14 dezembro 2017

Autotechs atraem novos aportes de fundos de investimento

Startups dos setores automotivo, de logística, transporte e mobilidade, também conhecidas como autotechs, ganham terreno no Brasil. Além do crescimento do número de negócios, aumentou a frequência de aportes no segmento. Segundo estudo realizado este ano pela aceleradora Liga Ventures, há 193 startups da categoria no país. Do total, 94 empreendimentos ou 49% foram fundados entre 2000 e 2014, enquanto 99 companhias (51%) surgiram nos dois últimos anos.

É o caso da Easy Carros, em operação desde 2015. A plataforma oferece serviços automotivos em domicílio, via site ou aplicativo, como polimento e troca de óleo. Os preços variam de acordo com o tamanho do automóvel, segundo o CEO Fernando Saddi. "O serviço é feito no local definido pelo cliente", diz o executivo, que atende usuários finais e frotas.

Segundo Saddi, a maioria dos clientes é formada de executivos sem tempo para cuidar dos carros. Entre as empresas, trabalha principalmente com gestores de frotas de até dez mil unidades. Com uma rede de profissionais em mais de 70 cidades e 14 Estados, a companhia cresce mais de 30% ao mês, em receita. "A perspectiva é expandir em todo o Brasil."

Em 2016, recebeu US$ 120 mil do fundo GWC, composto por investidores do Vale do Silício. O prêmio foi obtido por conta do segundo lugar na G-Startup WorldWide, competição global de startups que garimpa os negócios mais promissores do mundo.

No mês passado, a Credere, da área de financiamentos para concessionárias, também ganhou um reforço financeiro. A verba de R$ 700 mil veio da Bossa Nova Investimentos, empresa nacional de venture capital. Segundo Frederico Alecrim, sócio-fundador da Credere, o objetivo da companhia é auxiliar as concessionárias a organizar todo o processo administrativo em torno do financiamento bancário, considerado a principal modalidade de venda no segmento. "Registramos 15 mil propostas de financiamento todo os meses, cadastradas por 67 concessionárias em 18 Estados", diz.

Com sede em Natal (RN), a empresa atende principalmente lojas de motos, com clientes das classes C e D. Para gerar receita, cobra uma mensalidade das lojas que contratam a ferramenta. No ano passado, faturou R$ 420 mil e a expectativa para 2017 é alcançar R$ 546 mil. Nos últimos três meses, fechou parcerias de integração com os bancos Pan, Santander e BV.

Para Pierre Schurmann, managing partner da Bossa Nova Investimentos, um dos principais fatores de sucesso das autotechs é a capacidade de entender a necessidade do consumidor. "Os clientes querem mudanças", diz.

Nos últimos 12 meses, a Bossa Nova investiu R$ 19,5 milhões em 110 startups. Do total do portfólio, três empresas são da área automotiva.

Em breve, diz o executivo, o mercado começará a sentir o impacto de mudanças trazidas com a combinação de softwares grátis, tecnologia barata e conectividade em tempo real.

Na InstaCarro.com, de venda de veículos, essas influências já são percebidas. Criada no ano passado com investimentos da FJLabs, Lumia Capital e Tekton Ventures, deve faturar R$ 240 milhões em 2017. "Ajudamos os clientes a vender de forma rápida", garante o CEO Diego Fischer.

Na prática, o usuário agenda uma inspeção grátis no site da companhia e recebe indicações de valores pelo carro. Depois, um relatório é compartilhado com 1,5 mil concessionárias, que participam de uma espécie de leilão. "Em 90 minutos, o cliente recebe uma oferta e, se aceitar, cuidamos de toda a burocracia da transferência." O faturamento da startup vem de comissões pagas pelas lojas.

A empresa já recebeu R$ 83 milhões de investimentos, em três rodadas de capital. Novas entradas não estão descartadas. "Estamos sempre falando com investidores e uma nova captação vai ajudar na expansão geográfica e na eficiência operacional."

Na Vai.car, do co-fundador e CEO JP Galvão, a meta é simplificar a locação de veículos. "O carro é entregue e retirado na casa do cliente", explica. A startup, que já atua nos Estados Unidos, quer chegar a mais cinco países, até o final de 2018.

De olho no avanço das autotechs, aceleradoras e grandes marcas desenvolvem ações de cooperação. No final de outubro, a aceleradora Liga Ventures escolheu oito startups para participar de um programa de aceleração com companhias do setor, como a Mercedes-Benz. O grupo foi selecionado entre mais de 280 propostas.

Na semana passada, pela primeira vez, a Ford organizou um evento com startups da área de mobilidade na fábrica de São Bernardo do Campo (SP). Treze empresários apresentaram soluções como sistemas de gestão de frotas e de manutenção. Fonte:Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 14/12/2017

14 dezembro 2017



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