07 janeiro 2020

Banco Votorantim, de BB e família Ermírio de Moraes, mira IPO de R$ 5 bilhões

O Banco Votorantim, que acaba de ser rebatizado como BV, espera movimentar R$ 5 bilhões em sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) em mais um desinvestimento de bancos públicos no governo de Jair Bolsonaro, segundo apurou o Estadão/Broadcast. Controlado por Banco do Brasil e pela família Ermírio de Moraes, a instituição esperava emplacar a operação no ano passado, mas acabou adiando para 2020 depois de não conseguir concluir todo o trabalho necessário para colocar os pés na B3 em tempo hábil.

A oferta de ações do BV será primária, ou seja, com recursos entrando no caixa da instituição, e também secundária, cuja fatia vai para o bolso dos acionistas. A família Ermírio de Moraes detém 50,01% do capital do banco com direito a voto enquanto o Banco do Brasil têm os demais 49,99%.

A operação pode servir de porta de saída para o BB, que iniciou uma série de desinvestimentos na gestão de Rubem Novaes, escolhido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, para chefiar o banco no governo Bolsonaro. A família Ermírio de Moraes pode não diminuir sua fatia, pelo menos neste momento. No entanto, como não tem DNA de banqueiro, uma possibilidade é que deixem o negócio futuramente. Mas ainda não está definido o tamanho da oferta secundária, quem venderá e quanto, conforme fontes.

Apesar de ter atrasado o pedido de bênção da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para a operação, o BV deve fazer o arquivamento do prospecto, que estava marcado para a última sexta-feira, ainda nesta semana. São coordenadores globais do IPO do BV, como antecipou a Coluna do Broadcast, o próprio BB, o JP Morgan, que fez o trabalho de preparação do banco para a oferta, e ainda o Goldman Sachs. Também fazem parte do grupo Morgan Stanley e Itaú BBA.

Reviravolta
A ideia do BV é emplacar a primeira abertura de capital da B3 em 2020. A listagem das ações marca uma verdadeira reviravolta nos resultados do banco, socorrido pelo BB no passado. Em 2009, a instituição pública comprou cerca de metade das ações do Votorantim em meio a uma onda de socorros de grandes bancos a instituições de menor porte que operavam no prejuízo. Hoje, a situação do BV é bem diferente: de janeiro a setembro de 2019, o banco registrou lucro líquido de mais de R$ 1 bilhão, o equivalente a todo o resultado de 2018.

Agora, a estratégia dos sócios é vender aos investidores um banco mais tecnológico e próximo às startups, uma roupagem diferente do crédito a veículos, seu principal foco no passado. Não está descartada, ainda, a criação de um banco digital, pegando carona nas várias instituições que foram nessa direção.

Para capitanear o IPO e dar continuidade ao processo de modernização do banco, os sócios, ... Leia Mais em estadão 07/01/2020


07 janeiro 2020



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