01 setembro 2016

FUSÕES E AQUISIÇÕES: 65 TRANSAÇÕES REALIZADAS EM AGOSTO/16

Aumentou o montante dos negócios de fusões & aquisições no mercado brasileiro no mês de agosto/16,  mas manteve queda em relação ao número de operações. Foram realizadas 65 transações no mês, correspondendo a um investimento da ordem de R$23,2 bilhões. Representa uma queda de 8,5% em relação ao número de operações do mês anterior e de um aumento de 28,0% dos montantes investidos. O acumulado do ano continua sinalizando queda. O volume de transações no total de 473,  registrou uma redução de 12,6%.  Em relação  ao valor total dos negócios verificou-se uma queda de 25,3%, com o montante de  R$ 128,6 bilhões. No acumulado dos doze meses sinaliza queda de 0,9% do número de transações, com  774 operações.
  No mês,  cerca de 6% das operações  responderam por 63% dos montantes envolvidos. O valor médio das transações no acumulado do ano registrou uma redução de 14,6%.
  Os setores de TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO (TI); OUTROS; PARTES E PEÇAS AUTOMOTIVAS e PRODUTOS QUÍMICOS E FARMACÊUTICOS foram os mais ativos no mês de agosto.
  O maior apetite neste mês ficou por conta dos investidores Estratégicos  com 45 operações (69,2%), e responderam por 65,7%  dos montantes investidos. Os Financeiros, por sua vez, realizaram 20 operações no mês. No acumulado do ano, os estratégicos, com 358 operações responderam por 75,7% dos negócios e 77,4 %   dos investimentos. Os Financeiros  realizaram  115 nos primeiros oito meses de 2016.
  Predomínio dos investidores Nacionais no volume de transações. Os investidores de Capital Nacional foram responsáveis por 37 operações - 63,4%, no mês. Os investidores de Capital Estrangeiro realizaram 26 operações - 36,6%.  No acumulado ano, os Nacionais  responderam por 58,3% do volume de operações e  e os Estrangeiros  por 41,7%. Por país, os EUA, participou em 11 operações no mês de agosto.
  A maior transação em agosto/16, foi a fusão da Kroton com a Estácio.   A fusão obteve aval dos conselhos de administração após a Kroton elevar sua oferta pela vice-líder do setor. Negócio, avaliado em 5,5 bilhões de reais. 15/08/2016
 Quanto às Percepções de Mercado, vale destacar:  (1)Fusões e aquisições voltam a dar sinal de vida com impeachment; (2) Apesar da crise, Brasil é um dos melhores investimentos deste ano; (3) Especialistas estrangeiros cravam: este é o início da reviravolta do Brasil; (4) IPOs podem voltar a acontecer no fim do ano; (5)  BM&FBovespa espera retomada do mercado de capitais com impeachment.

Operações de Fusões e Aquisições divulgadas com destaque pela imprensa brasileira no decorrer do mês de AGOSTO de 2016.

ANÁLISE DO MÊS

Setores mais ativos - Os 5 setores mais ativos responderam por 67,7% do total das operações e 33,8% do valor total dos investimentos.


Foram divulgadas com destaque pela imprensa neste mês 65  transações em 21 setores da economia brasileira, registrando uma queda de 8,5% em relação ao mês anterior ( 71 operações).


Evolução nos últimos 4 anos  - No acumulado dos primeiros oito meses de 2016, apuradas 473 operações, registra-se uma queda  de 12,6% se confrontado com igual período de 2015,  quando foram realizadas 541 operações.


Maiores apetites x maiores quedas. O segmento com maior apetite  neste mês foi o de TI, com a realização de 22 transações representando 33,8% do total.
No gráfico dos setores mais ativos nos primeiros oito meses de 2016, além de TI, destacam-se OUTROS;  ALIMENTOS, BEBIDAS E FUMO e INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS.
Os setores que apresentaram maiores quedas no nº de transações nos oito primeiros meses do ano, em relação ao mesmo período de 2015, foram COMPANHIAS ENERGÉTICAS, TI e ALIMENTOS, BEBIDAS E FUMO. Por sua vez, os setores que mais cresceram no nº de operações foi PRODUTOS QUÍMICOS E FARMACÊUTICOS e INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS.



O acumulado do volume de transações dos últimos doze meses sinaliza queda - O mês sinaliza nova queda, de 0,9% do número de transações de M&A acumuladas nos últimos doze meses -  agosto de 2016, com  774 operações, comparativamente com o mesmo período do mês anterior.
No gráfico do acumulado dos 12 meses, pode-se inferir ciclos distintos de crescimento e queda do número de transações,  incluindo prováveis fatores que mais estão repercutindo nos investimentos.  Os desdobramentos dos fatos políticos recentes estão influenciando as expectativas e confiança dos investidores, aliadas à contração da economia e restrições de crédito, traduzindo-se num novo ciclo de queda do volume de negócios nos oito primeiros meses de 2016.


