Em reunião com analistas do mercado de capitais realizada ontem, a Itaúsa manifestou planos de realizar mais quinze compras de ativos nos próximos anos, além da proposta feita pela Liquigás
O mercado brasileiro de fusões e aquisições movimentou R$ 16,7 bilhões no mês de agosto, em um total de 87 transações segundo o relatório mensal do Transactional Track Record (TTR), em parceria com a LexisNexis e TozziniFreire Advogados.
No acumulado do ano (janeiro a agosto), foram mapeados 795 anúncios de operações de compra e venda de participação envolvendo empresas brasileiras, o que representa um aumento de 2,3% em comparação ao mesmo intervalo do ano anterior. No período de oito meses, os aportes financeiros contabilizam R$ 145 bilhões, alta de 21,5% em relação ao mesmo período de 2018.
O segmento Tecnologia segue como o mais atrativo para os investidores. Em 2019, já foram contabilizadas 197 transações, 22% acima do registrado no mesmo período de 2018. O Setor Financeiro e Seguros aparece na segunda colocação, com 117 operações, aumento de 17%, seguido por operações no segmento Imobiliário, que cresceram 39% e chegaram a 75 negócios realizados, enquanto Distribuição e Varejo caiu para a quarta posição, com 73 operações, fechando o período em baixa de 3%.
No âmbito das operações transnacionais, foram contabilizadas 182 aquisições de empresas brasileiras por investidores estrangeiros no período de janeiro a agosto, totalizando R$ 71 bilhões em investimentos.
Apesar de registrar uma redução de 9% no número de transações em relação ao mesmo período de 2018, os Estados Unidos seguem como o país que mais realiza aquisições de empresas nacionais, 68 operações envolvendo companhias norte-americanas no ano, que juntas somam R$ 10 bilhões. Segundo os dados do TTR o número de aquisições de empresas brasileiras realizadas por empresas dos Estados Unidos vem caíndo a cada ano desde 2016.
No caminho oposto, as compras brasileiras no exterior somam R$ 14 bilhões em aportes em 2019, tendo como alvo prioritário os Estados Unidos, onde foram investidos R$ 4 bilhões em 12 transações. A Argentina surge em segundo, com cinco transações que movimentaram R$ 109 milhões.
Os investimentos realizados por fundos de private equity registrados no Brasil desde o início do ano sofreram uma queda de 14% no número de deals, para 54, enquanto o volume financeiro de R$ 15 bilhões registrado ficou 49% acima do anotado em período homólogo do ano anterior.
Vale destacar que a maioria das transações registradas são de âmbito Cross-border, especialmente onde fundos estrangeiros realizam investimentos em empresas brasileiras.
Dentre as mais recentes está a aquisição do parque Eólico de Babilônia realizada pela private equity inglesa Actis por aproximadamente R$ 650 milhões. O Parque está localizado na Bahia e possui 137 MW de capacidade instalada.
Os investimentos de venture capital também fecharam o período com ligeira queda. As 135 rodadas de investimento apontadas pelo TTR entre janeiro e agosto ficaram 2% abaixo do registrado no mesmo intervalo de 2018, e revelaram valores que somam R$ 6 bilhões, total 53% superior ao registrado nos mesmos meses do ano passado. O número de investimentos realizados por fundos brasileiros representa 73% do total. Entre os fundos de venture capital mais ativos está o Canary com 7 investimentos realizados no período.
Pesquisa da KPMG
Em outro levantamento obtido com exclusividade pelo DCI, o sócio da KPMG comenta que o número de operações domésticas está em crescimento.
"Os números mostraram que houve um aumento considerável de transações do tipo doméstica, ou seja, realizada entre empresas brasileiras. As negociações fechadas por elas refletem um maior apetite para investimentos no longo prazo por estas empresas, decorrente de uma melhor previsibilidade do cenário econômico brasileiro”, analisa o sócio da KPMG, Luis Motta.
Segundo a pesquisa da HPMG, o número de fusões e aquisições domésticas realizadas nos seis primeiros meses deste ano teve um aumento de mais de 45% em comparação com o mesmo período do ano passado. No primeiro semestre, foram feitas 340 transações deste tipo, envolvendo apenas empresas brasileiras, contra 232 no ano passado. Já o número total de negócios fechados nesse período, em 2019, foi 543 contra 461 em 2018, um aumento de 17%.
De acordo com o levantamento, do total de 543 fusões e aquisições registradas no primeiro semestre deste ano, 140 foram realizadas por empresa estrangeira adquirindo brasileira ; 31 de brasileiras comprando de estrangeiros empresa no exterior; 8 de brasileiras adquirindo, de estrangeiros, empresas no Brasil; 11 de empresas estrangeiras adquirindo, de estrangeiros, empresas no Brasil; e 13 de estrangeiros adquirindo, de brasileiros, empresas no exterior.
A pesquisa da KPMG mostrou ainda os setores que mais se destacaram no primeiro semestre deste ano. Entre os cinco primeiros estão os seguintes: companhias de internet com 116 operações fechadas neste período, seguidas por: tecnologia da informação (61), imobiliário (38), empresas de energia (290, hospital e laboratório de análise clínica (29), e telecomunicação e mídia (24).
“Entre os setores pesquisados, o destaque foi para o imobiliário que teve um forte crescimento este ano, passando de dez operações fechadas no primeiro trimestre para 28 no segundo. Para se ter uma ideia, nos primeiros seis meses de 2018, esse segmento havia acumulado apenas sete transações”, afirma Motta, da KPMG.
Planos da Itaúsa
Ontem, em reunião de analistas de mercado (Apimec) com a Itaúsa, o CEO Alfredo Setubal comentou que além da proposta de aquisição da Liquigás ser vantajosa para os acionistas; que a holding possui estudos sobre 15 ativos para possível compra de participação. "O ticket médio estimado para cada aquisição é de R$ 1 bilhão", disse Setubal, estrategicamente em ativos bons geradores de dividendos. Ele disse que há interesse da Itaúsa em participar de processos de privatizações, com interesse já declarado pelo setor de energia
Leia mais em dci 04/09/2019
04 setembro 2019
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quarta-feira, setembro 04, 2019
Compra de empresa, Desinvestimento, Fusões, Investimentos, IPO, Joint venture, Private Equity, Transações MA, Venda de Empresa
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Ruy Moura
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