As ações de companhias ligadas ao setor farmacêutico despontaram como papéis resilientes à crise e estão registrando valorizações iguais ou acima do Ibovespa, o principal índice da bolsa de valores, nos últimos meses. As ações da RaiaDrogasil já subiram 79,49% neste ano, os papéis da Profarma tiveram alta de 104,68% e as ações da Hypermarcas ganharam 31,85%, no mesmo período. Desde janeiro, o Ibovespa subiu 38,71%. De acordo com profissionais desse mercado, ainda há potencial para que essas papéis continuem em alta.
A valorização no preço dessas ações tem como fator principal a melhora do crescimento da economia previsto para os próximos meses, o que deve reforçar o desempenho positivo que essas empresas já mostraram nos tempos de recessão. "O setor de farmácia se mostrou resiliente à crise e conseguiu crescer nos últimos meses. Nos próximos anos, o envelhecimento da população deve aumentar o consumo de medicamentos e produtos de beleza e favorecer ainda mais essas companhias", diz Rafael Ohmachi, analista da Guide Investimentos.
Nos últimos meses, a procura por produtos com preços mais baixos e a não interrupção da compra de medicamentos garantiu o crescimento da receita dessas empresas. Além disso, o governo federal autorizou um aumento de 10% para os medicamentos neste ano. O único fator que poderia atrapalhar a continuidade de alta dos papéis seria uma má gestão das empresas.
A RaiaDrogasil é uma das ações preferidas do setor. "A empresa tem registrado semestres consecutivos de aumento de receita, deve abrir novas lojas até o ano que vem e continua ganhando participação no mercado", diz Sandra Peres, analista da Coinvalores. Além disso, o endividamento da empresa é considerado baixo. A relação entre a dívida líquida e a geração de caixa, medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), está em 0,3 vezes. "É uma empresa praticamente sem dívidas", diz Ohmachi.
A Profarma é uma distribuidora de produtos farmacêuticos que, recentemente, reviu a estratégia de negócios e adquiriu duas redes farmacêuticas, uma em Minas Gerais, a Drogaria Tamoios, e outra no Rio, a Drogasmil. "O desempenho das ações da Profarma pode ficar um pouco mais baixo do que seus pares porque a empresa acabou de ingressar em um novo nicho de negócios", diz Sandra. A relação entre dívida líquida e geração de caixa da Profarma está em 3 vezes. "A Profarma tem uma alavancagem mais elevada que seus pares, mas ainda é um endividamento considerado saudável", diz Ohmachi.
A Hypermarcas também está reestruturando seu foco de negócios. A companhia que tinha atuação em diversos segmentos, incluindo alimentos, redirecionou sua área de atuação para os segmentos de medicamentos isentos de prescrição médica, higiene infantil e saúde e dermocosméticos. "Projetamos uma valorização de 14% para as ações da empresa", diz Sandra. A venda de algumas áreas de negócios fez com que a companhia reduzisse seu endividamento. A relação entre a dívida líquida e a geração de caixa está em 0,02 vezes.
Se o cenário macroeconômico não mudar nos próximos meses, o único fator que pode fazer com que as ações da Hypermarcas não se valorizem são questões de gestão da companhia. Em junho, o ex-diretor de relações institucionais da empresa Nelson Mello autorizou, por iniciativa própria, despesas sem a devidas comprovações das prestações de serviços. Após a saída do executivo, a empresa contratou uma auditoria independente. "A fiscalização ficou mais forte", diz Sandra. Autor: Chrystiane Silva Fonte: Valor Econômico Leia mais em tudofarma 08/09/2016
08 setembro 2016
Ação de empresa ligada a setor farmacêutico segue atrativa
quinta-feira, setembro 08, 2016
Investimentos, Plano de Negócio, Private Equity, Saúde, Tese Investimento, Transações MA, Varejo, Venda de Empresa
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Ruy Moura
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