17 julho 2019

TI - RADAR de Fusões e Aquisições, em junho/19

   Crescimento consolidado dos negócios de fusões e aquisições de empresas de Tecnologia da Informação – TI e Telecom no Brasil, no 1º semestre de 2019.
   Os primeiros seis meses de 2019, registraram um crescimento de 34%, com 177 negócios, correspondendo a um investimento de  R$ 21,7 bilhões - volume superior em  44%,  em relação ao mesmo período do ano passado. Só no mês de junho/19, foram 38 transações, com  um aumento de 31,0%, e investimento de R$ 4,6 bilhões - crescimento de 2,0%,  em relação ao mesmo mês do ano  anterior.
   O 2º trimestre/19 registra recorde histórico quanto ao volume de operações realizadas.
   Os segmentos de maior volume de operações no mês  foram os de SOFTWARE, SERVIÇOS DE TI  e COMÉRCIO ELETRÔNICO.
   Quanto à representatividade das transações: por Segmento - nos últimos 5 anos, constata-se um realinhamento ao perfil histórico do grau concentração em 3 segmentos, na faixa de 72%: Software, Serviços de TI e Mídia; sob a ótica do Porte,  neste mesmo período, observa-se uma tendência de retomada da participação das Médias e Grandes. Em 2017, estes segmentos representavam 34,3% do total das operações, e atualmente concentram 44,6%.
    Em junho, os negócios foram igualmente distribuídos entre investidores estratégicos e financeiros - 19 cada. No acumulado do ano,  os Estratégicos realizaram 91 operações, enquanto os Financeiros alcançaram 86 negócios. Os Investidores Nacionais responderam, nesse mesmo período,  por 120 negócios (67,8%), equivalente a  21,9% dos investimentos, no montante estimado em R$ 4,8bilhões, enquanto os Estrangeiros foram responsáveis por 57 operações - 32,2%, representando um investimento de R$ 16,9 bilhões -  78,1%.
    Neste mês foram registradas 16 operações com investidores estrangeiros, sendo que só os EUA, responderam por 7 negócios.  No acumulado do ano, são 57 transações.
    O Indicador de Volume de Transações de M&A do mês sinaliza a continuidade do  ciclo de crescimento.
    Maiores negócios: do mês,  foi a oferta de ações da Linx que movimentou R$ 1,2 bi na NYSE, marcando a primeira listagem de uma empresa brasileira nos EUA desde o IPO da Stone em outubro de 2018; as três maiores transações do 1º semestre de 2019: (1º) - América Móvil adquirindo a Nextel Brasil por US$ 905 milhões; ()  Stone movimenta US$ 789,7 milhões em oferta secundária de ações, em abr/19; () Mercado Livre após captar US$ 1,85 bilhão (R$ 7,2 bilhões) com investidores, a empresa de comércio eletrônico vai colocar R$ 3 bilhões na operação brasileira neste ano.

Operações de Fusões e Aquisições de Tecnologia da Informação – TI e Telecom, noticiadas com destaque na imprensa brasileira ao longo do mês corrente As informações deste relatório, elaborado pelo Blog FUSÕES & AQUISIÇÕES (http://fusoesaquisicoes.blogspot.com.br) estão apresentadas em blocos, detalhando as transações por Volumes e Valores, Segmentos, Racional do Investimento, Porte das empresas, Perfil do Investidor, Destaques do mês, etc.

ANÁLISE DO MÊS E DO 1º SEMESTRE

Principais constatações.

Volume de negócios - No primeiro semestre de 2019, com 177 transações, verificou-se um crescimento de 34,1% comparativamente ao mesmo período de 2018. No mês de junho/19, foram realizadas 38 transações,  um crescimento de 31,0%  em relação ao mesmo mês do ano  anterior (29 transações).


Recorde histórico de transações trimestrais. Significativo volume no 2º trimestre/19, com crescimento de  49,3%  em relação ao trimestre  anterior.



Tendência - O objetivo do Indicador de Volume de Transações de M&A é sinalizar uma expectativa de tendência, com base na análise do verificado nos períodos semestrais móveis. O período móvel findo em junho/19, mantém a tendência do crescimento dos últimos meses (interrompida em abril/19), e sinaliza  a continuidade do  ciclo.



