A SafeSpace, plataforma de soluções para prevenir, comunicar e resolver casos de má conduta no ambiente de trabalho, fechou sua primeira rodada de investimento liderada pelo fundo Maya Capital. Outros 11 investidores-anjo também participaram desta ação, dentre eles, Ariel Lambrecht, fundador da 99; Luciana Caletti, fundadora do antigo LoveMondays; Mariana Ramos Dias, CEO da Gupy; Ann Williams, COO da Creditas e Felipe Affoso, diretor da Softbank. O valor do aporte não foi revelado.
“A nossa missão é ajudar empresas a transformarem o local de trabalho em um lugar mais seguro e inclusivo. Nós sabemos que situações de assédio, preconceito e outras formas de má conduta ainda fazem parte da rotina de muita gente, e que a maioria das pessoas ainda se sentem desconfortáveis e inseguras para se manifestar a respeito. Ao mesmo tempo, entendemos que muitas empresas se preocupam com o bem-estar das suas equipes e querem construir um ambiente de trabalho inclusivo. A SafeSpace nasceu para conectar essas duas pontas”, explica Rafaela Frankenthal, cofundadora da empresa.
Ela contou que a ideia para a criação da startup começou logo após sua defesa de mestrado, cuja tese foi sobre assédio sexual. “Fiquei imersa no tema durante 6 meses e comecei a pensar em como poderia usar tecnologia para resolver esse problema (e outros problemas de má conduta) no ambiente de trabalho. Voltei para o Brasil já com a ideia na cabeça e comecei a trabalhar para validar a demanda de negócio. A Giovanna Sasso e a Natalie Zarzur, começaram a me ajudar nesse processo e eventualmente pediram demissão dos empregos e se juntaram como sócias e cofundadoras. A Claudia Farias, nossa líder de tecnologia (e sócia também), se juntou em abril desse ano para começar a construir a primeira versão do produto”, disse.
Segundo Rafaela, estima-se que por volta de 12% dos casos de má conduta no trabalho são relatados. Para ela, ainda existem muitos obstáculos que impedem que as pessoas se manifestem sobre esse tipo de problema, sendo que os principais são: medo de sofrer retaliação, falta de informação sobre o processo de investigação e resolução, além da falta de confiança.
“Com tecnologia e comunicação, nós conseguimos superar muitos desses obstáculos. A plataforma da SafeSpace elimina a rigidez do ambiente em que a denúncia é feita, o ato passa a ter mais a ver com compartilhar experiências e questionamentos no dia a dia e menos com intimidação e vergonha. Dessa maneira, as companhias vão ser estimuladas constantemente a tomar medidas proativas e positivas para criar espaços mais inclusivos”.
A InLoco, empresa brasileira de tecnologia de localização, foi um dos primeiros clientes a adotarem a tecnologia desenvolvida pela SafeSpace. Vinicius Sala, head de legal & compliance da Inloco, acredita que o grande diferencial da startup é colocar a experiência dos colaboradores da organização em primeiro lugar. “Aqui na Inloco queremos que todos se sintam empoderados e à vontade para reportarem qualquer inconsistência e acreditamos na ferramenta da SafeSpace como um catalisador deste empoderamento”, afirmou Vinicius.
Durante a pandemia, a SafeSpace viu os números crescerem. De acordo com Rafaela, isso se deve ao fato de que com trabalho a distância, impulsionado durante o período, as empresas têm menos visibilidade sobre problemas de comportamento e precisam de mais apoio na comunicação interna. “Além disso, as relações de trabalho ficaram mais tensas por conta das incertezas geradas pela situação e isso abre um precedente perigoso para problemas de má conduta”.
Após o investimento, a empresa já começa a planejar o futuro. “Com esse primeiro aporte, nós vamos focar no desenvolvimento do produto e na atração de uma base sólida de clientes”, finalizou a empreendedora. Giovanni Porfírio Leia mais em startupi 26/10/2020
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