07 janeiro 2020

As start-ups que desapareceram em 2019

As estatísticas dizem que 30% das start-ups desaparecem ao fim de um ano. No entanto, há lições a retirar dessas experiências, analisando os pontos fortes e fracos e perceber como fazer melhor na próxima tentativa.

São inúmeras as razões para o fracasso de uma start-up, porque lançar um projeto de sucesso não é apenas uma questão de motivação e de encontrar as pessoas certas. O desempenho exige que vários fatores confluam para o sucesso e embora tendo produtos ou serviços promissores, muitas não conseguirem vingar num mercado altamente competitivo. Eis algumas das maiores e mais inovadoras start-ups, citadas pela Techcrunch, mas que acabaram por fechar portas no ano que passou.

Anki (2010 – 2019)
Financiamento total recebido: 182 milhões de dólares (162 milhões de euros)

Em 2013, uma jovem e promissora start-up de hardware apresentou uma nova geração “slot cars”. Três anos depois, a Anki lançou o Cozmo, um pequeno robot foi o resultado de um grande investimento, incluindo a contratação de ex-animadores da Pixar e da Dreamworks, para criar uma grande variedade de emoções nos olhos do robot. No final de 2018, a empresa lançou o Vector, um robot semelhante, dirigido ao público adulto. Em abril de 2019, a Anki fechava as portas, apesar de vender 1,5 milhões de robots e “centenas de milhares” de modelos de Cozmo.

Chariot (2014 – 2019)
Financiamento total recebido: 3 milhões de dólares (2,6 milhões de dólares), adquirida pela Ford em 2017

A Chariot era uma start-up de transportes que pretendia reinventar o transporte público através de carrinhas. As rotas foram determinadas com base em votação “de crowdsourcing“. Depois de adquirir o serviço há dois anos, a Ford encerrou-o no início de 2019. A empresa não ofereceu muitos detalhes, exceto para dizer que “no cenário de mobilidade atual, as vontades e necessidades dos clientes e das cidades estão a mudar rapidamente”.

Daqri (2010 – 2019)
Financiamento total recebido: 132 milhões de dólares (117,6 milhões de euros)

A Daqri, uma start-up de auriculares para Realidade Aumentada (RA) muito lucrativa e fortemente financiada, fechou as portas em setembro. A empresa é uma das muitas no setor que falhou nos seus esforços para atrair clientes corporativos, bem como nos esforços para  concorrer com a Magic Leap, Microsoft e outros.

A Daqri estava em conversações com empresas de capital privado para financiamento antes de um potencial IPO, mas à medida que as dificuldades técnicas vieram à tona, a empresa recuou e o negócio fracassou.

HomeShare
Financiamento total recebido: 4,7 milhões de dólares (4,1 milhões de euros)

O HomeShare apresentava uma solução para os custos de habitação, juntado colegas de casa que dividiam apartamentos divididos em “micro-quartos”. A empresa disse que em março, tinha cerca de mil moradores ativos. Como parte do encerramento da atividade, a HomeShare disse que os moradores não receberiam os depósitos das suas cauções de volta – mas poderiam manter a divisão ou vendê-la.

Jibo (2012 – 2018/19)
Financiamento total recebido: 72,7 milhões de dólares (64,7 milhões de euros)

A Jibo foi outro exemplo de que 2019 foi um ano difícil para os fabricantes de robots para consumo. O fim da start-up aconteceu apesar de uma bem-sucedida campanha de crowdfunding e de um volume substancial de capital de risco.

MoviePass (2011 – 2019)
Financiamento total recebido: 68,7 milhões de dólares (61,2 milhões de euros), adquirida pela Helios e Matheson em 2017

O MoviePass ao longo da sua existência passou por diversos momentos conturbados. O serviço de subscrição de bilhetes de cinema conheceu constantemente as dificuldades. Regularmente a empresa gastava capital para reformular (diminuir) os seus serviços, sofria quebras, pedia mais dinheiro emprestado, teve uma grande quantidade de dados pirateados.

Munchery (2010 – 2019)
Financiamento total recebido: 125 milhões de dólares (111,3 milhões de euros)

Um dos primeiros escândalos do empreendedorismo em 2019 envolveu uma start-up de entrega de refeições, a Munchery. Após a empresa ter enviado um e-mail aos seus clientes notificando-os sobre o encerramento do serviço, os fornecedores apresentaram uma série de acusações por ação dolosa da empresa. Nomeadamente, a start-up de entrega de refeições aproveitou-as em suas horas finais, conscientemente permitindo que continuassem a fazer entregas pelas quais não podiam pagar.

