17 março 2017

Mercado espera cenário positivo para fusões e aquisições ao longo de 2017

O mercado trabalha com um cenário mais positivo para fusões e aquisições no Brasil ao longo de 2017. No ano passado, o volume de negócios aumentou 63,7% para R$ 179,2 bilhões, sendo R$ 122,5 bilhões em compras de empresas locais por estrangeiras.

Entre os motivos para expectativas promissoras para a conclusão de negócios está o câmbio mais estabilizado - na faixa de R$ 3,10 e R$ 3,30 por US$ 1 - e avaliações (valuations) realistas dos ativos domésticos à venda.

"Há uma perspectiva mais otimista para o mercado e grande potencial para surpresas positivas. E não se vê o câmbio como um fator preponderante que possa afetar os negócios", respondeu o coordenador do subcomitê de fusões e aquisições da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), Dimas Megna, em teleconferência realizada ontem.

O executivo lembrou que a Anbima não faz previsões sobre os resultados de 2017, mas ressaltou que o cenário macroeconômico para o exercício é melhor que o existente no ano anterior.

"Entendemos que a retomada de crescimento do País passa pelo setor de infraestrutura e vemos uma agenda nesse segmento que pode trazer o contínuo interesse de estrangeiros. Assim é provável que a atividade de negócios em infraestrutura siga bastante forte", aponta Megna.

Os dados da Anbima mostram que no ano passado houve uma participação significativa dos setores de energia (15,9%) e petróleo e gás (25,9%) no volume negociado, superando o setor financeiro que teve operações como a fusão BM&FBovespa e Cetip, e a venda do BSI pelo BTG Pactual para a EFG International.

No ambiente para 2017, o mercado considera a liberação pelo Tribunal de Contas da União (TCU) para que a Petrobras venda outros ativos, e também oportunidades de negócios para estrangeiros em participações de concessões de estradas, ferrovias, portos e aeroportos, cujas fatias societárias são pertencentes às construtoras brasileiras investigadas pela Operação Lava-Jato da Polícia Federal.

"Mesmo com a Lava-Jato em andamento, se começa a abrir um cenário de longo prazo, o que é muito importante para a tomada de decisões", aponta a CEO da Sparks Capital, Ana Elisa Bacha Lamounier.

A executiva complementou que além da liberação da Petrobras para dar continuidade ao seu programa de desinvestimentos (venda de ativos), o governo federal e estados em crise econômica como Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais também devem avançar em privatizações.

"A volatilidade do câmbio está menor e há uma retomada do interesse estrangeiro - chineses, canadenses, europeus - para compras", diz Ana Elisa.

Ela também aponta que empresas brasileiras com caixa devem aproveitar o momento para compras estratégicas para aumentar sua capacidade produtiva e alcance geográfico. "Há empresas que atravessaram a crise e estão com caixa para adquirir outras que estão muito endividadas", contou.

O relatório da Sparks Capital confirma esse momento de maior movimentação de negócios, sendo que o mês de fevereiro apresentou um crescimento significativo das transações em valores.

As 54 operações registradas representaram um crescimento de 12,5% em relação a janeiro e 5,9% em relação a fevereiro de 2016. Os valores somaram R$ 20,7 bilhões, 187% superior a janeiro e 88% superior a fevereiro de 2016.

O relatório ainda menciona que em infraestrutura, o fundo Mubadala está negociando a compra de 24,4% da Invepar com a OAS, em recuperação judicial, e representantes do grupo credor que assumirá o ativo. Para a OAS, mesmo no caso de venda do ativo pelos credores, a transação traria R$ 270 milhões, que seriam usados para o pagamento de dívidas. O Mubadala também estuda comprar a fatia da Prumo, que desenvolve o Porto do Açu, do Itaú Unibanco, após o fechamento de capital da empresa liderado pelo controlador, o fundo EIG.

Private equity

Outro dado que Ana Elisa destacou foi a participação dos investidores financeiros (fundos de private equity) em 35% das transações, bem acima da média de cerca de 24%. No acumulado do bimestre, das 31 operações realizadas por investidores financeiros , 22 ou 71% foram feitas por investidores de capital nacional.

O levantamento anual da Anbima reportou que os fundos de private equity estiveram presentes direta ou indiretamente em 24 transações, que movimentaram R$ 28,3 bilhões em 2016, ante R$ 11,3 bilhões em 2015. Do montante do ano passado, R$ 27,5 bilhões foram para investimentos, e R$ 800 milhões em desinvestimentos, frente o exercício de 2015 com R$ 9,6 bilhões em investimentos e R$ 1,7 bilhão em desinvestimentos (saída). "Os fundos de private equity tiveram participação em transações maiores", disse Dimas Megna. - DCI Leia mais em portal.newsnet 17/03/2017
================

A ANBIMA publica em seu site - Ano XII ‐ N°26 ‐ março/2017 relatório Operações de fusões e aquisições somam R$ 179,2 bilhões em 2016 Abaixo alguns gráficos do referido documento





17 março 2017



0 comentários: