Maior regulação bancária e taxas de juros menores contribuem para o crescimento das startups que atuam no segmento
Apesar de não tão conhecidas como as fintechs de pagamento, que em geral oferecem serviços para o consumidor final, as startups que criaram negócios sob o modelo de antecipação de recebíveis estão ganhando a atenção de investidores e empresas por oferecem uma alternativa válida para empresas que enfrentam dificuldades para obter empréstimos de grandes bancos.
O modelo de antecipação de recebíveis se caracteriza pela negociação entre o banco e o potencial credor, que entrega como garantia de pagamento notas fiscais de produtos ou serviços (conhecidos como duplicatas) que serão pagos no futuro: os recebíveis. Ou seja: nessa operação, a pessoa prefere “perder” parte do dinheiro que receberia em troca de captar a quantia no momento.
Além do modelo, a princípio, ter uma margem de risco mais controlada, dois fatores recentes reforçaram a segurança da modalidade: a criação da Lei 13.775/18, que autoriza a criação de duplicatas eletrônicas, o que evita o envio de documentos falsos; e a redução da taxa Selic, que faz com que esses negócios consigam oferecer condições de juros similares às de grandes bancos.
De acordo com dados do Banco Central, a linha de crédito via antecipação de recebíveis foi a que mais cresceu entre todas as disponibilizadas pelas instituições financeiras às empresas. No total, foram emprestados R$ 83,7 bilhões, alta de 31,5% em relação ao mesmo período de 2018.
Além de apresentarem taxas de juro similares às dos bancos, essas fintechs saem na frente por terem uma operação mais enxuta e altamente digitalizada, o que facilita na hora da aceitação ou recusa de recebíveis. Por conta disso, pequenas e médias empresas estão começando a recorrer mais a esses negócios, já que esse modelo de empréstimo é fornecido de forma bem restrita pelas instituições financeiras mais tradicionais.
Modelos e empresas
As fintechs de antecipação de recebíveis atuam sob dois modelos distintos. Ou ela intermedia a relação entre a empresa que precisa de dinheiro e outra companhia que possui caixa, recebendo uma comissão pelo “match”, ou ela se auto capitaliza e compra de fato a nota fiscal do fornecedor, entregue para empresa que deseja o empréstimo.
Alguns nomes de startups brasileiras que trabalham dentro desse modelo é a Antecipa, que recebeu recentemente uma injeção de R$ 4,5 milhões do fundo de venture capital Redpoint Ventures; também existe a Adianta, que já recebeu R$ 13 milhões em três rodadas de aportes e está planejando a quarta captação. *Fonte: Valor Econômico..Leia mais em com computerworld 18/10/2019
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