Maiores apetites - Os segmentos de maior volume de operações em junho/19, foram os de SOFTWARE, SERVIÇOS DE TI e COMÉRCIO ELETRÔNICO representando uma concentração de 74%.


Segmentação - Na classificação entre os Segmentos de TI no mês de junho, o subsegmento de Finanças, Comunicações, Educação, Saúde, Energia e Meio ambiente, Setor público.. Recursos Humanos.. (Verticais App) de SOFTWARE  foi o mais ativo. No acumulado dos primeiros seis meses do ano, SOFTWARE  vem liderando o número de transações, seguido por SERVIÇOS DE TI.

Valor dos investimentos -  No mês de junho, o total das transações, incluindo as operações que divulgaram os valores (85,3%) e as não divulgadas (estimadas  14,7%), alcançaram R$ 4,6 bilhões, representando um crescimento de  2,0%  em relação ao mês de junho/18.



Segregação setorial nos últimos três anos - Comparando-se o número de transações do 1º semestre/19, por segmentos, compiladas nos últimos três anos,  verifica-se  o crescimento mais representativo nos segmentos de  SERVIÇOS DE INTERNET e SERVIÇOS DE TI. De outro lado, queda do segmento de SOFTWARE.


Concentração setorial - Quanto à representatividade das transações por segmentos  nos últimos 5 anos, constata-se um realinhamento ao perfil histórico do grau concentração em 3 segmentos, na faixa de 72%: Software, Serviços de TI e Mídia.
Em 2015 estes  segmentos representavam 57,2% do total das operações, atualmente concentram 72,3%.


Racional de investimento - A intenção é distinguir as transações de M&A na área de TI, Telecom e Mídia, em função da Tese de Investimento, ou seja, os conceitos que prevaleceram para a aquisição da empresa-alvo. Na maior parte das vezes a notícia não é muito clara a respeito dos direcionadores de valor que levaram à aquisição. Mesmo assim, procurou-se identificar as premissas sobre o Racional da transação para segregar em 4 grandes grupos, de modo a permitir o entendimento das principais vetores que estão orientando os investidores estratégicos e financeiros.
No acumulado do ano, as operações com o racional do investimento direcionado para Escala prevaleceram - voltadas para ampliar a participação de mercado em alguns segmentos ou geografias.

(1) Aumentar a atual capacidade ou faturamento; penetrar em novos mercados geográficos
(2) Aumentar ofertas de novos produtos e serviços – expansão/ complemento do mix, ampliar competências
(3)Aumentar market-share, aproveitar sinergias e economias de escala, geralmente entre duas companhias com negócios similares
(4) Empresa brasileira adquire empresa de capital estrangeiro – acesso a mercados globais seja no âmbito do escopo, seja de escala;

Porte das empresas - O objetivo é proporcionar uma visão das transações classificadas em função do porte das empresas. Utilizou-se o critério adotado pelo BNDES e aplicável a todos os setores para a classificação do porte em função da Receita Bruta anual (informada ou estimada).
Em relação ao porte, os investidores deram preferência para empresas de pequeno porte no presente mês.
Importante ressaltar o crescimento significativo de transações de Grande empresas.


 • Microempresa <= R$ 2,4 milhões
 • Pequena empresa > R$ 2,4 milhões e <= R$ 16 milhões
 • Média empresa > R$ 16 milhões e <= R$ 90 milhões
 • Média-grande empresa > R$ 90 milhões e <= R$ 300 milhões
 • Grande empresa > R$ 300 milhões

Concentração por porte - Quanto à representatividade das transações sob a ótica do Porte,  nos últimos cinco anos, observa-se uma tendência de retomada da participação das Médias e Grandes empresas no volume dos negócios no primeiro semestre.  Em 2017, estes segmentos representavam 34,3% do total das operações, e atualmente concentram 44,6%.



Perfil do investidor - Em relação ao perfil do investidor no corrente mês, das 38 operações destacadas, os Investidores Estratégicos foram responsáveis por 19 negócios. Desse volume, 10 operações foram realizadas por empresas de capital nacional e 9 de capital estrangeiro. Os investidores Financeiros também realizaram  19 negócios, sendo 12 de capital nacional e 7 de capital estrangeiro.
No acumulado do ano, o Investidor Estratégico se destaca com maior número de operações - 91, enquanto os Financeiros alcançaram 86.
Por sua vez,  o Investidor de Capital Nacional foi mais ativo com 120 operações (67,8%), enquanto o Investidor Estrangeiro foi responsável por 57 negócios (32,2%).




