03 abril 2013

Ouro Verde avalia abrir capital este ano

Companhia estuda antecipar o lançamento de ações no mercado

 A direção da Ouro Verde, empresa de locação e terceirização de frotas, estuda antecipar o lançamento de ações no mercado. Em vez de 2014, como vinha sendo divulgado, agora a companhia trabalha com a possibilidade de fazer a oferta pública inicial no segundo semestre de 2013. O montante previsto para a captação permanece o mesmo, R$ 1 bilhão, e o que falta definir é quanto será a parcela destinada ao caixa da empresa e o valor da oferta secundária.

 A intenção de ir ao mercado não é nova na empresa. Ela está sendo preparada para isso desde 2008, quando o executivo Karlis Kruklis, ex-vice-presidente de finanças da GVT, assumiu o comando, a convite do fundador, Celso Frare. Mas o cenário não esteve bom para estreias na bolsa em 2012. "Sempre há a equação empresa e mercado e o ideal é que os dois estejam em bom momento", comenta o executivo. Segundo ele, o IPO da empresa de tecnologia Linx, em fevereiro, mostrou que "o mercado está aberto para bons cases".

 Kruklis cita o fato de que a Ouro Verde cresceu cerca de 30% ao ano nos últimos cinco exercícios. Em 2012, teve receita líquida de R$ 510 milhões, 32% maior que em 2011, e registrou lucro de R$ 24,8 milhões, menor que os R$ 86,7 milhões do ano anterior, que incluiu expectativa de rentabilidade futura de R$ 61 milhões no investimento da Ritmo Logística, criada em sociedade com a América Latina Logística (ALL) para atuar na área rodoviária.

 O executivo está fazendo reunião com bancos que querem atuar no processo de IPO. Se, no segundo semestre, o cenário não for favorável para o lançamento de ações, uma das opções em análise é o lançamento de debêntures a mercado, no valor de cerca de R$ 200 milhões.

 Os recursos da captação terão diversos destinos. Além do pagamento de dívidas de investimentos feitos nos últimos anos para ampliar a frota de veículos e equipamentos leves e pesados, Kruklis adianta que um dos objetivos é fazer aquisição de empresas de locação e também usar o dinheiro como capital de giro e para a compra de veículos à vista quando for vantajoso. Embora não exista uma classificação oficial, a Ouro Verde, fundada há 40 anos, se apresenta como a maior locadora de equipamentos pesados do país. Sua frota conta com 4.881 equipamentos pesados e 15.835 veículos leves, voltados apenas para pessoa jurídica e contratos de longo prazo. Seus investimentos somaram R$ 453 milhões em 2012 e mais R$ 500 milhões estão previstos para 2013.

 Antes de apresentar-se ao mercado, o grupo vai separar as operações que são de outras áreas, como a Martini Meat, controlada da Ouro Verde que atua no ramo de armazéns e tem receita anual de R$ 60 milhões, e a Ritmo Logística, da qual tem 35% das ações. Frare também é dono de oito fazendas que somam 13,5 mil hectares no Paraná e no Mato Grosso.

 Recentemente a Ouro Verde criou uma nova diretoria para a área de pesados, focada nos segmentos de mineração, portuário, florestal e de construção civil pesada. Ela está sendo comandada por Marcio Viana, ex-gerente de vendas da Vale. As outras duas diretorias estão focadas nos segmentos sucro-alcooleiro e veículos leves. As duas diretorias da área de pesados respondem por dois terços das receitas. Valor Econômico
Fonte: guiadotrc 03/04/2013

03 abril 2013



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