11 outubro 2019

Presidente do Bradesco diz não temer fintechs: 'Tenho medo das big techs'

Para Octavio de Lazari, se Amazon, Facebook ou Google entrarem no mercado financeiro nacional, o sistema trava A implantação do “open banking”, ou seja, o partilhamento de informações de clientes entre as instituições financeiras e as fintechs, “é um fato e não adianta lutar contra isso”, disse o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, durante o Fórum Brasil de Investimentos, nesta sexta-feira. “Nosso mindset é de construir isso junto com o Banco Central”, acrescentou.

O presidente do segundo maior banco privado do país, porém, defendeu que os acessos sejam feitos com uma cobrança de tarifas. “Tem que ter tarifa. Mas não deve bater no consumidor final, porque se a instituição fizer isso fica fora do mercado.”

Para Lazari, existe um custo muito elevado para a implementação do open banking por parte dos bancos incumbentes. “Além do investimento ser colossal, todos os dias a gente sofre ataques cibernéticos de grandezas incomensuráveis”, ponderou. “Sai um ataque da Rússia aos computadores do Bradesco e temos de sair derrubando IP”, exemplificou. As barreiras que temos de criar para proteger os dados do clientes são “incomensuráveis”.

O presidente do Bradesco afirmou que se as gigantes de tecnologia, por exemplo, entrassem no mercado de serviços financeiros e usassem o open banking para acessar os dados dos bancos, o risco seria um travamento dos sistemas.

“Se alguém me perguntar se eu tenho medo das fintechs, digo não. Tenho medo das ‘big techs’", afirmou Lazari. "Vamos imaginar que Amazon, Facebook ou Google resolvem entrar no mercado e imagine esses clientes todos juntos, milhões, tentando entrar ao mesmo tempo no sistema de qualquer banco. Sabe o que acontece com o sistema financeiro nacional? Para, trava. É muito mais do que um ataque cibernético."

Mudanças tecnológicas

Para Lazari, as mudanças tecnológicas que estão ocorrendo no sistema financeiro vão reduzir a rentabilidade dos bancos.

“Os bancos incumbentes estão preparados e se preparando para um novo modelo de negócios, uma nova forma de fazer negócios no Brasil e no mundo”, disse o executivo. “Vai diminuir a rentabilidade dos bancos, mas isso não vai destruir os bancos incumbentes que têm uma posição importante no mercado. Essa nova abertura do mercado incentivada pelo próprio Banco Central é absolutamente sadia para nossa economia e para o Brasil”, acrescentou.

De acordo com Lazari, as fintechs têm ensinado aos bancos incumbentes o que fazer para se reinventar. “O que aprendemos como incumbentes, apesar de o Bradesco ser um grupo, cada linha de negócios tem sua independência, o banco de atacado, de varejo, o Next.”

O presidente do Bradesco ressaltou que, hoje, 94% de todas as transação no banco são feitas por dispositivos móveis, pela internet e por caixas automáticos. “Temos apendido muito com a cultura digital do Next, conseguimos abrir uma conta pelo mobile de uma forma muito mais agradável, sem ter todo o legado que o banco incumbente carrega”, disse.

De acordo com Lazari, o Next está perto de 2 milhões de clientes. O Bradesco “está muito bem relacionado para aprender com as fintechs e novos entrantes”, ....  Valor Econômico Leia mais em yahoo 11/10/2019

11 outubro 2019



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