Operações de pequeno porte são maioria nos últimos 3 anos. Nos últimos três anos as operações de pequeno porte - até R$ 49,9 milhões - são maioria.
Interessante notar que a menor queda  percentual ocorreu no nº de transações de até R$ 50 milhões.


Porte das transações no mês: 48% das transações são do porte de até R$ 50 milhões - Das 65 transações apuradas no mês,  31  são de porte até R$ 49,9 milhões -  47,7% do total e responderam por 1,1% do seu valor.
Para este mesmo porte de operações, no acumulado do ano de 2016, registraram 293 transações representando 61,9% do total  e  2,9% do valor.


Em ago/16,  cerca de 6% das operações  respondem por 63% dos montantes envolvidos - No topo da pirâmide foram apuradas 4 transações neste mês, com porte acima de R$ 1,0 bilhão, representando 6,2% do número de operações e responderam por  62,8%   do valor das transações. No acumulado de jan a ago/16,  são 29 transações que correspondem a 6,1% e respondem por 68,5%  do valor total das transações.
Crescimento de 28% do montante das operações em relação ao mês anterior. Quanto aos montantes dos negócios realizados em agosto de 2016, estima-se o total de R$  23,2 bilhões, representando um crescimento  de 28,0%  em relação ao mês anterior - considerando Valores Divulgados ( 81,2%)  e Não Divulgados/Estimados (18,8%).


Queda de 25% dos investimentos nos primeiros oito meses de 2016. O valor total dos negócios no período de jan a ago/16, alcançou R$ 128,6 bilhões, representando uma queda de 25,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.


Valor médio das transações no período de jan a ago/16 tem queda de 15%. O valor médio das transações realizadas neste ano alcançou R$ 271,8 milhões, contra R$ 318,1 milhões no mesmo período de 2015, representando uma queda de 14,6%.


Investidores estratégicos estão com maior apetite - O maior apetite neste mês ficou por conta dos investidores Estratégicos  com 45 operações (69,2%), e responderam por 65,7%  dos montantes investidos. No acumulado do ano, os estratégicos, com 358 operações responderam por 75,7% dos negócios e 77,4 %   dos investimentos. Os Financeiros, por sua vez, realizaram 20 operações no mês e 115 nos primeiros oito meses de 2016.
Predomínio dos investidores Nacionais no volume de transações. Os investidores de Capital Nacional foram responsáveis por 37 operações - 56,9%, no mês. Os investidores de Capital Estrangeiro realizaram 28 operações - 43,1%.  No acumulado ano, os Nacionais - 275 operações - responderam por 58,1% do volume de operações e  e os Estrangeiros  por 198 negócios - 41,9%.


Os investidores Estrangeiros responderam por 93% dos investimentos realizados nos primeiros oito meses de 2016. Estima-se que no mês de agosto/16, os investimentos estrangeiros representaram 93,5%,  com  R$ 13,8 bilhões. No acumulado do ano, os investimentos estrangeiros totalizam R$ 75,6 bilhões, correspondendo a 58,8%.
Por país, os EUA, com 11 operações,  foi o maior investidor no mês, representando 39,3% dos investimentos estrangeiros, seguido pela França com 5 transações.

Maior transação do mês  -  A maior transação em agosto/16, foi a fusão da Kroton com a Estácio.   A fusão obteve aval dos conselhos de administração após a Kroton elevar sua oferta pela vice-líder do setor, ao incluir o pagamento de R$ 420 milhões em distribuição de dividendos aos atuais acionistas da Estácio.Negócio, avaliado em 5,5 bilhões de reais. 15/08/2016

