Daniel Chalfon, sócio da Astella Investimentos, e Rodrigo Baer, da Redpoint eVentures, dizem qual abordagem e perfil de empreendedor fazem diferença na hora de fechar um investimento
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A melhor forma para um empreendedor chamar atenção de um investidor de venture capital é através da boa e velha indicação. A dica é de Rodrigo Baer, sócio da Redpoint eVentures. “Conseguir alguém que a gente respeita e que possui uma reputação a zelar é o método para se aproximar de nós”, diz Baer, citando que o fundo olha de perto 1,8 mil negócios por ano.
Apenas 100 deste total avançam para uma análise mais profunda, 15 viram negociação e até quatro recebem, de fato, um investimento.
A opinião de Baer é compartilhada por Daniel Chalfon, sócio da Astella Investimentos. Para ele, o empreendedor precisa construir uma abordagem aprofundada, objetiva e que visa o curto e longo prazo. “Não é difícil saber o que cada fundo de venture capital valoriza. Busque o contato mais quente e pensado possível”, diz Chalfon. Por ano, ele e outros três sócios da Astella analisam 900 negócios – apenas três ou quatro recebem investimentos e entram para o portfólio.
Chalfon e Baer participaram nesta terça-feira (04/12) de um painel sobre Venture Capital no Festival de Inovação e Cultura Empreendedora (FICE). O festival é realizado por Época NEGÓCIOS, Pequenas Empresas & Grandes Negócios e Valor Econômico.
Para os investidores, os empreendedores erram ao “sair atacando para todos os lados”, sem saber se precisam mesmo levantar dinheiro e, em caso positivo, qual fundo deveriam buscar. “A pergunta mais importante que um empreendedor precisa fazer não é para gente, é para fundadores que receberam investimentos. Veja com eles como é a relação com os fundos, quem os ajudou em momentos difíceis. Lembre-se: você estará casando com o fundo que está levantando dinheiro”, diz Baer.
Os empreendedores que lhe chamam atenção são aqueles que “conhecem a fundo o negócio”, “tem uma visão clara sobre onde querem chegar” e “sabem montar um grande time”. “O fundador precisa ser, de certa forma, um grande vendedor e conseguir atrair um time incrível para um projeto totalmente novo e pagando às vezes três vezes menos do que o mercado”, diz Baer.
Chalfon analisa se uma startup tem uma boa estratégia de distribuição do produto/serviço e, principalmente, se é capaz de gerar impacto em grande escala. “Você conhece o Jahangir Khan? Provavelmente não. Mas ele é o maior campeão de squash da história. Venceu mais que o Kelly Slater no surf. O problema é que ninguém liga para squash”, disse. “No final do dia, chega muito empreendedor bom, mas se ele está jogando squash, ninguém irá conhece-lo e não vão gerar impacto nenhum.” POR BARBARA BIGARELLI .. Leia mais em epocanegocios 05/12/2018
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Ruy Moura
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