30 agosto 2013

Investimentos-anjo podem atingir R$ 3 bilhões em 2014

Estimativa depende da qualificação de projetos para ser concretizada

O potencial de aportes via investimentos-anjo no Brasil chegará a R$ 3 bilhões em 2014. Pelo menos é essa a intenção demonstrada por empresários nacionais na modalidade que objetiva incentivar projetos empreendedores e startups a saírem do papel ou a capitalizarem suas estratégias de crescimento. No entanto, a concretização da cifra depende da qualificação na estruturação de projetos atrativos e inovadores.

 O valor - apurado pela rede Anjos do Brasil em pesquisa recente - está bastante acima do atual mercado nacional, que possui apenas R$ 495 milhões comprometidos por cerca de 6,3 mil investidores. Nos Estados Unidos, por exemplo, em 2012, 260 mil anjos injetaram US$ 20 bilhões na economia e foram responsáveis pela geração direta de 66 mil empregos iniciais, segundo dados da Northwest University.

 Conforme o presidente da rede Anjos do Brasil, Cássio Spina, a aposta é no risco. Entretanto, a expectativa de retorno da aplicação é fixada na faixa entre 40% e 60% ao ano – índice muito superior a qualquer opção de renda fixa. A aplicação, segundo Spina, é indicada a pessoas físicas dispostas a fomentar o desenvolvimento de pequenas companhias. O capital inicial varia em média entre R$ 50 mil e R$ 100 mil, mas pode chegar a R$ 1 milhão. Neste caso, o aporte pode ser efetuado por grupos de seis ou sete investidores.

 Por isso, segundo o presidente da entidade, é aconselhável a formação de carteiras com mais de um negócio, como forma de ampliar os ganhos. Além disso, não é aconselhável perder de vista a expectativa de longo prazo e jamais comprometer quantias que ultrapassem 10% do patrimônio.

 “Quem investe em apenas um negócio pode demorar muito a ter o retorno, mas, com a formação de portfólios variados, os riscos tendem a ser diluídos”, comenta o executivo, que foi o convidado de ontem da reunião-almoço Tá Na Mesa, promovida pela Federasul. Segundo ele, é possível perder e ganhar na mesma carteira, mas a margem para os projetos que engrenam é mais consistente do qualquer aplicação de mercado e, em alguns casos, capazes de triplicar a parcela do patrimônio investido.

 A entidade, criada há dois anos com o objetivo de fomentar a categoria no Brasil, possui, atualmente, 10 núcleos nacionais e 80 investidores parceiros. A meta é facilitar a promoção de encontros nas duas pontas da cadeia.

 Em síntese, os anjos ingressam com o investimento e adquirem um percentual, sempre minoritário, na composição social da futura empresa. O retorno virá com a participação nos resultados ou com a venda a algum fundo de private equity ou venture capital interessado na abertura de capital – operação bastante comum nos Estados Unidos.

 Para fomentar o crescimento da atividade, Spina afirma que o País ainda carece de equiparações com o modelo norte-americano e dos sistemas adotados em países da Europa, onde a tributação incidente sobre os investimentos e o retorno financeiro acabam por compensar a aposta em risco.

 Neste contexto, uma pauta é trabalhada junto ao Ministério do Desenvolvimento da Indústria e Comércio (MDIC). O principal objetivo é equiparar isenções fiscais concedidas para a realização de aportes em outros setores.

 Brasil é o melhor lugar para startups, diz especialista 
 Não há lugar melhor para uma companhia iniciante de tecnologia do que o Brasil. Essa é a opinião de Gary Shapiro, fundador da feira de tecnologia CES, uma das maiores do mundo, e presidente da CEA, associação que realiza o evento anualmente em Las Vegas. Para Shapiro, o atual momento de robustez econômica, o aumento no uso da internet pela população e os eventos esportivos que acontecerão nos próximos anos (a Copa do Mundo, em 2014, e os Jogos Olímpicos, em 2016).

 O executivo falou ontem em videoconferência durante a segunda edição da conferência The Next Web Latin America, que se encerra hoje, em São Paulo. O empresário contou que não pôde vir ao País por causa da “burocracia brasileira”: seu passaporte não foi liberado a tempo.

 Shapiro, que lançou neste ano o livro Ninja Innovation, deu dicas para pessoas que estão começando no mundo das startups. “Muitas pessoas acreditam que empreendedorismo é fazer tudo sozinho. Isso é um mito. Uma boa equipe pode ajudar tanto externamente, por meio dos contatos, quanto internamente, com o talento dos membros”, destacou.

 Para Shapiro, a contratação de funcionários para uma companhia iniciante é um momento crucial. “Não é interessante chamar alguém para trabalhar com você se a pessoa for parecida com seu filho, com seus amigos. Contrate alguém que é muito diferente de você.” Sobre planejamento, o executivo disse que muitas vezes um plano de negócios pode simplesmente ser inútil quando aplicado. Rafael Vigna
Fonte: jornaldocomercio29/08/2013

30 agosto 2013



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