O ano de 2019 chega ao fim e deve ficar marcado pela reestruturação do setor da educação. Em todas as frentes vimos movimentos nesse caminho. Poucos foram os grandes negócios e as estratégias adotadas apontam para uma consolidação do ensino superior e expansão do básico, onde ainda há espaço para crescimento tanto da modalidade presencial quanto a distância.
Vale destacar que os grandes negócios no ensino superior se restringiram à compra do Centro Universitário UniAGES e do Centro Universitário UniCuritiba pelo grupo Ânima, o que não o consolida numa posição qualitativa, com resultados de Enade cada vez piores. A instituição luta para tornar suas novas unidades superavitárias e se prepara para uma batalha direta entre uma das suas mais importantes marcas, a Universidade São Judas, com a FAM, por alunos da região da zona leste.
Ainda no que se refere a aquisições, houve a compra da parte de ensino superior do Grupo Positivo pelo grupo Unicsul; e a operação da Adtalem Educacional do Brasil S/A (ex DeVry Educacional do Brasil), adquirida pela Estácio.
Carrinhos de compras deixados de lado, a criação de marcas de holding foi outra estratégia dos grandes grupos. No caso da Estácio, criou-se a YDUQUE para ser a mantenedora do IBMEC e das marcas qualitativas que oferecem cursos de Medicina. Assim, os clientes não veem a relação direta da marca Estácio, considerada não qualitativa, com as joias da coroa recém-adquiridas.
A Kroton, por sua vez, criou a holding Cogna Educação, que fará a gestão das controladas Kroton, Saber, Vasta Educação e Platos. A marca Kroton engloba todas as operações de ensino superior (presencial e EaD). Já a Saber, será voltada para a educação básica (54 operações em 14 estados); enquanto as outras duas serão prestadoras de serviços estratégicos de gestão escolar para instituições de ensino, sendo que as atividades da Vasta Educação são voltadas para a educação básica; e as da Platos, para o ensino superior.
A holding também irá lançar, em breve, a Cogna Venture, fundo de capital de risco com foco em educação. Deste movimento, entende-se que, uma vez que a escola se torna cliente da fornecedora de serviços, todos os seus dados ficam expostos: base de alunos, crédito e fluxo de caixa. E, portanto, os mantenedores das escolas clientes devem estar cientes de que este serviço funciona como uma due diligence (análise de negócios) para uma futura oferta de compra pelo grupo.
Fica evidente assim que o ano fecha marcado por mudanças nas estruturas dos maiores, que se preparam para a consolidação no segmento de educação básica, cujo único grande movimento foi a compra da parte de Sistema de Ensino do grupo Positivo pela empresa Arco Educação. Tal posicionamento deve-se ao fato de a educação superior demonstrar estagnação do número de matriculados.
Já na educação básica a situação é diferente: os grandes, médios e pequenos grupos educacionais começam a brigar por espaço e por alunos, de forma a modificar a organização estabelecida. Por César Silva é diretor Presidente da Fundação de Apoio à Tecnologia (FAT) .. Leia mais em segs 09/01/2020
09 janeiro 2020
Um ano de reestruturação do setor de educação
quinta-feira, janeiro 09, 2020
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Ruy Moura
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