Neste mês, ofertas de ações de seis companhias vão testar o apetite dos investidores, depois de um longo período de ressaca. As operações somam entre R$ 11,5 bilhões e R$ 15,6 bilhões, puxadas principalmente pela estreia da BB Seguridade na bolsa de valores. Sozinha, a empresa de seguro, previdência e capitalização do Banco do Brasil deve abocanhar cerca de 70% dos valores que devem ser movimentados nessas operações. As outras companhias são Biosev (açúcar e álcool), Smiles (milhagem), BHG (hotéis), Abril Educação e Alupar (energia). Algumas características das operações mostram que os estruturadores dos negócios estão oferecendo maiores garantias aos investidores de que essas ofertas vão, de fato, acontecer.
Neste mês, ofertas de ações de seis companhias vão testar o apetite dos investidores depois de um longo período de ressaca. As operações somam entre R$ 11,5 bilhões e R$ 15,6 bilhões, puxadas principalmente pela estreia da BB Seguridade na bolsa de valores. Sozinha, a empresa de seguro, previdência e capitalização do Banco do Brasil deve abocanhar cerca de 70% do volume que as ofertas devem movimentar em abril.
Papéis de companhias dos mais variados setores, porém, vão ser oferecidos neste mês, como Biosev (cana-de-açúcar), Smiles (milhagem), BHG (hotéis), Abril Educação (educação) e Alupar (energia).
Tantos bilhões em ofertas logo levantam a pergunta: há espaço para tudo isso em um momento em que os investidores ainda não provaram estar tão dispostos?
Os volumes são significativos se comparados aos últimos anos. Em todo o ano de 2012 as ofertas somaram R$ 14,3 bilhões. Neste ano, R$ 2,1 bilhões em ofertas já saíram, o que aumenta a chance de o primeiro semestre terminar com um volume superior de operações em relação a 2012.
Porém, características de algumas ofertas mostram que os estruturadores estão procurando passar aos investidores uma segurança maior de que as operações se concretizarão.
Tanto as empresas quanto os bancos que coordenam as ofertas buscaram soluções para tentar garantir que as operações sejam concretizadas, sem ficar à mercê apenas do processo de "bookbuilding", em que os investidores manifestam quais as quantidades de ações desejam comprar e a que preço.
Pelo menos três operações já divulgadas estão indo a mercado com "âncoras" previamente anunciadas, com o objetivo de garantir as operações. É o caso de Biosev, Smiles e MPX, cuja operação só deve ser lançada em junho. "Em um mercado volátil como o atual, as ofertas precisam de alguma segurança maior para saírem", afirmou um executivo de banco.
Para os mais pessimistas ou realistas, se essas âncoras são para garantir que as ofertas saiam, o sinal emitido é de que o mercado não está assim tão favorável às distribuições. "Se não houvesse dúvidas, não haveria âncoras", resumiu o mesmo executivo.
A Smiles, empresa de milhagens aéreas da Gol, anunciou ontem a sua oferta inicial de ações. Ao mesmo tempo, divulgou um acordo fechado por seus controladores com o fundo de "private equity" General Atlantic, que se comprometeu a investir R$ 400 milhões no IPO da companhia, desde que a ação seja vendida a R$ 20,70.
Esse foi o valor utilizado como piso da faixa sugerida para a oferta, que tem teto de R$ 25,80. O General Atlantic acertou com os controladores da Smiles que eles também deverão comprar R$ 50 milhões em ações da empresa na oferta. Além do comprometimento conferir uma sinalização de governança, a indicação é que 56% da operação, de R$ 800 milhões, já está colocada. Isso considerando que apenas o lote inicial saia, com o preço no piso.
Ainda antes da Smiles, a oferta inicial da Biosev já tinha mostrado novidades. O preço do papel está fixado em R$ 15. Além disso, a empresa também oferece ao investidor uma opção de vender as ações de volta aos controladores da companhia após um prazo de 15 meses, pelo preço pago na oferta corrigido por juros. Na prática, se a ação da companhia não tiver uma boa performance, e os investidores exercerem essa opção, quase que automaticamente a empresa fechará o capital.
De qualquer forma, o mercado também avalia que durante esse período as ações da Biosev terão baixa liquidez na bolsa, uma vez que os investidores ficarão com as ações "protegidas" nos portfólios até o vencimento.
A abertura de capital da Biosev faz parte de um dos compromissos assumidos pela empresa no acordo para a renegociação de uma dívida bilionária feita há quatro anos. Pelo menos 30% dos recursos que a Biosev captar com a oferta de ações serão destinados ao pagamento dos bancos credores. A empresa pretende levantar no mínimo R$ 700 milhões. O BTG Pactual concedeu garantia firme de colocação para a operação correspondente a até 50% do total de ações, sem considerar os lotes extras.
O banco também dará garantia de colocação na oferta da MPX, braço de energia do Grupo EBX, de Eike Batista. Essa operação está prevista para junho e será de R$ 1,2 bilhão. A garantia do BTG valerá se a ação sair a R$ 10 na oferta. A preocupação, no caso, era evitar que o anúncio da oferta bilionária pressionasse ainda mais as cotações da empresa, atrapalhando, inclusive, o fechamento de uma negociação em que a alemã E.On aumentou sua fatia na MPX comprando ações de Eike Batista.
Um especialista ressalta que as especificidades dessas operações sinalizam também o desejo de as empresas finalizarem as operações. "As operações ficaram represadas por muito tempo, agora as empresas estão ávidas pela concretização delas", diz um analista.
Os mais otimistas afirmam também que os investidores, inclusive os estrangeiros, estão abertos a boas histórias no Brasil - em especial se estiverem relacionadas aos setores mais aquecidos da economia.
A maior operação inicial em andamento é a da BB Seguridade. Apesar de ser uma oferta 100% secundária, em que os recursos não vão para a empresa, mas sim para o bolso do acionistas, no caso o Banco do Brasil, o tamanho acaba favorecendo a distribuição. Ofertas desse tamanho são menos comuns e conferem garantia de liquidez futura na bolsa, além de a empresa representar um setor com pouca representatividade no mercado doméstico.
Não são apenas ofertas de novas companhias que estão em andamento. A Alupar pretende levantar entre R$ 800 milhões e R$ 1 bilhão. Duas ofertas subsequentes estão em andamento, a da BHG, administradora de redes de hotéis, e a da Abril Educação. Os dois setores têm forte apelo hoje no Brasil.
Existe ainda uma explicação burocrática para a concentração de ofertas em abril. As operações concretizadas neste mês ainda podem utilizar o balanço de 2012 como referência para regulador e investidores. As ofertas que chegarem em maio já deverão apresentar à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) os números do primeiro trimestre deste anos.
Neste ano, a bolsa brasileira recebeu até o momento uma nova empresa, a Linx. Na visão dos mais otimistas, essa operação foi importante para o mercado. Desde a abertura de capital da Arezzo, em 2011, não se via algo parecido com a Linx, com o papel saindo no teto indicativo de preço e registrando forte alta na bolsa em seu dia de estreia. Por Ana Paula Ragazzi e Carolina Mandl | De São Paulo
Valor Econômico
Fonte: clippingmp 09/04/2013
09 abril 2013
Seis ofertas de ações de até R$ 15,6 bi testarão o mercado
terça-feira, abril 09, 2013
Investimentos, IPO, Plano de Negócio, Tese Investimento, Transações MA
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Ruy Moura
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