02 abril 2018

Com fundos, GPS acelera aquisições

Ganhar escala discretamente com a aquisição de pequenas e médias empresas nas áreas de limpeza, segurança, logística interna, engenharia e refeições coletivas. Esta tem sido a estratégia do Grupo GPS, que no ano passado teve receita líquida de R$ 2,4 bilhões e prevê chegar a R$ 3 bilhões em 2018.

O plano é comprar ao menos duas concorrentes por ano, sempre com recursos próprios. Nos últimos 12 anos, a companhia desembolsou R$ 530 milhões em aquisições. O movimento mais ousado ocorreu no ano passado, quando foram comprados quatro empresas, entre elas a Graber, que correspondia a 40% do tamanho do próprio GPS, e a LC Restaurantes. Com esta, o GPS entrou no mercado de refeições coletivas.

"Procuramos empresas pela reputação e qualidade e que nos possibilite crescer em uma região importante. Sempre avaliamos empresas com margens reprimidas e que podem ter a administração melhorada. A estratégica é obter sinergias cortando custos", disse Luís Carlos Martinez, presidente do conglomerado. Ele é discreto e prefere não falar sobre os negócios do GPS, mas concedeu entrevista ao Valor.

O executivo chegou ao GPS em 2003, após alguns anos trabalhando na área financeira da petroquímica Braskem. Era a época em que o controlador do GPS, Carlos Pedreira, buscava profissionalizar a gestão da empresa. Pedreira havia conseguido contratos importantes no Porto de Santos (SP), e na SuperVia, que administra a rede ferroviária no Rio de Janeiro.

A companhia nasceu na Bahia, em 1962. Foi fundada por Hélio Bandeira. A atuação era restrita às atividades de limpeza, conservação, jardinagem e manutenção predial. Quase três décadas mais tarde, passou a atuar em segurança patrimonial. A reviravolta ocorreu quando Pedreira comprou a empresa em 1992, após ficar 19 anos na Odebrecht.

Foi em 2005 que o GPS fez a primeira aquisição, da paulista Planem, na área de segurança eletrônica. Pouco depois, o empresário José Caetano de Lacerda entrou como sócio. Em 2008, com dívida de R$ 55 milhões decorrente de captações a curto prazo e custo elevado, a empresa vendeu 29% das ações à gestora de recursos NEO Investimentos, por R$ 40 milhões.

Depois dessa reestruturação, Martinez disse que a empresa acelerou a taxa de crescimento orgânico para ao redor de 30% por ano. "A política é reinvestir a maior parte do lucro líquido no negócio e distribuir poucos dividendos". Há dois anos, a NEO vendeu sua fatia ao fundo de private equity Warburg Pincus, cujos ativos gerenciados somam cerca de US$ 35 bilhões.

No ano passado, o Grupo GPS obteve receita líquida de R$ 2,42 bilhões, avanço de 28% na comparação com 2016, sendo que a previsão para este ano é atingir R$ 3 bilhões. A companhia não revelou qual foi o lucro líquido de 2017, pois os resultados financeiros serão informados em maio, mas no ano anterior o indicador cresceu 18,8%, para R$ 124,279 milhões.

Segundo o executivo, um dos passos mais importantes foi a compra da Graber, com receita de R$ 700 milhões. O conglomerado fortaleceu a 02/04/2018 Com fundos, GPS acelera aquisições | Valor Econômico http://www.valor.com.br/empresas/5421709/com-fundos-gps-acelera-aquisicoes 2/4 musculatura para competir com as empresas G4S, Prosegur, Gocil e Manserv.

Para a aquisição da Graber, o GPS recebeu aporte da Gávea Investimentos, que ficou com 9% do capital social. A fatia do Pincus caiu para 28%. Um grupo de 15 executivos detém outros 16% da empresa, enquanto Pedreira e Lacerda estão com 47%.

Outra transação de destaque foi a da LC Restaurantes, com faturamento de R$ 300 milhões. Esta empresa vai ajudar o GPS a ampliar a oferta de serviços a dois mil clientes, oferecendo refeições. Com esse novo negócio, o GPS disputa mercado com empresas de refeições coletivas como Sodexo e Sapore.

Essas empresas, por sua vez, já oferecem serviços de limpeza e manutenção predial. A Sodexo entrou nesse segmento em 2014 e a Sapore, no ano passado.

Martinez afirmou que já consegue notar a retomada da economia devido à quantidade de serviços extras solicitados pelos clientes neste trimestre.

"Podas de plantas e manutenções adicionais foram 3% do faturamento em 2017, mas já alcançou 5% neste ano. Em 2012, chegou a 12%".  - Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 02/04/2018

02 abril 2018



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