14 setembro 2016

Postalis pode vender parte de carteira de R$ 2,2 bi de créditos vencidos

Fundo de pensão passa por problemas como um buraco de R$ 7 bi e 42 empréstimos a empresas já vencidos

O Postalis, fundo de pensão dos funcionários dos Correios, deve decidir nos próximos meses se vende parte de uma carteira de empréstimos vencidos com valor de face de 2,2 bilhões de reais, disse à Reuters o presidente da instituição, André Motta.

No ano passado, o Postalis chegou a contratar a PricewaterhouseCoopers para avaliar a carteira e apresentar alternativas para rentabilizá-la. Na época, a melhor das ofertas recebidas por empresas especializadas em recuperação de crédito ficou ao redor de 5 por cento do valor de face.

O plano de vender os ativos foi engavetado na época. Agora, o Postalis avalia inclusive a opção de não se desfazer de toda a carteira, já que alguns devedores manifestaram interesse em pagar pelo menos parte da dívida, afirmou Motta, sem citar nomes.

"Possivelmente não vendamos tudo", disse Motta às margens do 37º Congresso Brasileiro dos Fundos de Pensão, na capital catarinense. Ele assumiu o comando do Postalis há pouco mais de um mês.

Símbolo de um ciclo de prejuízos bilionários dos fundos fechados de previdência complementar no país, que misturou investimentos fracassados e denúncias de fraudes, o Postalis, um dos alvos da operação Greenfield da Polícia Federal na semana passada, tem um buraco de 7 bilhões de reais em seu principal fundo.

Dentre os problemas acumulados pelo Postalis, segundo maior fundo de pensão do país em número de participantes (143 mil), estão 42 empréstimos feitos a empresas e já vencidos. Os tomadores incluem empresas citadas na CPI dos fundos de pensão, como a elétrica Raesa/Multiner, a construtora Conspar, além de instituições financeiras quebradas, como o Cruzeiro do Sul e o BVA.

Além da venda de parte da carteira vencida para empresas de recuperação de crédito, o Postalis também avalia outras alternativas, afirmou Motta.

"Podemos fazer um FDIC (fundo de direitos creditórios), empacotar num fundo de ativos podres (...) Estamos olhando todas as opções."

Segundo ele, com a tendência de queda da taxa básica de juros do país, o Postalis deve começar a avaliar ativos que ofereçam maior rentabilidade.

"Vemos boas oportunidades em setores como agronegócio e telecomunicações", disse Motta.....Reuters Leia mais em dci 14/09/2016

14 setembro 2016



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