27 setembro 2019

Foodtechs: startups do setor alimentício são as que mais crescem ganham força no Brasil

A inovação está começando a chegar ao prato dos brasileiros. Afinal, as foodtechs no País saltaram de 53 startups, no começo de 2018, para 332 em 2019, segundo a consultoria Builders. E os casos de sucesso começam a entusiasmar o mercado e a criar expectativas. Seja com inovações na comida, nos modelos de entrega ou até na forma de fazer compras.

“As foodtechs no Brasil estão deixando de se concentrar apenas no ramo de aplicativos de entrega, que exige menos aprimoramento tecnológico”, afirma Raphael Augusto, diretor de inteligência do Liga Insights. “Em algum tempo, veremos transformações desde o plantio do alimento até o reaproveitamento lá no final da cadeia, evitando o problema do desperdício”.

Atualmente, a startup que mais tem se destacado no setor é a Fazenda Futuro. A empresa criou um hambúrguer feito de plantas que imita o tradicional na textura e na aparência. E, na última semana, lançou a segunda versão do produto apenas seis meses após a entrada no mercado. A ideia é ter um aprimoramento constante para chegar ao resultado perfeito.

Até hoje, a Fazenda Futuro já vendeu 2 milhões de unidades de seu hambúrguer e está presente em mais de 4 mil pontos de venda no Brasil, como Lanchonete da Cidade e Bob’s.

“Ao contrário da indústria tradicional, nós temos agilidade para aprimorar nosso produto. Não vamos esperar cinco anos para um novo lançamento", disse Marcos Leta, fundador da startup. “Além disso, se o Brasil é referência na exportação de carne bovina para outros mercados, queremos nos tornar referência na exportação de hambúrguer feito de plantas”.

Outra empresa que tem investido na transformação dos alimentos, e com foco no mercado saudável, é a LivUp. A startup prepara comidas ultracongeladas, mantendo por mais tempo a consistência e o sabor dos alimentos. Além disso, oferece um cardápio bem diversificado, vendido pelo site, com itens como frango com castanha e panqueca com aveia e canela.

Com essa estratégia, a startup já está presente em mais de 30 cidades no País e, na última semana, anunciou um investimento de US$ 90 milhões liderado pelo fundo ThornTree.

“Estamos com um crescimento acelerado. Já são mais de 150 mil refeições entregues todo mês”, conta o fundador da startup, Victor Santos. Segundo ele, o mercado favorece o crescimento do setor de foodtechs. “Mesmo com a economia ruim no Brasil, estamos com mais acesso à capital, tecnologia e consumidores entusiasmados com experiências novas”.

Experiência de compra

Além das inovações em alimentos, várias startups estão focadas em melhorar a relação dos clientes com o setor alimentício. É o caso da Supermercado Now, empresa que automatiza as compras mensais das famílias brasileiras. Por meio de shoppers, que são os profissionais especializados em fazer as compras, a startup conecta mercados e clientes.

O que a diferencia dos aplicativos de entregas convencionais, como o Rappi, é que não há compra de apenas um produto. Na Supermercado Now, o tíquete médio é de R$ 250 e são mais de 200 mil clientes na plataforma, com compras que se repetem duas vezes ao mês.

“O setor de foodtechs está vendo a tecnologia evoluir com uma velocidade impressionante”, afirma Marco Zolet, CEO da Supermercado Now. “A Supermercado Now está embarcada em duas diferentes ondas: a de aplicativos de delivery e de comidas saudáveis. Afinal, nós facilitamos o contato dos clientes com mercados e produtos mais desejados por cada um”.

Para Carolina Bajarunas, sócia da consultoria Builders, o setor de serviços é o grande destaque dentre as foodtechs. “As pessoas querem uma alimentação mais saudável, mas não elas não têm tempo de cozinhas e comprar os produtos que querem”, comenta a analista. “A entrega de compras e alimentos está criando um novo padrão de consumo”.

Futuro da comida

A grande questão que fica é: como vai ser a alimentação no futuro? Como serão os mercados, quais os problemas de alimentação serão resolvidos por meio da inovação?

Para o futurologista Marcos Abrolhos, pesquisador do setor alimentício, é preciso destacar que a comida irá se distanciar da origem animal e tende a ser mais saudável. “Conforme o preço dos alimentos a base de planta despencar e passar a ser mais parecido com o feito de carne animal, haverá mais disposição para esse tipo de produto”, disse o pesquisador.Por Matheus Mans Leia mais em Yahoo 27/09/2019



27 setembro 2019



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