Debatidas no Wired Festival Brasil 2018, evoluções vão permitir projeções 3D em tempo real do organismo dos pacientes
A realidade aumentada vai permitir que médicos enxerguem dentro do paciente, tanto nas cirurgias quanto nos consultórios
Internet das Coisas, Big Data, Inteligência Artificial, Machine Learning e Realidade Aumentada estão elevando a medicina a uma nova fase. Essas tecnologias fazem isso ajudando na superação de gargalos como triagem ineficiente, diagnóstico tardio e demora na marcação de consultas e resultados de exames. Hospitais e empresas de tecnologia têm trabalhado em parceria no mundo todo para criar soluções tecnológicas que trazem mais eficiência e precisão.
"É uma mudança de cultura para todos, do médico ao paciente. Concretos e evidentes, os resultados das aplicações da tecnologia nos ambientes médicos estimulam as organizações a inovar ainda mais. É um círculo virtuoso”, explica Andrea Mannarino, diretora de operações da Embratel, que desenvolve soluções digitais para clientes de saúde e de outros segmentos.
Patrocinadora do Wired Festival Brasil 2018, realizado recentemente no Rio de Janeiro, a Embratel ofereceu palestras que discutiram justamente o momento de inovação por qual passa a saúde, assim como o seu futuro.
Passaram pelo Auditório Embratel nomes como James Dahlman, pesquisador de genética premiado pelo MIT, e Alexandre Chiavegatto Filho, diretor do Laboratório de Big Data e Análise Preditiva em Saúde da FSP/ USP. Eles e outros especialistas participantes foram unânimes em dizer que a tecnologia se tornou indispensável na evolução da medicina.
Chiavegatto Filho destacou como novas tecnologias preditivas informarão, por exemplo, quem vai morrer ou viver, entendendo o porquê dessas possibilidades. Os algoritmos baseados em machine learning — ou seja, que aprendem sozinhos — saberão com maior precisão quais chances temos de nos curar de doenças. A visão dele sobre o uso de aprendizado de máquina é totalmente otimista. "A inteligência artificial vai aumentar as possibilidades de trabalho dos profissionais da saúde."
Dahlman, por sua vez, mostrou como a introdução de células modificadas permite fazer correções no DNA. O que traz esperanças à cura de vários tipos de câncer. "Estamos agora tentando descobrir outras nanopartículas que sejam capazes de transformar outros órgãos", explicou o prestigiado bioengenheiro, revelando sua aposta no processamento inteligente dos dados.
No auditório Embratel, o premiado pesquisador James Dahlman falou de edição genética e tecnologia
As soluções digitais que já estão em uso ou em fase de testes contemplam desde conectividade (com links que interligam cidades, inclusive nas áreas remotas) ao desenvolvimento de softwares específicos para resolver problemas do dia a dia de hospitais, postos médicos e consultórios.
É como se uma onda tecnológica transformasse os espaços. A imagem tradicional do médico escrevendo em um papel diante do paciente vai sendo substituída, por exemplo, pela do profissional acompanhando o fluxo sanguíneo de alguém em tempo real, graças a uma projeção 3D de realidade aumentada. É uma verdadeira revolução em diferentes frentes, como mostram os itens abaixo.
1. ASSISTENTES VIRTUAIS E INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Uma tecnologia com a qual muitos pacientes já estão familiarizados, por causa dos smartphones, são os assistentes virtuais. Esses “robôs” usam Inteligência Artificial para responder, baseados em informações seguras, perguntas ou comandos. Nos hospitais, eles tornam possível, por exemplo, um primeiro atendimento via chatbot, que otimiza processos de triagem. Da mesma forma, potencializam a assistência 24 horas em casos de internações, em quartos equipados com microfones e sistemas capazes de transcrever voz em texto. Isso permite que o paciente interaja com enfermeiros a distância.
2. BIG DATA & ANALYTICS
Somar mobilidade com soluções de Big Data & Analytics permite analisar amostras de sangue em tempo recorde. Digitalizadas, as informações sobre o material podem ser transmitidas via internet à laboratórios, onde serão investigadas com ajuda de supercomputadores conectados com banco de dados. Reunindo informações úteis ao diagnóstico, a solução ajuda a obter resultados rápidos de exames, o que muitas vezes é crucial a um tratamento.
3. INTERNET DAS COISAS
Sensores conectados à internet podem reduzir os índices de acidentes durante internações. Nos quartos e leitos, os dispositivos – sensíveis a movimento, calor, luz e som – são instalados em câmeras ou lâmpadas para monitorar todas as ações dos pacientes. Com isso, os movimentos inesperados geram alertas a fim de impedir ocorrências como quedas de camas ou berços. Igualmente, sintomas como tosse e falta de ar são indicativos para agilizar atendimentos de emergência.
4. CLOUD COMPUTING
Assim como a precisão dos resultados, o acesso rápido aos dados dos exames pode ser definitivo para um diagnóstico. O processo fica muito mais ágil quando essas informações estão armazenadas na nuvem, em uma infraestrutura que ofereça performance, espaço e, principalmente, segurança, que garanta a privacidade de dados dos pacientes. Outro ganho de se contratar um serviço de cloud é ajudar as instituições a manterem seu foco na promoção da saúde, sem ter que ser preocupar com a manutenção de servidores próprios.
5. REALIDADE AUMENTADA
A realidade aumentada permitirá que o médico enxergue o paciente por dentro, em tempo real. A Universidade Federal de Uberlândia (UFU) já testa um sistema, o ARBioMed, que converte sinais cardiológicos dos pacientes em formatos digitais. Por meio de um “colar” codificado para cada pessoa, será possível acompanhar os batimentos do coração. Outro exemplo simples é usar a tecnologia para criar um mapa de veias no braço, que seria visto com óculos especiais... Leia mais em epocanegocios 10/12/2018
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Ruy Moura
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