A Aegea Saneamento, que tem entre os sócios o fundo soberano de Cingapura, venceu nesta sexta-feira o leilão da Parceria Público-Privada de serviços de esgoto em 68 cidades do Mato Grosso do Sul, organizado pela estatal local Sanesul na B3, ampliando seus negócios no Estado onde já está presente apenas em Campo Grande.
A Aegea ofereceu deságio de 38,46% sobre o valor unitário máximo estabelecido no leilão, de 2,21 reais. O leilão chegou a ir para fase de viva-voz, mas nenhum dos grupos melhorou a oferta de preço unitário de 1,36 real da Aegea, que nesta semana já foi vencedora na PPP de saneamento de Cariacica (ES).
O projeto de PPP tem o objetivo de universalizar os serviços de esgotamento sanitário nos municípios atendidos pela Sanesul nos próximos 30 anos, envolvendo 1,7 milhão de habitantes nos 68 municípios, quase a totalidade do Estado que possui 79 cidades.
A empresa terá que investir nos 30 anos de concessão 3,8 bilhões de reais, segundo previsão dos termos da PPP. Desse total, cerca de 1 bilhão de reais serão em obras e 2,8 bilhões de reais na operação e manutenção do sistema de esgoto nas 68 cidades, informou a B3.
Além da Aegea, controlada pelo grupo brasileiro Equipav, o leilão contou com participação da Iguá Saneamento, que disputou o certame em Cariacica e também o realizado no final de setembro em Maceió, em que uma concessão de água e esgoto foi vencida com oferta de 2 bilhões de reais pela BRK Ambiental.
O leilão desta sexta-feira contou também com participação de dois consórcios, cada um deles formado por seis empresas nacionais de engenharia e construção.
Todos estes leilões ocorreram após a sanção do novo marco regulatório de saneamento no país em julho, que facilitou a oferta de projetos à iniciativa privada, após décadas em que muitos entes federativos do país descumpriram metas de expansão de redes de água e esgoto e agora enfrentam dificuldades de caixa agravadas pela epidemia de Covid-19.
Com a vitória nesta sexta-feira, a base de clientes atendidos pela Aegea vai subir para 10,6 milhões. A empresa encerrou o primeiro semestre com lucro líquido de 346,3 milhões de reais, quase o triplo do resultado de um ano antes. A geração de caixa medida pelo Ebitda no período subiu 28%, para 715 milhões, segundo balanço da companhia.
A Aegea encerrou junho com dívida líquida de 3,86 bilhões de reais, uma expansão de cerca de 13% na comparação anual. Mas a alavancagem no período recuou de 3,34 vezes para 2,86. (Por Alberto Alerigi Jr.) Reuters Leia mais em mixvale 23/10/2020
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