26 dezembro 2011

Interesse por aquisições continua alto no Brasil

Escritório de advocacia TozziniFreire possui mais de 50 operações em andamento; americanos e chineses devem buscar mais negócios

Enquanto muitos funcionários tiram o pé do acelerador nos últimos dias de dezembro e início de janeiro, no Tozzini Freire, que assessora empresas em processos de fusões e aquisições, este fim de ano está agitado. “Estamos trabalhando muito”, afirma Marcela , sócia na área de fusões e aquisições do escritório de advocacia, com sede em São Paulo.

Segundo ela, os executivos do escritório possuem mais de 50 operações de fusões e aquisições em andamento, o que inclui processos no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão antitruste brasileiro.

Diferentemente dos países desenvolvidos, sobretudo na Europa, onde a crise secou o mercado de fusões e aquisições, o Brasil ainda continua chamando a atenção das companhias e dos fundos de investimento, que veem oportunidade de crescer no País ou encontram aqui boas margens de lucro para o capital investido.

"Se nos Estados Unidos as taxas de retorno giram em torno de 15% ao ano, no Brasil as margens de lucro podem ser de 25% ao ano", afirma Viktor Andrade, gerente sênior de fusões e aquisições da Ernst & Young Terco.

Os europeus tendem a ser mais conservadores nas aquisições em 2012, buscando mercados já consolidados, enquanto os americanos e chineses têm demonstrado um maior apetite por negócios, diz o consultor. Uma pesquisa feita pela empresa de consultoria mostrou que o interesse das empresas americanas por aquisições saltou de apenas 17% em 2010 para 57% em 2011.

Na Europa, ao contrário, as aquisições estão no radar de somente 11% dos entrevistados, percentual bem inferior aos 36% de 2010. "Os europeus estão buscando ativos de menor risco, mais ordotoxos. Entre investir em São Paulo, que já é um mercado consolidado, ou no Nordeste, eles ficariam com a primeira opção, por exemplo", afirma Andrade.

Andrade estima que o número de fusões e aquisições no Brasil será bem próximo neste ano do total firmado em 2010. No ano passado, foram realizadas 800 transações, que movimentaram uma cifra estimada em US$ 140 bilhões. “Até novembro, já haviam sido firmadas 720 transações”, afirma Andrade. Como os valores das operações não são revelados em muitos negócios, é difícil calcular as cifras envolvidas, diz o consultor.

A advogada do TozziniFreire afirma que uma parte dos negócios atualmente em curso pode ser concluída nos próximos dias, mas a maioria das transações deve ser finalizada nos primeiros meses ou ao longo de 2012. Isso se houver a concordância entre o lado vendedor e comprador, o que nem sempre acontece.

Neste ano, o TozziniFreire participou de 118 operações de fusões e aquisições, número 25% maior que em 2010. “Pelo número de número de negócios em andamento, acredito essa taxa de crescimento será mantida no ano que vem, pelo menos nos primeiros meses do ano”, diz Ejnisman.

O escritório assessorou a empresa brasileira Puras, vendida para a multinacional francesa de refeições coletivas Sodehxo, por R$ 1,2 bilhão, e trabalhou para a cervejaria japonesa Kirin, que comprou a brasileira Schincariol por mais de R$ 6 bilhões, entre outras operações. O Tozzinifreire representa ainda no Brasil o grupo varejista francês Casino, sócio do Grupo Pão de Açúcar e que, atualmente, está em litígio com o empresário brasileiro Abilio Diniz, herdeiro e principal executivo da companhia. Por Claudia Facchini
Fonte:iG|26/12/2011

26 dezembro 2011



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