12 junho 2017

Crise no país adia fusões e aquisições, diz EY

As transações de fusões e aquisições no país caíram desde o ano passado. No começo do ano, a agência Reuters publicou que 14 operações totalizando mais de US$ 8 bilhões tinham sido adiadas ou empurradas para 2017 no Brasil diante do estresse economico e político e de preocupações com o quadro regulatório.

Luiz Sérgio não fornece cifras sobre negócios em andamento nos quais a EY dá assessoria, mas constata que de fato o investidor não abandona a mesa de negociações, mas o momento agudo da crise dilata a decisão final.

"Globalmente, a incerteza é o novo normal (new normal), e no Brasil isso é adicionado pelas turbulências políticas", afirma. Mas nota que isso abre novas oportunidades. A baixa de preço de certos ativos no país chega a um ponto em que fica difícil ser ignorado, especialmente por investidor estrangeiro que tem dinheiro farto à disposição.

Os serviços mais vendidos na área de fusões e transações, pela EY, têm sido nas áreas de saúde, agronegócio e educação.

O executivo aponta o uma demanda bem maior por assessoria para aquisições do que no passado. Isso reflete tanto o apetite dos estrangeiros como a necessidade deles para entenderem a complexa e volátil dinâmica econômica e política do país, e como isto afeta o valor das empresas.

Luiz Sérgio destaca também a demanda por "carve-outs" (quando uma subsidiária, divisão ou unidade de negócios menor é separada de outra entidade), por dois tipos de motivos. Primeiro, desinvestimentos ou vendas de unidades de negócios de multinacionais para levantar caixa e otimizar a estrutura de capital. E segundo, desinvestimentos impostos pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) em razão de grandes movimentos estratégicos nacionais e globais.

EY acredita que as transações podem aumentar também no setor imobiliário. Constata interesse de vários investidores interessados em aproveitar os preços baixos. No entanto, as incorporadoras continuam tentando se reerguer antes de negociar ativos e assim conseguir resultado melhor.

A atividade de M&A no setor de varejo tem sido menor, mas não está parada. Algumas empresas estão com margens muito baixas ou negativas, e a recuperação do consumo não é esperada no curto prazo. Isso dificulta qualquer precificação das empresas do setor no momento, além de diminuir a atratividade para investidores.

Na cadeia de óleo e gás, excluindo Petrobrás, há companhias de médio porte (faturamentos de R$ 100 milhões a R$ 700 milhões por ano) que gostariam e precisam fazer transações, mas não conseguem por causa da incerteza desse setor no país. A situação é idêntica no caso de empresas de engenharia.

"O que está acontecendo no Brasil, no combate a corrupção e planos de reformas, é muito importante para atrair os investidores, principalmente os de fora, que seguem duras legislações antipropina", afirma Vieira. "O que os investidores precisam, por mais boa vontade que tenham em relação ao Brasil, é de uma clareza sobre os rumos do país".  Valor Econômico - Leia mais em abinee. 12/06/2017


12 junho 2017



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