IDP alcançou US$ 77 bilhões até novembro e deve chegar a US$ 83 bilhões no final de 2018, com impulso de envio de lucros de filiais de empresas brasileiras no exterior
A seis dias para o final do ano, confirma-se um ingresso de investimento direto no País (IDP) maior do que o que vinha sendo projetado pelo mercado financeiro e governo federal ao longo do ano. Para 2018, o Banco Central (BC) projeta entrada de IDP em US$ 83 bilhões, valor recorde e maior do que os US$ 72 bilhões projetados em setembro. Essa dinâmica ocorreu mais pelas operações entre as companhias do que pela atração de novos capitais, diferentemente do que se espera para 2019.
Segundo o coordenador do curso de administração do Instituto Mauá Tecnologia (IMT), Ricardo Balistiero, o aumento do IDP em 2019 será marcado pela entrada de novos recursos voltados, principalmente, para projetos de infraestrutura.
Entre janeiro e novembro de 2017 e iguais meses de 2018, houve um aumento de 18,5% no ingresso de IDP, de US$ 65,6 bilhões para US$ 77,7 bilhões. A alta foi puxada pelas operações entre empresas, que passaram de US$ 7,7 bilhões para US$ 25,9 bilhões, com destaque para o envio de lucro de filiais de empresas nacionais obtido exterior para as suas matrizes no Brasil.
Do ano passado para cá, essas remessas cresceram 72%, de US$ 18,6 bilhões para US$ 32 bilhões, mostram dados do Banco Central (BC).
Na avaliação de Balistiero, isso ocorreu pela forte disparada do dólar em relação real em meio à turbulência política provocada pelas eleições gerais. “Como no exterior a moeda está mais forte, a conversão em real se torna mais interessante”, comenta Balistiero.
“Diante da fraqueza da economia e do custo alto do crédito foi mais fácil para as empresas tocarem a produção com a reinversão de lucro de filiais no exterior do que captar recursos no mercado de capitais brasileiro”, explica o especialista.
O IDP em participação no capital – que são os recursos novos que chegam para o setor produtivo – caíram 10,3% até novembro, a US$ 51,8 bilhões.
Perspectivas positivas
O perfil do investimento estrangeiro deve mudar no ano que vem. O professor de finanças do Ibmec-RJ, Gilberto Braga, avalia que a agenda econômica liberal do novo governo eleito está em consonância com os anseios dos investidores internacionais.
Nas projeções dele, se medidas fiscais – como a reforma da Previdência Social – forem encaminhadas já no início do mandato, é possível que o IDP alcance US$ 100 bilhões ao final de 2019. O BC projeta ingressos de US$ 90 bilhões para 2019 contra US$ 80 bilhões estimados em setembro.
Para Balistiero, se o governo quiser atrair novos capitais, precisa colocar a pauta econômica acima da agenda conservadora de costumes. “Não pode gastar energia com pautas sem sentido, como o Escola sem Partido, por exemplo”, afirma. Para Balistiero, a expansão do IDP no próximo ano, diferentemente deste, deve ser impulsionada pela atração de novos investidores para projetos de infraestrutura. “A equipe que está sendo montada para a área é muito gabaritada”, reforça Balistiero.
Em nota, o Mitsubishi UFJ Financial Group (MUFJ) destacou que, para dezembro, o BC estima déficit em conta corrente de US$ 1,5 bilhão e IED US$ 7,0 bilhões (o IED em dezembro, até 19 de dezembro, já acumulou US $ 6,1 bilhões).
“Se esses números se confirmarem, então, para todo este ano, os Investimentos Diretos tendem a acumular níveis próximos a US$ 85 bilhões, sendo mais de 6 vezes maior que o déficit em conta corrente (US $ 13,6 bilhões)”, destacou a nota da instituição financeira. Leia mais em dci 26/112/2018
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Ruy Moura
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