05 dezembro 2011

Silvio Santos contrata Barclays para vender Jequiti

Grupo precisa de recursos para tapar rombo bilionário do banco Panamericano, vendido para o BTG Pactual em 2010.

O grupo Silvio Santos contratou o banco Barclays para vender a Jequiti, sua divisão de cosméticos.

O banco tem o mandato para vender a companhia integralmente ou apenas uma participação para um sócio estratégico.

O Barclays foi o banco que negociou a venda da Braspag, divisão de soluções de pagamentos e serviços financeiros do grupo Silvio Santos, para a Cielo, no começo deste ano.
"Temos preferência por um sócio porque acreditamos que o negócio tem potencial para crescer muito mais", diz Guilherme Stoliar, presidente do grupo e sobrinho do empresário Silvio Santos.

Stoliar está no comando da companhia desde a saída do executivo Sebastião Sandoval, depois da descoberta de um rombo bilionário no banco Panamericano, vendido para o BTG Pactual em 2010.

O grupo decidiu contar com a ajuda de um banco para vender a operação depois da desistência da empresa americana Coty Beauty de fazer negócio. Com uma carta de compromisso de compra, a Coty passou cerca de três meses analisando a Jequiti.
A Coty é uma das maiores fabricantes de perfumes e cosméticos dos Estados Unidos e tem licença para fabricar produtos de marcas globais como Calvin Klein e Adidas.
"A Coty desistiu do negócio depois que a crise financeira piorou nos últimos tempos", afirma Stoliar.

A venda da Jequiti faz parte do esforço de desmobilização do grupo Silvio Santos para pagar dívidas e reorganizar a estrutura depois da venda do Panamericano. Em maio, o grupo vendeu as operações da rede de varejo Baú para o Magazine Luiza. A Braspag foi vendida em junho. Com as duas transações, o grupo embolsou cerca de R$ 150 milhões.
Segundo Stoliar, todo o dinheiro dessas vendas tem sido usado para amortizar a dívida do grupo. E não será diferente com os recursos que entrarem na negociação da Jequiti.

O executivo não revela o total do endividamento. Segundo apurou a reportagem do Brasil Econômico, o valor supera R$ 400 milhões - metade disso era referente a dívidas do Baú. A rede multiplicou a dívida a partir de 2009, com a compra de aproximadamente 100 lojas da Dudony, do Paraná.

A rede paranaense estava em recuperação judicial e tinha um passivo de mais de R$ 100 milhões na ocasião. Essa dívida permaneceu com o grupo Silvio Santos depois da venda para a Luiza.

A Jequiti, que comercializa seus produtos no sistema porta a porta, deve encerrar 2011 com faturamento de R$ 400 milhões, segundo o presidente Lázaro do Carmo Junior. Apesar do crescimento, a empresa tem um longo caminho para encostar nos rivais do setor, como a Avon e Natura.

Em 2010, apenas a Natura registrou receita líquida de R$ 5,1 bilhões. Por Denise Carvalho
Fonte:brasileconomico05/12/2011

05 dezembro 2011



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