10 março 2017

Grupo Sabin descarta venda e projeta expansão de 25% em 2017

Um dos maiores na área de medicina diagnóstica, o grupo Sabin tem divergido dos concorrentes, que buscaram o mercado de capitais para financiar sua expansão, e descarta ser vendido. Pelo contrário: apesar do assédio, a empresa se coloca como uma consolidadora do mercado.

A companhia, que possui uma das mais numerosas redes de atendimento entre os grandes do setor, prevê crescimento de 25% na receita em 2017, depois de ter faturado R$ 740 milhões no ano passado. O grupo figura entre os cinco maiores do País e, dentre eles, é o único sem passagem pela Bolsa. É cotado, por seu porte, para um IPO, embora a companhia avalie que essa não é uma meta atual.

Em entrevista ao Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado), a presidente da rede, Lídia Abdalla, afirma que a empresa tem se concentrado em se expandir usando sua própria geração de caixa. São 229 unidades de atendimento e outras 20 devem abrir este ano. A rede tem crescido ainda por aquisições, em geral de laboratórios pequenos e médios, que servem como forma de o grupo entrar numa nova região

Abdalla concorda que o setor de diagnósticos vive hoje um cenário competitivo em que expandir de forma acelerada é também uma forma de as redes se defenderem e ocuparem espaços antes que os concorrentes ocupem.

Para Abdalla, no entanto, o esforço de crescimento dos grandes grupos no setor tem como desafio a manutenção dos níveis de qualidade de atendimento e dos diagnósticos. "O crescimento orgânico ou por aquisições (dos grupos) proporciona essa concorrência, mas o nível de competição só é bom enquanto proporcionar bons serviços", diz, salientando que o foco não pode ser apenas na velocidade do crescimento, apesar da intensidade da concorrência.

As aquisições no segmento têm ganhado fôlego e a recente abertura de capital dos grupos Alliar e Hermes Pardini é vista como um fator que tende a acelerar a procura por ativos.

Na liderança do segmento estão Dasa e Fleury, companhias cuja receita anual já está na casa dos bilhões. A Dasa anunciou, em janeiro, a compra da SalomãoZoppi, de São Paulo. Já o Fleury espera retomar aquisições depois de seis anos sem compras, conforme reportou o Broadcast em entrevista exclusiva com o presidente da companhia, Carlos Marinelli.

Sediado em Brasília, o Sabin começou um ciclo de expansão nacional em 2012 e, desde então, já foram oito aquisições em regiões como interior de São Paulo, Triângulo Mineiro e Salvador. O Sabin nasceu como uma operação de exames de análises clínicas e só mais recentemente passou a atuar no negócio de exames de imagem, divisão que já é mais representativa nos outros grandes grupos.

Abdalla reconhece que o Sabin já foi abordado diversas vezes por fundos ou outras empresas interessadas em adquirir a companhia, mas essa não é uma alternativa que a empresa considere. Empresários do setor de diagnóstico reconhecem que o atual porte da empresa já é grande o suficiente para que ela assuma uma postura de consolidadora, ao invés de ser incorporada por alguém.

O crescimento dos grandes grupos de diagnóstico tem ocorrido na contramão de uma tendência negativa do setor de saúde suplementar como um todo. Em 2016, o mercado brasileiro de planos de saúde médico-hospitalares registrou perda de 1,37 milhão de beneficiários, equivalendo a uma queda de 2,8% em comparação ao ano anterior, segundo dados da Agência Nacional de Saúde consolidados pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS).

Com o ritmo forte de aquisições e expansão, o Sabin registrou alta de 30% na receita em 2016 na comparação com 2015. Entre os grandes do setor, o ritmo só é comparável ao de outra companhia que também teve um apetite grande nas compras: a Alliar, cuja receita aumentou 33% nos primeiros nove meses de 2016 ante igual período de 2015.

Crescer acima da média é o foco das companhias, uma vez que os ganhos de market share tem sido determinantes para sustentação desses negócios de medicina diagnóstica. No setor, quanto maior a escala, mais relevante a força das redes na negociação com as operadoras de saúde que são suas fontes pagadoras. - Jornal do Comércio Leia mais em jcrs.uol 10/03/2017

10 março 2017



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