27 junho 2017

Indusval busca parceiro estratégico

O Banco Indusval & Partners (BI&P) resolveu adiar por até 90 dias a decisão sobre a oferta pública de aquisição de ações (OPA), segundo comunicado divulgado ontem pela instituição. O adiamento, de acordo com o Indusval, se deu porque o banco mantém neste momento tratativas confidenciais para parcerias estratégicas.

"Apesar de [essas tratativas] não envolverem a transferência de controle da companhia, poderão, caso sejam concretizadas, impactar a sua rentabilidade futura e a decisão do acionista com relação à adesão ou não à oferta [OPA]", disse o banco no fato relevante.

O Valor apurou com fontes próximas ao negócio que entre as alternativas em análise pelo Indusval estão a venda de uma participação ou parcerias envolvendo o próprio banco ou sua controlada Guide Investimentos, uma plataforma de investimentos criada em 2013. A preferência dos acionistas é por concretizar uma transação que envolva o banco, mas é a Guide que é considerada a "joia da coroa".

Investidores estratégicos e financeiros estão interessados na aquisição de supermercados financeiros, com plataforma aberta de distribuição de produtos. Só neste ano, pelo menos três negócios foram concluídos: a compra de participação na XP Investimentos pelo Itaú Unibanco, a aquisição de fatia da Easynvest pelo fundo de private equity Advent e a entrada do grupo Globo na Órama.

Segundo uma fonte do mercado, um investidor estrangeiro chegou a avaliar a compra de uma participação na Guide, mas o negócio não foi fechado em função do preço pedido pelo Indusval, que, segundo a fonte, teria sido acima de R$ 1 bilhão.

No ano passado, a Guide ampliou a área de assessoria financeira, com a compra da operação de gestão de patrimônio da Simplific Pavarini, no Rio, além de incorporar a carteira de clientes pessoas físicas da SLW Corretora.

Segundo o site da própria Guide, a empresa tem 40 mil clientes e R$ 11 bilhões sob custódia. A corretora ocupa a 20ª posição no ranking de negociação do mercado de ações, segundo dados do mercado.

A operação, porém, ainda é deficitária. Em 2016, a Guide registrou prejuízo de R$ 4,608 milhões e receita de intermediação financeira de R$ 12,859 milhões. O patrimônio líquido da empresa no fim de 2016 era de R$ 37,469 milhões.

Já o Indusval teve prejuízo de R$ 31,6 milhões no primeiro trimestre, ampliando em 34,3% a perda de igual período de 2016. O banco apresentava, ao fim do trimestre, patrimônio líquido de R$ 463,4 milhões, com índice de Basileia de 10,9%, próximo ao mínimo exigido pelo Banco Central. No ano passado, chegou-se a circular no mercado informações de que o grupo chinês Shanghai Pengxin estaria negociando a compra do Indusval, fato que foi negado pelo banco.

O Indusval tem entre seus acionistas Jair Ribeiro, fundador do antigo banco Patrimônio, o fundo de private equity Warburg Pincus e os executivos Manoel Felix Cintra Neto, Luiz Masagão Ribeiro e Roberto de Rezende Barbosa. Procurado, o Indusval informou, por meio da assessoria de imprensa, que não faria comentários além do que já tinha sido informado no fato relevante. - Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 27/06/2017

27 junho 2017



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