07 janeiro 2014

Fleury, Dasa e Amil: por que os "tubarões" querem tirar o setor de saúde da Bovespa?

Baixa penetração das empresas no mercado nacional, aumento do poder aquisitivo da população e baixa qualidade dos serviços oferecidos pelo governo compõem um cenário de boas oportunidades

O ano mal começou e o setor de saúde já parece trazer grandes mudanças para o mercado. Enquanto em abril de 2013 a UnitedHealth fechou o capital da Amil e nos últimos dias do ano a Dasa (DASA3) recebeu uma OPA (Oferta pública de aquisição) para fechamento de capital vinda da Cromossomo Participações, 2014 começa com mais rumores de que outra empresa focada no setor de saúde também estaria atraindo interesses de grandes players do mercado: a Fleury (FLRY3).

 Segundo notícia veiculada na Bloomberg nesta segunda-feira (6), três compradores estariam disputando a compra da Fleury, após a mesma empresa já ter sido sondada pela própria Dasa, que desistiu do negócio alegando inúmeros problemas por conta da lentidão do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) em avaliar a legitimidade da aquisição. A notícia causou movimentação na Bovespa, com os papéis FLRY3 fechando com alta de 1,09%, a R$ 18,60, após chegarem a subir 4,51% na máxima do dia.

 As recentes movimentações das empresas de saúde apontam para um mercado mais atento para o setor. De acordo com profissionais do mercado, as perspectivas para o futuro destas companhias é bastante positivo, tendo em vista todo um cenário mais favorável. 'O negócio no Brasil é interessante, já que o governo não consegue oferecer um serviço de saúde com mínima qualidade - com exceção de algumas unidades do SUS (Sistema Único de Saúde)', aponta João Pedro Brugger, analista da Leme Investimentos, citando também uma mudança cultural da população, o que estimula o crescimento dessas empresas. 'Há muito espaço para crescer, não apenas para o segmento de planos de saúde, como também para companhias como a Dasa', completa.

 Baixa penetração 
 Carlos Müller, analista-chefe da Geral Investimentos, argumenta que o setor ainda é pouco desenvolvido e com baixa penetração no Brasil, o que amplia o espaço para ganhos de investimentos. 'Percebemos um acréscimo na renda do brasileiro. Depois de uma primeira onda de consumo, a tendência é que uma pessoa com mais renda passe a investir mais em saúde. Isso torna o negócio bastante atraente', afirma.

Apesar de todo o otimismo do cenário, Brugger também lembra dos riscos do cenário não se tornar realidade no futuro próximo. Para ele, apenas uma eventual crise econômica seria capaz de reverter a tendência de alta do setor, dada a redução do poder de compra do brasileiro caso isso aconteça. 'Quando se tem uma crise, acaba-se cortando serviços considerados menos importantes pela população; querendo ou não, o brasileiro considera este serviço um pouco supérfluo em comparação com outros', ressalta. O analista não acredita que uma possível competição com o governo possa dar dores de cabeça aos investidores, uma vez que é muito pouco provável uma repentina revolução do setor.

Confira as recentes movimentações no setor:

Empresa    Operação
Amil          Empresa teve seu capital fechado pelo grupo UnitedHealth em 23 de abril de 2013 por R$ 2,878 bilhões na Bovespa. Ao todo, a empresa norte-americana adquiriu 90.510.045 papéis da companhia ao preço de R$ 31,80.

Dasa          Segundo comunicado enviado ao mercado no final de dezembro, a Cromossomo Participações, sociedade controlada pelo empresário Edson de Godoy Bueno e sua ex-esposa Dulce Pugliese, maiores acionistas da rede de laboratórios, estaria oferecendo R$ 15 pela ação da companhia. A meta do antigo casal é adquirir no mínimo 82.362.124 ações, ou 26,41% da empresa, mas pode atingir todos os papéis da empresa.

Fleury      Segundo fontes da Bloomberg, os fundos Carlyle e KKR estariam disposto a pagar US$ 1,2 bilhão pela companhia; Gávea Investimentos e o private equity Apax Partners LLP também estariam na briga.
Por infomoney
Fonte:br.msn 07/01/2014

07 janeiro 2014



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