A economia mundial está recuperando parte de sua força com os recentes acontecimentos econômicos e comerciais nos Estados Unidos e outros países, oferecendo certa tranquilidade frente a um abrandamento da desaceleração.
A atividade econômica nos EUA atingiu em dezembro o ponto mais alto em cinco meses, segundo pesquisa divulgada ontem. Além disso, a produção industrial da China e o consumo aceleraram em novembro. Novos dados sobre a Europa, contudo, mostram que ela continua com baixo crescimento.
Os dados surgem depois de os EUA terem assinado acordo comercial limitado com a China e fazer acertos finais em um novo acordo com o México e o Canadá. Parlamentares de Washington também chegaram a um acordo para manter o governo operando até setembro, evitando repetir a paralisação do início de 2019.
O resultado das eleições no Reino Unido também amenizou certas incertezas sobre como e quando o país deixará a União Europeia (UE). Enquanto isso, o Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA, disse que dará uma pausa no corte de juros, sugerindo que e economia encontrou estabilidade.
“Estamos esperando um crescimento econômico moderado em 2020”, disse Scott Brown, economista-chefe do banco de investimentos Raymond James. “Os aspectos negativos parecem bem menos graves do que em agosto.”
As ações globais vêm subindo em razão dos acontecimentos, com os mercados reagindo bem aos sinais de melhoria da China.
A reação do mercado reflete em parte o fato de que o acordo comercial entre os EUA e a China provavelmente significa que a disputa comercial atingiu o pico em termos de tarifas e que as consequências econômicas negativas deverão agora se dissipar, segundo nota de economistas do banco UBS. “Isso poderá permitir novas altas nos mercados de ações, motivadas por uma melhoria na confiança nos negócios e uma recuperação dos investimentos”, disseram eles.
Os gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) dos EUA mostravam-se mais otimistas com a atividade econômica no começo do mês, puxando o indicador do PIB para mais alto patamar em cinco meses, segundo a IHS Markit.
O ganho foi liderado pelas expectativas de um crescimento sólido no setor de serviços. A indústria manufatureira dos EUA continua crescendo, mas num ritmo menor do que em novembro. A pesquisa foi realizada entre 5 e 13 de dezembro, antes do recente acordo comercial e dos acontecimentos sobre financiamento do setor público. Um número definitivo sobre dezembro será divulgado dia 2.
“Os sinais positivos de melhoria ajudam a afastar o risco de uma recessão”, disse Chris Williamson, economista-chefe da IHS Markit. A firma de análises de mercado acredita que a economia dos EUA vai crescer 2,2% em 2020. Na semana passada, o Fed projetou crescimento de 2% para 2020.
A economia dos EUA cresceu ao ritmo de 2% nos últimos trimestres e avançou 2,5% em 2018, segundo avaliações do governo.
Os dados divulgados ontem são os mais recentes a indicar estabilização do setor industrial americano após um ano tumultuado marcado por incertezas comerciais. Além dos acontecimentos na área comercial, os preços do petróleo acumulam alta de 30% em relação ao mesmo período de 2018, uma tendência que poderá evitar maior contração no setor de energia. Fabricantes de automóveis fecharam acordos trabalhistas, e a desaceleração da economia não parece tão severa quanto se temia.
Um fato de risco que permanece são os revezes na Boeing, que suspendeu a produção do problemático modelo 737 MAX. A demanda por bens manufaturados caiu ligeiramente em outubro em relação ao mesmo período de 2018, segundo os dados do Departamento do Comércio, mas as encomendas de aviões civis e peças caíram 25%.
A economia mundial firmou-se nos últimos meses, embora o crescimento global deva se reduzir para 3% em 2019 - a menor taxa desde a crise financeira, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI). O FMI aposta numa melhoria no ano que vem, estimando o crescimento mundial em 3,4%.
“Isso quer dizer uma recuperação. Mas também estamos afirmando que há riscos negativos significativos nessa previsão”, disse Kristalina Georgieva, diretora-gerente do FMI, na semana passada.
Os números divulgados ontem pela Agência Nacional de Estatísticas da China mostram que a produção industrial de novembro foi 6,2% maior que a do mesmo período do ano passado, acelerando em relação à alta anual de 4,7% em outubro. Segundo um comunicado separado, as vendas no varejo na China cresceram 8% em novembro em relação ao mesmo período do ano passado, comparado a um aumento de 7,2% em outubro.
Após a divulgação dos dados, o UBS e a consultoria Oxford Economics elevaram suas previsões de crescimento para a China para 6%, ante o número anterior de 5,7%.
Enquanto isso, a zona do euro continua flertando com a estagnação. Pesquisas com gerentes de compras de todas as partes da Europa apontaram ontem para um declínio maior do setor industrial voltado para as exportações em dezembro, o que foi compensado com expansão um pouco maior do setor de serviços, mais voltado para o mercado doméstico.
O índice composto dos gerentes de compras da IHS Markit para a zona do euro permaneceu inalterado em 50,6 pontos, apontando para um crescimento mais fraco. As leituras do índice para o último trimestre do ano são até agora as mais fracas desde 2013, quando a área cambial emergia das crises bancária e dívidas soberanas.
Economistas do Banco Central Europeu reduziram previsões de crescimento para o próximo ano para 1,1%, o mais recente de uma série de rebaixamentos que retroagem a junho de 2018.
Em uma entrevista coletiva na quinta-feira, a presidente do BCE, Christine Lagarde, não forneceu indicações de que se esteja considerando mais uma rodada de estímulos para acompanhar os que foram anunciados em setembro, apontando em vez disso para “sinais iniciais de estabilização”.
No Reino Unido, pesquisa entre os gerentes de compras apontou para mais um mês de queda na atividade. No Japão, pesquisas apontaram para estagnação em dezembro, parecido com novembro. Fonte:Valor Econômico Jornalista:Eric Morath e Paul Hannon Leia mais em portal.newsnte 17/12/2019
17 dezembro 2019
Economia global dá sinais de alguma recuperação
terça-feira, dezembro 17, 2019
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Ruy Moura
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