônio líquido médio.... Leia mais em valoreconomico 04/11/2019

04 novembro 2019



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