30 agosto 2013

Agências digitais ganham força para estimular relacionamentos

Com mais de 3 mil agências digitais no Brasil, segundo a Associação Brasileira das Agências Digitais (Abradi), o mercado de comunicação está recebendo estímulo extra graças ao apetite do brasileiro por relacionamento pela internet. Mas, embora as grandes agências de propaganda estejam à frente dos investimentos e das iniciativas de maior audiência nas redes sociais, as empresas menores estão avançando rápido.

 A Ampfy, por exemplo, surgiu em 2011 e deve faturar este ano perto de R$ 8 milhões. "Já havia operações especializadas em social media na época, a maioria de pessoas entusiastas deste universo, principalmente blogueiros", avalia Gabriel Borges, CEO da agência e ex-sócio da LikeStore, que viu espaço para uma empresa com visão mais madura e entendimento de que as redes não devem ser usadas para as marcas conversarem com seus consumidores, mas para estimulá-los a conversar entre si sobre as marcas.

 "As plataformas são gratuitas. O investimento em mídia potencializa o compartilhamento, mas a vantagem para as pequenas e médias empresas é que as ferramentas estão disponíveis e são viáveis", defende Borges. Ele exemplifica com ações criadas para Mitsubishi, como a página Mundo Mit, onde podem ser postadas fotos, e a campanha My Cover, criada para comemorar os dez anos da Pajero TR4 no Brasil com o desenvolvimento de um aplicativo para a criação de capas de estepe personalizadas, com as quais a marca presenteou os proprietários dos automóveis.

 A Philips, patrocinadora da bicicletada na Virada Sustentável, em São Paulo, teve seus leds transformados em suporte para grafites luminosos registrados com superexposição, disponíveis para os participantes nos pontos de parada. Para a Sky, os investimentos em música - são 180 shows patrocinados a cada ano - foram amplificados para a visibilidade extrapolar a plateia.

 Uma das parceiras da marca neste processo é a Livebiz, criada no ano passado pelo ex-diretor da agência Click Gustavo Marques para otimizar o relacionamento entre marcas e música em plataformas digitais proprietárias das marcas. "É uma forma de iniciar essa ligação antes, amplificá-la durante e mantê-la depois dos shows", diz. Isso pode implicar na organização de uma promoção nas redes sociais para distribuição de ingressos, na transmissão do evento por plataforma digital nas redes ou manutenção do vídeo nas páginas para visualização posterior. Uma apresentação de Claudia Leite para a Sky chegou a ter audiência ao vivo de 30 mil pessoas, mais 70 mil posteriores e se manteve nos tópicos de maior audiência do Twitter no mundo por mais de uma hora. "Devemos fechar 2013 com faturamento próximo de 1,3 milhão de reais e planejamos crescer 70% no ano que vem", diz Marques.

 A Jussy é outra pequena em crescimento. Além de oferecer plataforma de publicidade ajuda seus clientes a fazer gestão baseada na compra de leads, ou clientes potenciais, nas mídias sociais - geralmente um dos principais objetivos das redes. "Pequenas e médias empresas devem tomar cuidado com o egocentrismo e ter foco em vendas, não em "likes"", sugere Henrique Russowsky, sócio-fundador da agência, que tem agências como L"Occitane e Conta Azul e deve crescer este ano 150%, com sua equipe passando de 15 para 40 pessoas.

 Uma das pioneiras e mais maduras do negócio é a Espalhe, nascida em 2003 com foco em marketing de guerrilha, para o qual as redes sociais caem como uma luva. Hoje tem clientes como Ambev - a número 1 do país em número de fãs no Facebook, 42 milhões - e, no ano passado, abriu escritório no Rio de Janeiro com foco na Copa do Mundo e nas Olimpíadas, que rendeu a conquista da Adidas.

 Uma das criações da agência é a ferramenta ÍndexSocial, que mensura a performance de marcas no Facebook, no Twitter e no YouTube e indicou que nove das dez agências com as melhores perfomances sociais nas redes estão entre as 50 maiores agências de publicidade do país - a única exceção é a própria Espalhe.

 Segundo Gustavo Fortes, sócio-diretor da Espalhe, hoje uma das tendências das marcas é voltar a investir em seus sites, até certo ponto abandonados em detrimento das redes sociais e que agora são reforçados para concentrar clientes e mensagens distribuídos nas diferentes plataformas. "Hoje as redes ficam com as informações", diz. Ele defende o investimento no que chama de tripé de mídia - espontânea, com ações que provoquem buzz, proprietária, como as páginas próprias, e paga - para sustentação do marketing viral. "Um só post nosso para a Ambev foi curtido por 1 milhão de pessoas, é mais do que a tiragem da maior revista do país. Com R$ 100 uma empresa pode fazer uma festa no Facebook." Valor Econômico -
Fonte: clippingmp30/08/2013

30 agosto 2013



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