A morte súbita da empresa provocou um debate em torno da responsabilidade. Enquanto o CEO e os investidores de capital de risco permaneciam silenciosos, os fornecedores pediam uma explicação e até protestavam em frente à Sherpa Capital, um dos financiadores da Munchery, em busca de respostas e pagamentos.

Nomiku (2012 – 2019)
Financiamento total recebido: 145 mil dólares (129,2 mil dólares)

Uma outra empresa de entrega de alimentos que entrou nesta lista foi a Nomiku. A empresa ajudou a impulsionar a categoria “sous vide” junto do consumidor, apenas para ver o mercado a ser  inundado por dispositivos concorrentes. Embora tendo feito várias campanhas de financiamento, que totalizam 1,3 milhões de dólares (1,1 milhões de euros), e como apoio da Samsung Ventures, a start-up não conseguiu sobreviver.

ODG (1999 – 2019)
Financiamento total recebido: 58 milhões de dólares (51,7 milhões de euros)

Pioneira no setor de óculos de Realidade Aumentada (RA), surgiram notícias do desaparecimento do Osterhout Design Group (ODG) nas primeiras semanas de janeiro de 2019. A empresa tinha recebido um financiamento de 58 milhões de dólares (51,6 milhões de euros), mas em menos de um ano gastou-o e não podia pagar aos funcionários. No início de 2018, a ODG havia perdido metade da sua força de trabalho. No início de 2019, aguardava uma venda de patentes depois das tentativas de aquisição por parte de grandes empresas de tecnologia, incluindo Facebook e Magic Leap, terem fracassado.

Omni (2014 – 2019)
Financiamento total recebido: 35,3 milhões de dólares (31,4 milhões de euros)

A start-up começou como uma empresa de armazenamento físico e tentou mudar de atividade depois de vender as suas operações de armazenamento físico para a concorrente Clutter em maio. A empresa tentou, sem sucesso, criar uma plataforma de software de marca branca que permitisse aos comerciantes operar as suas próprias empresas. Após o fecho, aproximadamente 10 engenheiros Omni foram contratados pela Coinbase.

Scaled Inference (2014 – 2019)
Financiamento total recebido: 17,6 milhões de dólares (15,6 milhões de euros)

Fundada pelos ex-Google Olcan Sercinoglu e Dmitry Lepikhin, a Scaled Inference chegou às capas dos jornais em 2014 com um plano para criar tecnologia de machine learning e inteligência artificial semelhante à usada internamente por empresas como a Google e disponibilizá-la como um serviço na cloud que pode ser usado por qualquer um. As ambições eram grandes e atraíram investidores como Felicis Ventures, Tencent e Khosla Ventures. Porém, a empresa foi forçada a desistir devido à pouca procura comercial que resultou à falta de financiamento.

Sinemia (2015 – 2019)
Financiamento total recebido: 1,9 milhões de dólares (1,6 milhões de euros)

Foi um ano difícil para os serviços de subscrição de bilhetes ao estilo MoviePass em geral. O Sinemia parecia ser um concorrente mais sustentável, mas foi atormentado por reclamações de assinantes e até processos devido a problemas na aplicação, cobranças e políticas dúbias para fechar subscrições. Em abril, a empresa anunciou que ia fechar a atividade nos EUA. Uma forma discreta de dizer que isto poderia não ser o fim da empresa, pois grande parte da equipa estava localizada na Turquia, mas o site da empresa ficou offline.

Unicorn Scooters (2018 – 2019)
Financiamento total recebido: 150 mil dólares (133 mil euros)

A Unicorn Scooters foi uma das primeiras falhas da febre das trotinetes elétricas de 2018. Gastou muito dinheiro em anúncios no Facebook e no Google, mas a start-up fechou tão depressa quanto abriu, sem capital para emitir reembolsos pelas mais de 300 trotinetes que haviam sido encomendadas. Havia completado o acelerador de inicialização do Y Combinator apenas alguns meses antes de fechar, provavelmente sendo um dos projetos apoiados pelo YC  que terminou mais rapidamente após sair da incubadora.

Vreal (2015 – 2019)
Financiamento total recebido: 15 milhões de dólares (13,3 milhões de euros)

O Vreal era uma ambiciosa plataforma de streaming de jogos desportivos que visava permitir aos utilizadores de RV as sensações das transmissões ao vivo.Esses utilizadores podiam passear nos cenários como avatares ou explorar por conta própria como observadores passivos. Mas aparentemente, o mercado de RV não se desenvolveu tão rapidamente quanto esperado e a empresa parecia estar à frente do seu tempo.... Leia mais em linktoleaders 07/01/2020


07 janeiro 2020



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