20 junho 2017

Hedge funds voltam à tona com apostas em acontecimentos

Hedge funds que apostam em aquisições e reorganizações corporativas voltaram a atrair investimentos na Europa, em meio ao melhor começo de ano do continente para as negociações desde 2014.

A Kite Lake Capital Management quase dobrou os ativos de clientes neste ano, enquanto a Everett Capital Advisors quase triplicou seus fundos desde que foi lançada em janeiro de 2016. O dinheiro administrado pela Melqart Asset Management cresceu 12 vezes desde que a empresa abriu, há menos de dois anos.

Os três fundos voltados a acontecimentos têm ao todo US$ 1,5 bilhão em ativos e investem em toda a Europa, onde uma economia cada vez mais dinâmica e taxas de juros em baixas históricas estão dando impulso às transações. O ressurgimento é parte das tentativas de voltar à tona do setor de hedge funds, que só agora está começando a se recuperar de uma onda de resgates de investidores e anos de retornos decepcionantes.

"Nós gostamos da orientação a acontecimentos porque há muitas oportunidades aí", disse Philippe Ferreira, estrategista da Lyxor Asset Management, com sede em Paris, que administra US$ 135 bilhões e pretende aumentar sua exposição à estratégia. "Os fortes volumes de fusões e aquisições são bons para a arbitragem de fusões. Eles também aumentaram as exposições às financeiras, que se beneficiam com a normalização da política monetária."

Os fundos orientados a acontecimentos proporcionaram aos investidores um retorno de cerca de 10 por cento no ano passado, mais do que o dobro do ganho no setor como um todo, além de outros 4 por cento nos primeiros cinco meses de 2017, segundo dados da Hedge Fund Research.

Transações malsucedidas

Embora a estratégia tenha continuado a gerar dinheiro com apostas em reorganizações corporativas e recompras de ações, os investidores desanimaram nos últimos anos por causa do colapso de várias fusões e aquisições de alto perfil.

Transações no valor de US$ 3,6 trilhões foram encerradas ou suspensas entre 2014 e 2016, incluindo a tentativa de fusão da Pfizer com a Allergan no ano passado, de US$ 160 bilhões. O hedge fund orientado a acontecimentos do bilionário John Paulson registrou uma perda de 14 por cento após o colapso da união entre a Shire e a farmacêutica AbbVie em 2014.

"Os anos anteriores foram difíceis devido a importantes transações malsucedidas", disse Karim Leguel, diretor executivo da JPMorgan Alternative Asset Management, que investe US$ 13 bilhões em hedge funds.

A maré agora está começando a virar, e o número de transações de fusão ou aquisição suspensas caiu quase pela metade neste ano em comparação com o mesmo período de 2016, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

Isso atrai os investidores de volta, particularmente na Europa, onde os resultados corporativos, o crescimento mais acelerado e o risco político mais baixo após a eleição na França ajudaram a levar os volumes de fusões e aquisições europeias a US$ 508 bilhões neste ano, um aumento de 14 por cento em relação ao mesmo período de 2016. Entre as transações está a aquisição da farmacêutica suíça Actelion pela Johnson & Johnson.  (Bloomberg) -- Leia mias em jornalfloripa 19/06/2017

20 junho 2017



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