Os números de 2019 não nos deixam mentir: o mercado de compra e venda de empresas está aquecido. Dados divulgados pelas principais empresas de auditoria, que monitoram os anúncios de transações, já mostram crescimento de 30% dos negócios realizados até agosto em relação ao mesmo período do ano passado.
Devemos superar a marca de mil transações entre empresas nacionais e estrangeiras anunciadas até a chegada do próximo ano. Estamos batendo recordes atrás de recordes.
Cabe a ênfase a estas estatísticas e um natural positivismo de quem é entusiasta do processo de consolidação empresarial como instrumento para fortalecimento da economia, pois se olharmos para o retrovisor, lembraremos que este foi o primeiro ano de um novo governo, eleito em um ambiente polarizado, permeado por incertezas e confusões nos bastidores da política.
O ano também já foi marcado pela profunda reforma no sistema previdenciário e pela peregrinação de governadores até o governo central em busca de apoio para seus estados falidos. Outro fato ocorrido em 2019, totalmente relacionado com o mundo das fusões e aquisições, foi o blackout político no Conselho Administrativo de Defesa da Concorrência, que ficou meses à espera de nomeações de conselheiros para composição de quórum mínimo para retomada de julgamento de processos envolvendo, inclusive, a compra e venda de empresas brasileiras.
O que está ocasionando este aquecimento no mercado? Na opinião dos economistas, o governo está fazendo o tema de casa, ou pelo menos uma parte dele. Os investidores enxergam as perspectivas no curto, médio e longo prazos. A compra de empresas então, indica que o futuro é positivo para estes investidores.
Já nos aproximando do período de festas natalinas, fica a provocação aos empresários: o ano que vem indica ainda maior crescimento no volume de transações entre empresas. Isso significa que sua empresa pode ser assediada em breve, por exemplo, por um grupo estrangeiro ou por um fundo de investimento.
Se você entende que este não é o melhor momento para falar sobre a venda de seu negócio, não deixe de levar em consideração que seu concorrente pode estar pronto para ser vendido, e seu “vizinho” de mercado, que até então era uma empresa de “dono”, com características conhecidas e potencial de investimento limitado, pode se transformar em uma multinacional, com fontes de captação de recursos fora do país.
A consolidação dos mercados é inevitável. Pequenos e médios empresários devem estar atentos a estes movimentos e devem discuti-los com seus pares, sejam eles seus diretores, gerentes, contadores, advogados ou com a própria família.
A necessidade de venda de uma empresa não é uma certeza a ser enfrentada pelo empresário, mas o fato de que o mercado onde ela está inserida estar mudando, sim deve ser enfrentado. Por Ricardo Albert Schmitt - Economista, sócio fundador da StoneCapital Investimentos. Leia mais em revistavoto 12/12/2019
14 dezembro 2019
Desafios de um mercado aquecido para fusões e aquisições
sábado, dezembro 14, 2019
Compra de empresa, Consolidação, Desinvestimento, Investimentos, Oportunidades, Riscos, Tese Investimento, Transações MA, Venda de Empresa
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Ruy Moura
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