“PERCEPÇÕES” DO MERCADO - notícias que se destacaram:
Fusões e aquisições voltam a dar sinal de vida com impeachment. O mercado de fusões e aquisições finalmente parece caminhar para uma retomada no Brasil após uma prolongada hibernação, dizem empresas de private equity e bancos de investimentos que atuam no país. "Tem uma melhoria da confiança que é visível e essa melhoria na confiança mexe na disposição das pessoas de levar adiante operações dessa natureza", diz Amaury Bier, presidente da Gávea Investimentos e ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda, em entrevista por telefone, de São Paulo. "Tem esse sentimento de que o Brasil vai provavelmente melhorar, que já atingiu o fundo do poço e que começa a melhorar”. Uma das peças finais do quebra-cabeças pode estar mais perto de ser encaixada. Na madrugada de 9 para 10 de agosto, o Senado votou pela aceitação do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, o que pode removê-la permanentemente do cargo e fortalecer Michel Temer, que busca superar um impasse no Congresso para frear o déficit orçamentário.  No segmento de fusões e aquisições há sinais de que as operações podem estar saindo do fundo do poço. No primeiro trimestre de 2016, essas transações totalizaram US$ 3,59 bilhões, o pior trimestre em mais de uma década, mas a atividade melhorou, subindo para US$ 8,18 bilhões até o momento no terceiro trimestre, segundo dados compilados pela Bloomberg. 11/08/2016
Apesar da crise, Brasil é um dos melhores investimentos deste ano. O Brasil pode até estar às voltas com um escândalo de corrupção, o impeachment da presidente Dilma Rousseff e a epidemia do vírus zika. Mas, no momento em que o Rio dá início à sua Olimpíada - também assolada por vários problemas logísticos - os mercados brasileiros têm despontado como o melhor lugar para o investidor ganhar dinheiro este ano. O índice MSCI Brasil acumula alta de 58% em 2016, atrás apenas do Peru numa lista de 165 índices de países compilada pela firma de dados financeiros MSCI Inc. Já o índice global diversificado do banco americano J.P. Morgan para títulos de mercados emergentes registrou uma alta de 24% para o Brasil, o terceiro melhor desempenho entre 66 países. Além disso, os títulos corporativos brasileiros já subiram 22% no ano. Alguns investidores dizem que a economia atingiu o fundo do poço e está começando a se levantar.  "Todo mundo ficou negativo [em relação ao] Brasil. Vimos isso nos noticiários e nas ruas, diz Verena Wachnitz, gerente do fundo de ações latino-americanas da administradora de recursos T. Rowe Price, o qual tem US$ 600 milhões sob gestão. "Mas isso acabou sendo o momento certo para comprar."  05/08/2016
Especialistas estrangeiros cravam: este é o início da reviravolta do Brasil. A confiança do investidor estrangeiro está voltando, e segundo matéria da CNBC publicada nesta quinta-feira (18), diversos especialistas estão afirmando que este é o início de uma reviravolta para o nosso mercado. E os números mostram que realmente o Brasil está entre os melhores lugares para se investir no momento. Dados do Morgan Stanley mostram que os preços dos bons corporativos brasileiros subiram 4% sobre o mês passado e superaram quase todos os outros títulos de dívida corporativa de mercados emergentes, enquanto o preço dos títulos do governo brasileiro subiram 13%.18/08/2016
IPOs podem voltar a acontecer no fim do ano. A seca de ofertas públicas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) na Bolsa de Valores de São Paulo poderá acabar no fim do ano, no máximo em 2017. Depois de mais de um ano sem nenhuma estreante, a percepção é de que uma retomada de confiança dos investidores reacenderá o mercado de capitais para novas captações. "Há uma confiança de que o ajuste fiscal virá e criará novas bases de crescimento da economia. Há cerca de 50 empresas com ofertas represadas", destaca o diretor-presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto. Os principais setores candidatos, conforme fontes de mercado, são energia, infraestrutura, shoppings e saúde. Após essas ofertas, a projeção é de que o mercado se abra, finalmente, para os IPOs. A. 13/08/2016
BM&FBovespa espera retomada do mercado de capitais com impeachment A BM&FBovespa destacou que "a decisão do Senado pelo impeachment de Dilma Rousseff retira o Brasil e a economia de uma situação de espera, que impedia a tomada de decisões e o avanço”. Na expectativa do ajuste fiscal e das reformas estruturais, segundo Edemir, o Brasil passa a ter o seu caminho definido de forma mais clara e efetiva. "Esperamos a retomada das operações no mercado de capitais e um ?choque de capitalismo' no Brasil para os próximos dois anos." 31/08/2016

SUMÁRIO DOS DESTAQUES DO MÊS - FUSÕES E AQUISIÇÕES
A ordem da relação das transações de Fusões e Aquisições segue a data em que foram divulgadas pela imprensa e/ou  postadas no blog fusoesaquisicoes.blogspot.com. e podem ser localizadas nos endereços abaixo.
DESTAQUES DA:
DESTAQUES DO MÊS ANTERIOR
M&A - QUEM, O QUÊ, QUANDO, QUANTO, COMO e POR QUÊ
 A pesquisa FUSÕES E AQUISIÇÕES - DESTAQUES DO MÊS tem o propósito de captar o “clima” do mercado das operações de Fusões e Aquisições bem como sinalizar suas principais tendências. Trata-se da compilação de notícias visando tornar mais acessíveis e conhecidos os negócios de fusão, aquisição e venda anunciados/realizados entre empresas com atuação no Brasil. Todas as informações sobre os negócios citados no presente relatório são obtidas a partir de notícias consideradas confiáveis publicadas pela imprensa e divulgadas no “estado" pelo blog FUSOESAQUISICOES.BLOGSPOT http://fusoesaquisicoes.blogspot.com.br , não sendo feita qualquer verificação quanto à sua veracidade, precisão ou integridade do conteúdo. Sempre que possível, serão mencionados os nomes dos compradores – investidor estratégico ou fundos de private equity, dos vendedores, a tese de investimento e principais “value drivers”, o valor da transação, forma de pagamento, múltiplos praticados (Valor da Empresa/EBITDA, Valor da Empresa/Receita) etc. Muitas vezes a notícia não é clara a respeito dos valores/forma de pagamentos e respectivos múltiplos. É bem-vinda toda e qualquer contribuição para tornar as informações mais precisas e transparentes.

01 setembro 2016



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