08 outubro 2015

Dell está em negociações avançadas com EMC para uma possível fusão, diz jornal

A Dell está em negociações com a EMC, fornecedora de sistemas de armazenamento e gerenciamento da informação, para fundir suas operações e criar uma grande companhia com presença global. A informação é de pessoas com conhecimento do assunto, fornecida ao The Wall Street Journal, o qual avalia que o negócio pode afastar as dúvidas que pairam sobre o futuro da gigante do armazenamento de dados.

As fontes não souberam informar, porém0, se as empresas estão discutindo a aquisição total ou parcial da EMC. A fabricante de sistemas de armazenamento tem considerado várias opções, desde que o jornal americano informou no ano passado que a empresa estava promovendo uma revisão em sua estratégica, e outras opções poderiam ainda estar sobre a mesa.

A notícia sobre as negociações fez com que as ações da EMC subissem 8,1% no after-hours trading nesta quarta-feira, 7, negociação após o fechamento do pregão normal da Bolsa de Nova York, negociadas a US$ 27,90.

 A EMC tem valor de mercado de US$ 50 bilhões, o que significa que a operação, se concretizada, será uma das maiores da indústria de tecnologia. Desde ao ano passado, a companhia tem estado sob pressão para elevar o valor de suas ações pelo Elliott Management Corp., fundo de hedge que é administrado pelo controvertido bilionário Paul Singer, adquiriu uma participação de 2% na EMC. O fundo tem pressionado a empresa a fazer o spinoff (cisão) da VMware, empresa líder mundial em sistemas de virtualização que hoje pertence à EMC, cujo valor de mercado é de US$ 34 bilhões. A EMC detém 80% da VMware.

Diversificação de mercado

Analistas afirmam que faria todo sentido para a Dell — que fechou o capital em 2013 —comprar uma grande operação de armazenamento de dados, e ressaltam que uma das maneiras de viabilizar o negócio seria a aquisição completa seguida por um spinoff.

Para fechar o capital, o CEO e fundador da Dell, Michael Dell, se associou ao fundo Silver Lake Partners, numa operação avaliada em US$ 25 bilhões. A compra da EMC seria uma maneira de lidar com a desaceleração do mercado de computadores pessoais, que tem sido impactado fortemente pelo crescimento das vendas de tablets e smartphones, e direcionar seu negócio para áreas mais lucrativas como de armazenamento de dados e segurança.

Talvez o único empecilho para a concretização do negócio é que a Dell ainda carrega uma dívida de US$ 11,7 bilhões, de acordo com a consultoria financeira FactSet. Não está claro também se ela financiaria a compra de parte ou da totalidade da EMC, nem tampouco o papel que o fundo Silver Lake irá jogar na transação.

A EMC divulga os resultados financeiros trimestrais no dia 21 deste mês, e alguns analistas especulam que a empresa tem até lá para anunciar um acordo com a Dell ou se arriscar a lançar uma "proxy fight" (disputa de votos) para substituir os membros atuais do Conselho de Administração por meio da obtenção de procurações do maior número possível de acionistas do site de buscas.

A aquisição ou outro grande negócio também poderia resolver outra questão que tem pairado sobre a EMC: o destino de seu presidente-executivo, Joe Tucci, que indicou que pode se aposentar no início do ano que vem, embora até o momento nenhum plano de sucessão tenha sido anunciado.

Em setembro do ano passado, o The Wall Street Journal já havia noticiado que a EMC estava em fase adiantada de conversações sobre uma possível fusão com a própria Dell e a HP. No caso desta última, a negociações foram suspensas quando a HP anunciou, em outubro, planos de se dividir em duas. Leia mais em Tiinside 07/10/2015

08 outubro 2015



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