13 março 2013

SolutionTech assume controle da CellBroker

A SolutionTech, responsável pelo sistema de home broker de 28 corretoras no Brasil, selou a aquisição do controle da CellBroker, dona de um aplicativo que permite operar na bolsa pelo telefone celular. Sob o negócio firmado entre as empresas fluminenses, parceiras desde 2008, os sócios da SolutionTech ficaram com 44% da companhia, que pertenciam ao antigo controlador, um fundo de participação em empresas da Fox Investimentos. Outros 42,9%, que também pertenciam ao fundo, foram adquiridos por dois diretores da CellBroker. Ao todo, a operação movimentou cerca de R$ 2,5 milhões.

 As negociações começaram na metade de 2012, quando o fundo, que ajudou a criar a CellBroker em 2006, manifestou interesse em sair do negócio, após completar cinco anos na empresa. Dois executivos da CellBroker - Paulo Baratta, diretor-executivo, e Paulo Bandeira, diretor comercial - puderam exercer suas opções de compra de ações, que permitem comprar papéis de uma companhia a preços abaixo do mercado. Posteriormente, eles procuraram os irmãos João Aguiar e Ricardo Aguiar, da SolutionTech, que absorveram uma fatia majoritária. O restante da empresa pertence a funcionários e desenvolvedores.

 Fruto de um projeto de um matemático perito em programação, a CellBroker saiu do papel fornecendo visualização em tempo real da posição de investidores na bolsa. Em seguida, passou a permitir operações de compra e venda de ações pelo celular, graças ao sistema de roteamento de ordens da SolutionTech, que se interessou pelo aplicativo. Unidas por essa parceria desde 2008, as empresas criaram o sistema de negociação Tryd. Neste terminal, a CellBroker é responsável pelo tratamento do sinal da BM&FBovespa, enquanto a SolutionTech desenvolve o programa que transmite notícias, análises, cotações, ferramentas e gráficos em uma tela.

 "Estamos agora trabalhando para integrar os dois sistemas em um único software e processamento do sinal. Reunimos os técnicos e chegamos ao consenso de aproveitar o que há de melhor em cada empresa. No fim, vai reduzir custos", disse João Aguiar.

 A vantagem do sinal da CellBroker é que o servidor da empresa fica instalado em um local muito próximo ao centro de dados da BM&FBovespa, no centro de São Paulo. "Além de redundância de links, roteadores e computadores, nosso cabo fica a 500 metros da bolsa, não tenho latência [tempo que um dado demora para ser transmitido entre dois pontos]. Esse é o nosso diferencial", disse Paulo Baratta, que trabalhou como consultor da empresa antes de se tornar diretor-executivo, em 2008.

 Segundo João Carlos Muller, gestor do fundo da Fox, as conversas para sair da CellBroker foram tranquilas e pautadas pela sintonia na visão de negócios. "Foi a construção de uma parceria. Uma solução de ganha, ganha. Hoje, a empresa é tocada por quem realmente entende do negócio. Acho que tem um potencial enorme", disse Joca, como é mais conhecido. Muller foi sócio-fundador da cervejaria Devassa e atuou na venda do controle do negócio para a Schincariol, em 2007. 

A SolutionTech pagou R$ 1 milhão pelos 44% da CellBroker. Além disso, injetou R$ 500 mil na empresa para ser usado em eventuais necessidades de caixa. Esse dinheiro deve ser devolvido em um ano. Caso contrário, a SolutionTech assumirá a parte dos diretores, que acabariam diluídos. "Mais isso não será necessário, ambas as empresas geram lucro", afirmou João Aguiar.

 No ano passado, a CellBroker registrou receita de R$ 2 milhões, fechando o exercício com lucro de R$ 200 mil. "Não dá prejuízo, mas também não dá para bater palma", disse Baratta. Sobre a aquisição, ele afirmou: "Entramos com um valor só um pouco abaixo que o da SolutionTech." O executivo não revelou números.

 A perspectiva de disseminação no uso de smartphones é animadora, mas o cenário de curto prazo mantém aceso o sinal de alerta. O motivo? A ausência do investidor pessoa física no mercado. Praticamente toda a receita da CellBroker resulta da venda para corretoras. As intermediadoras de valores, por sua vez, distribuem o aplicativo para clientes. Segundo dados da bolsa, a participação de pessoas físicas no volume do mercado de ações atingiu 16,9% em janeiro, depois de encerrar 2012 com média de 17,9%. Em 2009, foi contabilizada média recorde de 30,5%. Em janeiro deste ano, os CPFs registrados chegaram a 583.527. Por Conrado Mazzoni Valor Econômico
Fonte: cvmclipping 13/03/2013

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13 março 2013



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