A Cogna prepara o lançamento de um marketplace de educação voltado para jovens e adultos que vai integrar produtos próprios com outros oferecidos por terceiros, na expectativa de preservar seus negócios em meio à crise gerada pela pandemia.
“A plataforma (de marketplace) pode ser no médio e longo prazos transformadora para nossa organização”, disse nesta segunda-feira o presidente-executivo da Cogna, Rodrigo Galindo em apresentação online sem mencionar o cronograma de lançamento.
Segundo ele, o marketplace vai permitir expandir o mercado da Cogna no Brasil dos atuais 56 bilhões de reais para 121 bilhões em 2025.
O marketplace oferecerá produtos como cursos de ensino superior, livres, técnicos e de idiomas, além de serviços como orientação vocacional e até financeiros, disse o executivo. Ele disse que o marketplace já tem 16 vendedores parceiros incluindo nomes como Saraiva Jur, Cursos Livres e Consultoria da Educação.
As ações da companhia lideraram as perdas do Ibovespa nesta segunda-feira, recuando 5,5%, enquanto o índice cedeu 0,45%.
O papel recuou apesar da empresa prever crescimento do lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, da ordem de 25% ao ano até 2024, projeção esta que não inclui a nova operação de marketplace de educação.
Também na apresentação, executivos da unidade da Cogna de serviços para educação básica, Vasta, afirmaram anunciaram que a companhia vai lançar em fevereiro produto de aulas particulares e estimaram o tamanho deste mercado de 3 bilhões de reais.
A Vasta também deve ter em 2021 um crescimento de mais de 21% no indicador de valor de contratos anuais (ACV), disse executivo da unidade.
Na Kroton, de educação superior, a expectativa é de ampliar em 50% o portfólio de cursos digitais até 2022 e que o custo de captação de alunos em 2021 deve cair entre 25% e 30%, após uma ampla reestruturação iniciada no terceiro trimestre, acelerada pelos impactos da pandemia.
Essa reestruturação deve ajudar a Kroton, que vê dificuldade para elevar preços de mensalidades nos próximos um a dois anos, disse executivo da unidade, citando elevada concorrência.
Questionado sobre quando a companhia poderá voltar a fazer aquisições no ensino superior, Galindo afirmou que a redução do endividamento e melhora da performance financeira a partir do próximo ano vão “gerar conforto para aquisições via dívida nos próximos trimestres”.
“Certamente oportunidades inorgânicas farão parte desta companhia no futuro. Vai ser natural a gente voltar às aquisições”, disse Galindo, acrescentando que o foco ficará em ativos que passaram pelo mesmo tipo de reestruturação que a pandemia forçou o grupo a passar neste ano.
Já sobre dividendos, o executivo comentou que a Cogna vai manter no próximo ano política de pagamento do mínimo obrigatório. “Provavelmente…não teremos lucro distribuível para 2021, que ainda vai ser um ano difícil.” (Por Alberto Alerigi Jr.) Reuters Leia mais em mixvale 14/12/2020
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