16 fevereiro 2018

Startup trabalha em tecnologia para aumentar o tempo de vida e curar o câncer

Celularity recebeu US$ 290 milhões em investimentos

E se os 60 anos de hoje fossem os 100 anos de amanhã? É essa a ambição da startup de biotecnologia Celularity. A empresa trabalha com células-tronco retiradas de placentas humanas para desenvolver formas de estender o tempo de vida das pessoas e curar alguns tipos de câncer. A startup recebeu até agora US$ 290 milhões em investimentos.

"Meu objetivo é fazer com que as próximas gerações cresçam em um mundo onde o câncer é tratado como um resfriado comum, e que os mecanismos de regeneração natural do corpo se mantenham ativos ao longo de nossas vidas", disse o CEO da Celularity, Dr. Robert Hariri, ao CNBC Make It. "Pense sobre o que fazemos como um negócio de refinaria. A placenta é nosso petróleo. O que fazemos é encontrá-la e perfurá-la."

A startup já colocou no mercado produtos que utilizam as células-tronco para beneficiar pacientes. Os curativos biológicos, estilo band-aid, desenvolvidos por eles, por exemplo, promotem acelerar o processo de cicatrização de ferimentos e queimaduras. Há também produtos com células-tronco injetáveis que permitem a restauração mais rápida de tecidos e órgãos.

Os itens para o tratamento imunoterápico ainda estão sendo desenvolvidos pela Celularity. O objetivo é que eles fortaleçam o sistema imunológico do paciente, de forma a auxiliar no combate a doenças mais graves, como o câncer.

As células-tronco são aquelas encontradas no corpo humano e que são capazes de serem divididas e transformadas em um número maior de células específicas, como as cerebrais, sanguíneas ou musculares. Para Hariri, no entanto, as células-tronco encontradas na placenta são mais valiosas por serem mais versáteis. "Elas são a fonte para o que eventualmente se torna o sangue do cordão umbilical", diz.

Hariri explica que o tratamento proposto pela Celularity consistirá em fazer das células retiradas da placenta uma opção a ser aplicada em qualquer paciente, diferente dos métodos de cura tradicionais usados hoje que, mesmo com o uso de células, precisam ser personalizados para cada indivíduo. "O que estamos dizendo é que a placenta é uma forma de democratizar essa tecnologia", afirma.

A empresa foi fundada por Hariri, engenheiro e cirurgião que atua com células-tronco desde 1998, e Peter Diamandis, empresário que também criou a XPRIZE Foundation, focada em soluções para inovação, e a Human Longevity Inc., destinada a trabalhos pela longevidade humana. Diamandis fundou ainda a Singulariy University.

Peter Diamandis minimiza o risco de que a tecnologia para o tratamento de câncer da Celularity fique disponível apenas para os mais ricos. Para ele, o início de qualquer novo dispositivo ou solução é esse. "O celular foi disponível para os mais ricos primeiro. O que vemos hoje em todo tipo de mercado é que quanto melhor eles ficam, mais baratos se tornam", diz. "Cada tratamento médico começa caro e ineficiente, mas fica mais barato com o tempo e se torna disponível para todos."

Ele também defende o potencial do mercado voltado à longevidade. "Adicionar 20 ou 30 anos à expectativa de vida de uma pessoa? É um negócio massivo, porque ultimamente o desejo das pessoas não é gastar seu suado dinheiro para viver mais, mas para viver mais e mais saudável", diz. "Nossa visão é fazer com que os 100 anos de idade sejam o novo 60, dando às pessoas a máxima cognição, mobilidade e estética ao envelhecer." Leia mais em epocanegocios 16/02/2018

16 fevereiro 2018



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