26 dezembro 2014

Bradesco fica com 100% da 2bCapital

O Bradesco fechou a aquisição da participação do Banco Espírito Santo (BES) na 2bCapital, gestora de fundos de private equity, que investem na compra de participações em empresas, conforme apurou o Valor. Procurado, o Bradesco não comentou o assunto.

Os dois bancos detinham cada um 50% da gestora criada em 2009, que possui pouco menos de R$ 500 milhões sob gestão, incluindo recursos próprios e de terceiros. O Bradesco resolveu assumir todo o negócio após a quebra do banco português. A participação na gestora era detida pela ES Capital, que fazia parte do grupo Espírito Santo.

O Bradesco já possui uma área de private equity, que conta com cerca de R$ 2 bilhões em gestão, de recursos exclusivamente proprietários. Segundo uma fonte com conhecimento do assunto, a instituição deve absorver as operações da 2bCapital.

A gestora criada com o BES possui foco em investimentos em empresas de médio porte. Entre os negócios fechados pelo fundo está o aporte na rede de varejo de moda masculina Aramis, estimado em aproximadamente R$ 70 milhões pelo mercado.

A atuação da 2bCapital é complementar à do banco, cujos investimentos em private equity realizados se concentram em companhias maiores. No portfólio de empresas das quais a instituição é sócia está a Log Commercial Properties, do grupo MRV.

Neste ano, o banco obteve o primeiro resultado positivo na área, com a venda da participação da empresa de torres de telefonia móvel BR Towers para a American Tower. O Bradesco era sócio da GP Investimentos na companhia, avaliada em R$ 2,18 bilhões na transação.

Os bancos brasileiros têm ampliado os investimentos em private equity nos últimos anos. Além do retorno financeiro esperado com a venda das participações no futuro, a estratégia tem como objetivo estreitar as relações com as companhias.

Os negócios do Bradesco são realizados pela sua unidade de banco de investimento, o Bradesco BBI, mas com uma equipe própria. O Itaú criou uma empresa específica para cuidar da área de investimentos alternativos, a Kinea, que no ano passado fechou a captação de um fundo de R$ 1 bilhão, com recursos do banco e de terceiros. A gestora detém participação em companhias como a varejista de vestuário Lojas Avenida, de Cuiabá, e se tornou sócia do publicitário Nizan Guanaes no Grupo ABC, de marketing.

O Santander também separou a área de private equity em uma empresa própria, a Mantiq Investimentos, que atua na área de infraestrutura. Até mesmo bancos públicos, como a Caixa Econômica Federal, têm ampliado as investidas na área, tanto com aportes diretos como por meio de fundos dos quais é responsável pela administração, como o fundo de investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS).

Mas quem possui a maior aposta em private equity, de longe, ainda é o BTG Pactual, que detém participações em mais de 30 empresas. O banco fez uma aposta pesada no crescimento das companhias por meio da maior demanda interna. Com a desaceleração da economia, porém, o desempenho de vários investimentos tem sido abaixo do esperado. O banco está desde o ano passado em processo de captação de um novo fundo, da ordem de US$ 1,5 bilhão, segundo fontes de mercado. Por Vinícius Pinheiro | De São Paulo| Valor Econômico | Leia mais em buguelli 09/12/2014

26 dezembro 2014



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