Aquisições de controle representaram 81% das negociações no ano passado, diz Anbima.
O volume de fusões e aquisições anunciadas entre empresas no Brasil em 2018 cresceu 28% na comparação com o ano anterior, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) divulgados nesta segunda-feira (18).
Empresas brasileiras atraíram menos capital estrangeiro em 2018
O total de operações deste tipo somou R$ 177,2 bilhões no ano passado, contra R$ 138,4 bilhões em 2017. Já o número de fusões e aquisições chegou a 140, ligeiramente menor que em 2017, quando houve 143 operações.
Segundo o coordenador do subcomitê de fusões e aquisições da Anbima, Dimas Megna, foi um ano de grandes negociações. "As operações acima de US$ 10 bilhões apresentaram a maior participação dos últimos cinco anos", afirmou em teleconferência a jornalistas.
As 10 maiores transações no ano passado, incluindo os negociações como as anunciadas entre Fibria e Suzano e Embraer e Boeing, representaram 70% de todo o volume de fusões e aquisições de 2018.
"Isso é recorde. Transações bastante relevantes ocorreram em 2018 e concentraram boa parte do volume nesse período”, observou Megna.
Aquisições de controle
As aquisições de controle de empresas representaram 81% das operações no ano passado, permanecendo como a principal finalidade das fusões e aquisições. O volume negociado por operação, em sua maioria, ficou entre R$ 100 milhões e R$ 499 milhões.
As operações que resultaram em joint ventures – formação de uma nova empresa a partir de duas – responderam por R$ 5,7 bilhões, de acordo com o levantamento da Anbima.
Segundo Megna, o acordo entre Embraer e Boeing, anunciado no ano passado, teve um peso importante no ranking de maiores aquisições. O negócio entre as duas companhias foi avaliado em US$ 5,6 bilhões.
Papel e celulose e energia em destaque
O setor de papel de celulose, sozinho, representou a maior parte do volume de fusões e aquisições no ano passado. O destaque foi a fusão entre a Fibria e a Suzano, que criaram um novo negócio líder mundial no segmento, anunciado em R$ 47,6 bilhões.
Em quantidade, o setor de energia elétrica se destacou com 20 operações em 2018, segundo a Anbima, como a compra da Eletropaulo pela Enel em junho, por R$ 5,5 bilhões.
Veja abaixo o ranking das 10 maiores operações de fusões e aquisições em 2018 (Anbima):
- Fibria/Suzano: R$ 47,6 bilhões
- Oi/credores: R$ 17,6 bilhões
- Boeing/Embraer: R$ 16,4 bilhões
- Keystone Foods/Tyson Foods: R$ 9,4 bilhões
- Eletropaulo/Enel: R$ 7,5 bilhões
- Petrobras/Petrovida: R$ 5,6 bilhões
- Somos Educação/Kroton: R$ 5,4 bilhões
- Biosev/Louis Dreyfus: R$ 4,7 bilhões
- JV Caixa Seguridade e CNP/CNP Assurance: R$ 4,6 bilhões
- National Beef/Marfrig: R$ 3,9 bilhões
Por Taís Laporta, Leia mais em G1 18/03/2019
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