Investimentos nacionais & estrangeiros - Já no que tange ao montante das transações no mês, de R$ 4,6 bilhões, os Investidores Estrangeiros foram responsáveis por 82,2% dos investimentos enquanto os Nacionais ficaram com 17,8%.

O montante das transações no acumulado do ano, alcançou   R$ 21,7 bilhões, representando um crescimento de 44,1% sobre igual período do ano anterior.  Os Investidores estrangeiros responderam por 78,1%, com montante estimado em R$ 16,9 bilhões, enquanto os Nacionais foram responsáveis por 21,9%, com um valor de R$ 4,8 bilhões.

(1) Empresa adquire outra empresa (controladora ou não) relevante do ponto de vista estratégico, a fim de ter acesso a tecnologia, produto ou serviço.
(2) Fundo de Investimento Private Equity; Venture Capital, Angel;
(3) Empresa de capital nacional adquirindo participação em empresa brasileira (controladora ou não).
(4) Fundo de Investimento de capital estrangeiro adquirindo participação em empresa brasileira (controlador ou não).

Valor médio dos investimentos - O valor médio das transações no acumulado do ano  foi de R$ 122,5 milhões, representando um crescimento de 7,4%   em relação ao valor médio do mesmo período do ano passado.

Nacionalidade dos investidores - Em relação à nacionalidade das empresas que estão investindo no Brasil no mês de junho/19, quando foram registradas 16 operações, envolvendo 8 países.  Somente os EUA realizaram 7 transações.


Maior transação no mês - No mês de junho/19,  a oferta de ações da Linx movimenta mais de R$ 1 bi - A Linx e o BNDES levantaram juntos cerca de R$ 1,2 bilhão por meio de oferta primária e secundária de ações no Brasil e na NYSE, marcando a primeira listagem de uma empresa brasileira nos EUA desde o IPO da Stone em outubro de 2018.  - 27/06/2019

As 3 maiores transações do 1 semestre de 2019: () - América Móvil adquirisndo a Nextel Brasil por US$905 milhões, em março/19; ()  Stone movimenta US$ 789,7 milhões em oferta secundária de ações, em abr/19; () Mercado Livre fará investimento de R$ 3 bi  - Após captar US$ 1,85 bilhão (R$ 7,2 bilhões) com investidores, a empresa de comércio eletrônico Mercado Livre vai colocar R$ 3 bilhões na operação brasileira neste ano. março/2019

Relação das transações - A relação das transações de Fusões e Aquisições na área de TI, segue a data em que foram divulgadas pela imprensa e compiladas pelo blog fusoesaquisicoes.blogspot.com. Todas podem ser pesquisadas e localizadas no blog.
M&A - QUEM, O QUÊ, QUANDO, QUANTO, COMO e POR QUÊ
 O RADAR de M&A em TI tem o propósito de captar o “clima” do mercado das operações de Fusões e Aquisições bem como sinalizar suas principais tendências. Trata-se da compilação de notícias visando tornar mais acessíveis e conhecidos os negócios de fusão, aquisição e venda anunciados/realizados entre empresas com atuação no Brasil. Todas as informações sobre os negócios citados no presente relatório são obtidas a partir de notícias consideradas confiáveis publicadas pela imprensa e divulgadas no “estado" pelo blog FUSOESAQUISICOES.BLOGSPOT http://fusoesaquisicoes.blogspot.com.br , não sendo feita qualquer verificação quanto à sua veracidade, precisão ou integridade do conteúdo. Operações divulgadas em relatórios anteriores podem sofrer alterações, por conta de cancelamentos, renegociações, atualizações,  etc. Sempre que possível, serão mencionados os nomes dos compradores – investidor estratégico ou fundos de private equity, dos vendedores, a tese de investimento e principais “value drivers”, o valor da transação, forma de pagamento, múltiplos praticados (Valor da Empresa/EBITDA, Valor da Empresa/Receita) etc. Muitas vezes a notícia não é clara a respeito dos valores/forma de pagamentos e respectivos múltiplos. É bem-vinda toda e qualquer contribuição para tornar as informações mais precisas e transparentes.

17 julho 2019



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